domingo, 21 de fevereiro de 2021

Será que vai mudar alguma coisa?

 Perfil do Colunista 247

Bolsonaro joga seu destino na mudança da presidência da Petrobrás

"A troca da presidência da Petrobrás, da forma como se deu, é a mexida mais importante para os rumos do governo", afirma o jornalista Renato Rovai. "Mais importante do que a demissão de Moro e Mandetta, para que tenham uma ideia"

Fachada da Petrobras e Jair Bolsonaro
Fachada da Petrobras e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Marcos Corrêa/PR)
Siga o Brasil 247 no Google News Assine a Newsletter 247

Por Renato Rovai

PUBLICIDADE

Enquanto as bolsas fechavam e o Congresso votava o destino do deputado Daniel Silveira, Bolsonaro dava uma canetada e demitia o presidente da Petrobrás Roberto Castelo Branco.

O presidente estaria descontente com a política de preços da estatal e com o retorno desta política para a sua popularidade. Os altos preços dos combustíveis alinhados à paridade de importação que agradam ao mercado são nitroglicerina pura entre caminhoneiros, motoristas de aplicativos, taxistas e donos de carros em geral.

A partir de agora quem vai mandar na estatal é o general Joaquim Silva e Luna. A troca só faz sentido se o general mudar a política de preços. E se isso vier a acontecer, a privatização da empresa e das refinarias subiria no telhado. Já que é exatamente a possibilidade de ter altos lucros com os produtos da empresa que anima investidores internacionais a comprar fatias da estatal.

Essa guinada na Petrobras, na opinião de meu colega de mídia independente, Leonardo Attuch, será a Batalha de Guararapes do momento. Attuch prevê dólar a 6 reais e a Petrobrás caindo 10 pontos na reabertura do mercado na segunda.

A repercussao de O Globo com políticos e economistas neoliberais é catastrófica para o governo e dá razão a Attuch. Gustavo Franco, por exemplo, disse apenas: “Boa tarde, Venezuela”. Entendedores entenderão o que isso significa para o mercado.

A questão que se coloca neste momento, porém, é até onde vai a decisão de mudar as coisas na estatal e o quanto isso tem relação com a macro política econômica do governo.

Bolsonaro pulará do barco neoliberal e vai desistir também de Guedes? Bolsonaro vai mexer na política de preços, mas vai tentar fazer isso desagradando o mínimo o mercado? Bolsonaro vai tentar manter a Petrobrás sob controle governamental, mas vai em troca oferecer outros biscoitos, como o Bacen independente, ao mercado?

A troca da presidência da Petrobrás, da forma como se deu, é a mexida mais importante para os rumos do governo. E mais importante do que a demissão de Moro e Mandetta, para que tenham uma ideia.

Nenhum comentário: