quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Massacre do congolês: tem coisa aí!

 

Quiosque onde trabalhou Moïse Mugenyi possui outra dívida trabalhista, por R$ 32 mil

Gerente do Tropicália, quiosque no posto 8 (Barra da Tijuca), liderou espancamento que terminou com a morte de trabalhador que protestava por pagamentos atrasados

O quiosque Tropicália, na Barra de Tijuca, ganhou as manchetes no Brasil desde a noite de segunda-feira (31/1), quando veio à tona o brutal assassinato do jovem congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, espancado por cinco homens, incluindo o gerente desse estabelecimento. O crime ocorreu na semana anterior e a causa teria sido a reivindicação, por parte da vítima, do pagamento de dois dias de trabalho que estavam atrasados.

Porém, este não é o primeiro problema do Tropicália na Justiça Trabalhista. Segundo informação difundida via Twitter pelo grupo Anonymous, o negócio também responde por uma ação iniciada por um antigo funcionário, que reclama o pagamento de R$ 32 mil.

O Anonymous divulgou a informação na tarde desta segunda, junto com o nome do proprietário do quiosque Tropicália, que seria Luciano Martins de Souza. No entanto, o grupo alega que, horas depois de revelado esse nome, o registro do quiosque foi alterado e o nome do dono passou a ser outro.

Essa confusão sobre o nome do proprietário do quiosque Tropicália chama a atenção, principalmente pelo fato de que a Polícia do Rio tem ocultado essa informação, apesar de reconhecer que a pessoa já prestou depoimento oficialmente.

Segundo o Anonymous, “a maneira como estão alterando dados no sistema indica que há ajuda interna. Um email apenas é usado para inúmeros quiosques, mas são em CNPJs diferentes. Indícios e mais indícios de crime organizado atuando”.

O grupo acredita que a organização para tentar ocultar o nome do dono do quiosque Tropicália teria ligações com as milícias do Rio de Janeiro.

Outra situação curiosa a respeito do caso é que, de acordo com imagens do SBT Rio, nas primeiras horas desta terça (1º/2), uma patrulha da PM do Rio estava estacionada muito próxima do estabelecimento, como se estivesse de vigia.

O assassinato de Moïse Mugenyi Kabagambe ocorreu no dia 24 de janeiro. Ele era um imigrante congolês de 24 anos, chegou ao Brasil como refugiado, junto com sua família em 2014. Moïse vivia legalmente no Brasil e trabalhava como atendente em diferentes bares e quiosques, como o Tropicália.

O espancamento que resultou em sua morte foi iniciado pelo gerente do estabelecimento, que logo contou com a ajuda de ao menos quatro cúmplices, que teriam amarrado a vítima e a agredido com chutes e golpes com pedaços de madeira e um taco de beisebol. A agressão teria durado cerca de 15 minutos e foi registrada por câmeras de vídeo. As imagens estão sendo analisadas pela investigação.

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