sexta-feira, 26 de março de 2021

Entrevista do Lula à imprensa chinesa.

 

LULA AFIRMA QUE NÃO SENTE “RAIVA” OU “VINGANÇA” APÓS DECISÃO PARCIAL DO JUIZ QUE O PRENDEU
O ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), disse nesta quinta-feira que carece de sentimentos de “raiva” ou “vingança” contra o ex-juiz Sergio Moro, que lhe impôs sentença pela qual passou 580 dias na prisão, mesma que foi anulada nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à Xinhua, o ex-presidente descreveu Moro como um “herói de barro que foi desmontado” e expressou não sentir “raiva porque não fui eu quem ganhou, foi o povo brasileiro que voltou a poder acreditar na justiça”.
Não precisava ter demorado cinco anos, demorou, mas quem ganhou foi o povo brasileiro”, frisou.
Essa é a primeira reação pública de Lula ao voto de 3 a 2 na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que considerou haver perseguição e parcialidade de Moro na sentença, agora anulada, de oito anos de prisão na Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014.
“Não quero vingança, não tenho ódio, tenho menos tempo de vida do que já vivi, e eu quero dedicar este tempo que tenho para fazer com que as pessoas e o país possam melhorar”, expressou.
Lula garantiu que, com os direitos políticos restabelecidos, não pensa em candidaturas às eleições presidenciais de 2022, apesar de aos 75 anos se sentir “jovem e com energia”.
“Vou continuar lutando. Acho que Moro está com ódio agora. Eu, quando estava preso, tinha certeza que dormia mais tranquilo que o Moro”, disse o fundador do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em 2018, após a condenação que desqualificou Lula para participar das eleições vencidas por Jair Bolsonaro, o ex-magistrado renunciou à magistratura para ingressar no atual governo como Ministro da Justiça, cargo que ocupou até maio de 2020, para depois passar à iniciativa privada.
Neste mês, Lula recebeu a anulação de suas duas condenações na operação Lava Jato por determinação do juiz do STF Edson Fachin, que entendeu que Moro não tinha jurisdição na Justiça de Curitiba para vincular o ex-presidente a desvios na petroleira Petrobras, mas na terça-feira teve seu maior triunfo quando a Segunda Turma do Tribunal entendeu que ele foi vítima de perseguição política devido à parcialidade do magistrado que o julgou.

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