Edir Macedo e seu império querem intimidar o jornalismo do Intercept. Você não leu errado. Eu te explico: no ano passado, revelamos as entranhas financeiras da Igreja Universal do Reino de Deus e investigamos um suposto esquema bilionário de lavagem de dinheiro.
Agora, a Igreja Universal entrou na justiça pedindo abertura de uma investigação policial por causa da "divulgação sem justa causa" e da quebra de sigilo dos documentos revelados. Mas, veja bem: existimos para revelar os escândalos que os poderosos teimam em esconder de você — essa é a nossa justa causa. Agora teremos que nos defender em nome de todos que acreditam na importância do jornalismo – e não será uma batalha barata.
Nossa investigação mostrou um levantamento sigiloso do Ministério Público de São Paulo que mostra como a Igreja Universal embolsou, entre 2011 e 2015, R$ 33 bilhões apenas em depósitos bancários – que nem de longe são a principal fonte de captação da Universal. Entre os depósitos estão transações sob suspeita das autoridades.
Analisamos centenas de documentos para descobrir que o maior beneficiado dessas operações foi o círculo mais próximo do bispo Edir Macedo, líder da igreja. Procurada pela nossa reportagem para comentar as informações do relatório, a Universal jamais se pronunciou. Preferiu judicializar o caso, colocando em risco não só o método de trabalho de nossos jornalistas como também o de toda a imprensa.
A nossa postura – independente e sem amarras – costuma ter um preço alto. Defender a continuidade do nosso trabalho, apenas nesse caso, pode exigir do Intercept centenas de milhares de reais em honorários de advogados e custas processuais, dentro da estrutura de um veículo independente e sem anunciantes. É nossa comunidade de apoiadores que nos dá forças para equilibrar essa batalha desigual. |
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