MORO usa ‘imagem eleitoreira de caçador de corruptos’ para tentar ressuscitar no Dia de Finados, diz colunista do Globo

03/11/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
MORO usa ‘imagem eleitoreira de caçador de corruptos’ para tentar ressuscitar no Dia de Finados, diz colunista do Globo

 O ex-juiz Sergio Moro, em 2017, inclinou-se para procurar uma tomada debaixo da mesa, durante um debate na CCJ da Câmara, em Brasília, e foi flagrado pela lente da câmera de Lula Marques/Agência PT. Ao lado, o colunista do Globo, Bernardo Mello Franco usa seu notebook, cuja imagem está postada em seu site


PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO

De acordo com o texto, o brasileiro é sempre enganado com a conversa fiada da corrupção, cujo tema “desabou no ranking de preocupações do eleitor”, sendo insuficiente para fazer o ex-juiz levantar da tumba

O ex-juiz federal de Curitiba, Sergio Moro, que também foi ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, está costumeiramente tentando usar sua antiga ‘imagem de caçador de corruptos’ para ver se consegue “ressuscitar na cena política“, e justamente no “Dia de Finados”, afirma, em publicação desta segunda-feira (3/11), o colunista do jornal O Globo, Bernardo Mello Franco, que já escreveu, em outra matéria intitulada ‘A Corrupção de Moro‘, que até “a ministra Cármen Lúcia, que costumava endossar as condenações de Curitiba, alterou o voto para reconhecer a suspeição” do ex-juiz-federal persecutor de LULA.

De acordo com o texto de Franco, o brasileiro tem sido sempre enganado com a conversa fiada do combate à corrupção, mas o tema “desabou no ranking de preocupações do eleitor“, sendo insuficiente para fazer o ex-juiz levantar da tumba. Isso porque “Moro disputará espaço na terceira via, que hoje tem muitos candidatos e poucos votos“.

Conforme o colunista relembrou na matéria, Moro apareceu, “no fim de setembro, com 5% numa pesquisa do Ipec. Amargou um modesto quarto lugar, bem atrás de Lula (45%) e Bolsonaro (22%) e embolado com Ciro Gomes (6%)“.

O ex-juiz, que foi declarado ‘suspeito’ pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e que também é considerado por muitos, como por exemplo o governador do Maranhão, como um dos principais responsáveis pela reversão da estabilidade da política e economia nacionais, é “detestado por petistas e bolsonaristas“, diz Mello Franco acrescentando que ele “não terá vida fácil em 2022” e “precisará explicar a tabelinha ilegal com procuradores, o desempenho pífio como ministro e a atuação nebulosa como consultor [da Alvarez & Marsal*]”.

*Em abril deste ano, a empresa afirmou que Moro não era sócio do grupo e que não participava de casos que pudessem ter sido afetados por suas decisões enquanto juiz, como a recuperação judicial da Odebrecht. Mas um comunicado no site da Alvarez & Marsal, de novembro de 2020, dizia que ele havia sido contratado como sócio-diretor para atuar na área de Disputas e Investigações. Na época, a mídia divulgou massivamente o tema, como pode ser lido no Conjur.

O colunista do Globo ainda argumenta que Moro decidiu “concorrer por um partido de má fama“, haja vista que, “no domingo, o jornal O Estado de S. Paulo começou a expor os rolos do Podemos. A presidente da sigla é investigada por lançar candidatas laranjas. O secretário-geral recebeu dinheiro vivo no mensalão do DEM. Antes de convidar o ex-juiz, a legenda apostou em personagens como o ex-jogador Romário e a dançarina Mulher Pera“.

Moro precisará da vassourinha para esconder os novos aliados embaixo do tapete“, escreve Franco, em alusão a Jânio Quadros, que em 1960, “subia ao palanque com uma vassourinha” prometendo “usá-la para varrer a bandalheira da política“.