segunda-feira, 24 de maio de 2021

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Tragédia na China: frio causa 21 mortes em ultramaratona

Posted: 23 May 2021 06:03 PM PDT

Bolsonaro faz campanha antecipada com motoqueiros e homenageia Pazuello ...

Posted: 23 May 2021 06:00 PM PDT

Negacionismo e intervenção divina nas manifestações pró-Bolsonaro | Galã...

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Posted: 23 May 2021 10:52 AM PDT

 

Jornal português destaca conquista do segmento evangélico por LULA: “Mas, não vai ter esse negócio de me batizar em Israel não!”

23/05/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
Jornal português destaca conquista do segmento evangélico por LULA: “Mas, não vai ter esse negócio de me batizar em Israel não!”

Mídia sediada em Lisboa abordou Pesquisa Datafolha apontando que 35% dos considerados sustentáculos do governo votam no ex-presidente em 2022 e destacou pensamento de parte dos protestantes sobre ser “impossível ver Jesus em Bolsonaro”

O jornal Diário de Notícias publicou, neste domingo (23), uma longa matéria sobre a liderança de Lula nas pesquisas de intenção de voto divulgadas pelo Datafolha, em que o ex-presidente supera o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, até mesmo entre os evangélicos. De acordo com o Instituto, 35% deste segmento, considerado sustentáculo do governo atual, votam no petista em 2022. O DN também destacou fala de protestante que afirmou ser “é impossível ver Jesus em Bolsonaro“.

No texto, o ‎correspondente/jornalista freelancer João Almeida Moreira, relembra que, na prisão da Polícia Federal em Curitiba, Lula afirmou que assistiu por horas a fio aos programas de pastores evangélicos que ocupam boa parte da programação dos canais brasileiros e ficou impressionado com “a capacidade de comunicação” deles. Desde então, o ex-presidente teria dado uma ordem ao partido sobre a necessidade de se investir neste público.

O resultado veio um ano depois: o Datafolha apontou larga vantagem geral de Lula sobre Bolsonaro, com 41% das intenções de voto contra 23% do presidente e vencendo também com os evangélicos por 35% a 34%.

Ao DN, a pesquisadora Christina Vital, da UFF (Universidade Federal Fluminense), autora de Religião e Política: Medos Sociais, Extremismo Religioso e as Eleições de 2014, disse que “vale lembrar que o Lula sempre contou com o apoio dos evangélicos, tanto da base, como do bispo Edir Macedo ou do pastor Silas Malafaia, lideranças que nunca se afastaram do poder desde a redemocratização, porque têm, sobretudo, interesses empresariais, que apenas se misturam com interesses religiosos“. Em seu livro, Vital previu a tomada do poder por evangélicos.

“Essa base evangélica, entretanto, é a classe socioeconómica C e D, com renda per capita baixa, um público que sempre votou PT e Lula e que votou Bolsonaro em 2018 em razão das promessas de segurança, emprego e combate à corrupção, problemas que afetam muito a população mais pobre”, continuou. “Essa população tem sofrido muito com o desgoverno de Bolsonaro, porque não basta o plano da narrativa, as pessoas estão interessadas na melhoria concreta das suas vidas, independentemente de ideologias”.

“E a condução de Bolsonaro na pandemia prejudicou muito a relação dele com a sociedade em geral, não apenas pela ineficiência, mas pelo discurso de provocações, de sarcasmos, de mentiras, logo, a população que mais depende do sistema público de saúde, relaciona a gestão de Bolsonaro ao agravamento das suas condições”, conclui a pesquisadora.

O jornalista e escritor paulista Marcelo Santos também é citado no DN. Evangélico há 30 anos e membro da Comunidade Cristã da Zona Leste, em São Paulo, ele disse que os protestantes “são povo tambémE um povo, na sua maioria, pobre e preto, que sofre com a violência policial, sofre com o desemprego e a falta de moradia“.

“Há um movimento, que ainda é tímido, até porque o bolsonarismo é um conceito novo, historicamente, que entende que o bolsonarismo é o oposto aos ensinos cristãos de justiça, acolhimento, amor, redenção e não violência. Jesus manifestava misericórdia entre os oprimidos. É praticamente impossível ver Jesus nas palavras e nos gestos do presidente Bolsonaro. O bolsonarismo começa a causar cada vez mais aversão entre os crentes, que já não conseguem encaixar ideias como a pregação do ódio, da violência e da mentira, embutidas no bolsonarismo, com a mensagem de Jesus”, disse Santos ao DN.

O jornalista ainda disse que “muitos evangélicos ainda votam em Bolsonaro por acreditar que, ao menos, ele não é de esquerda porque a esquerda representa, no ideário plantado nas igrejas, pessoas que são contra a fé cristã e são contra os dogmas morais, Outra questão muito importante é que os principais líderes das principais igrejas continuam apoiando o governo Bolsonaro. As cinco principais igrejas no país são as Assembleias de Deus, Batistas, Congregação Cristã, Universal e Quadrangular. Dessas, apenas a liderança da Congregação, que possui como regra que lideranças não podem ser candidatos políticos e que nos cultos não se pode fazer propaganda por nenhum candidato ou partido, não expressa apoio explícito à Bolsonaro”.

Marcelo Santos também argumentou sobre a influência de Silas Malafaia – presença constante no Planalto e no Alvorada: “Por mais que pastores como Malafaia consigam amplificar suas vozes através de seus aparatos mediáticos, são cada vez menos relevantesA representatividade do pastor Silas Malafaia está em decadência: em 2016, 58,6% diziam se sentir representados ou muito representados pelo pastor, em 2017, esse número foi para 34,9%“, finalizou citando um levantamento feito pelo grupo de estudos de religião e cultura da Universidade Metodista de São Paulo durante as edições de 2016 e 2017 da Marcha para Jesus, em São Paulo.

Por fim, a mídia portuguesa menciona artigo no jornal Folha de S. Paulo, do pesquisador Mathias Alencanstro, sobre uma reaproximação da IURD com o PT:

“A crise em África pode aproximar IURD e PT – Primeiro presidente eleito com voto em massa de uma comunidade religiosa, Jair Bolsonaro prometera colocar o Estado a serviço de pastores e bispos. A Igreja Universal via no ministério das Relações Exteriores um veículo para ampliar a sua transnacionalização e em Bolsonaro o melhor embaixador para os seus interesses”, diz Alencastro.

“A chegada do ministro Carlos Alberto França, que tem resistido à invasão do ministério por agentes não estatais, praticamente sepultou o projeto de uma diplomacia evangélica, e Edir Macedo já começou a tirar as consequências desse fiasco. Ele sabe que Lula, o único responsável político em condições de reconstruir a ponte entre Brasil e África a tempo de salvar os interesses da Igreja Universal, também é o principal rival de Bolsonaro nas eleições de 2022”, continuou o pesquisador em seu artigo no jornal brasileiro.

Como sublinhou Lula naquela entrevista à Televisão do Trabalhador, “pergunte ao Edir Macedo quem tratou os evangélicos melhor. Mas não vai ter esse negócio de me batizar em Israel não, nunca neguei que sou católico“, pontua o DN.

Moradores do Rio fazem panelaço contra passeata de Bolsonaro

Posted: 23 May 2021 10:49 AM PDT

Bom dia 247, com Attuch, Rodrigo e Florestan (23.5.21)

Posted: 23 May 2021 10:17 AM PDT

"Seja bem vindo, companheiro!".

Posted: 23 May 2021 10:03 AM PDT

 



 “Seja bem vindo, companheiro!”: Lula cumprimenta Jean Wyllys após anúncio da filiação ao PT

Exilado em função das graves ameaças que recebeu, o ex-deputado Jean Wyllys ainda não tem certeza sobre quando poderá voltar ao Brasil, mas garante que vai participar da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. Aliás, ele afirma que já está na campanha de Lula e anuncia que vai se filiar ao Partido dos Trabalhadores.

LEIA – Jean Wyllys anuncia filiação ao PT

O ato virtual de filiação está programado para esta segunda-feira, 24, com participação do ex-presidentes Lula, da ex-presidenta Dilma Rousseff e da presidenta do partido, deputada federal (PR), Gleisi Hoffmann, além de outras lideranças do PT e da sociedade.

Jean Wyllys identifica o ex-presidente como o grande centro da política brasileira, alguém que mesmo preso e após ter sido sistematicamente atacado e difamado pela imprensa e por parte do Poder Judiciário, consegue ser o líder das intenções de voto para a eleição presidencial de 2022. Mesmo com a filiação ao PT, o ex-deputado declara que não pretende se candidatar novamente, mas deixa o futuro em aberto, afinal a política é imprevisível.

Na entrevista para a Focus Brasil, Jean Wyllys disse esperar que as grandes mentiras utilizadas por Jair Bolsonaro como o “kit gay” voltem a ser discutidas para, finalmente, serem esclarecidas. Sobre essa e outras questões, ele diz que espera mais do Partido dos Trabalhadores no futuro. Wyllys identifica um enfraquecimento do bolsonarismo e apresenta sua análise sobre o que tem provocado o aumento da rejeição e a diminuição do apoio ao atual presidente da República.

Bolsonaro, um câncer

Apesar do cenário desfavorável para Bolsonaro, o ex-deputado diz que o Brasil vai precisar aprender a lidar com o fascismo eterno, como já acontece na Europa. Para ele, Jair Bolsonaro é um câncer que criou outras células cancerígenas até que se formasse um tumor maligno que evoluiu para uma metástase em 2018. “O Brasil está passando por uma terapia de choque para tentar recuperar o seu corpo, para ver se ainda resta corpo a essa democracia depois desse ataque”, diz.

A seguir, trechos da entrevista:

Focus Brasil – A última pesquisa do Instituto Datafolha mostra que Bolsonaro atingiu sua maior taxa de rejeição e, ao mesmo tempo, identifica o apoio da maior parte dos brasileiros ao impeachment. Esse momento pode ser o declínio permanente desse movimento político ou é algo apenas momentâneo?

Jean Wyllys – Há múltiplos fatores que levam à queda de popularidade de Bolsonaro e ao enfraquecimento de sua estratégia de governança, se é que se pode chamar isso de governança. Como todos os governos fascistas, ele [Bolsonaro] opera a partir da fabricação permanente do inimigo e de um estímulo permanente e à subjetivação de seita – que é repetir as verdades do mestre. O primeiro fator [que leva a essa queda] é a Covid-19. A pandemia não estava nos planos da direita e da extrema-direita que se juntaram em 2018 para eleger Bolsonaro. Ele não é fruto só da atuação da extrema-direita e de seus métodos sujos de campanha. É também fruto de uma certa cumplicidade do que podemos chamar dos partidos tradicionais de direita e dos meios de comunicação de massa, que na falta de um candidato o apoiaram.

O que o Jornal Nacional fez foi quase uma cumplicidade em torno do candidato. Eles não esperavam que a Covid estivesse no caminho e [não esperavam] a decisão desse governo de fazer uma gestão da pandemia com base na premissa de que a imunidade de rebanho é que deveria ser buscadahttps://pt.org.br/lula-estamos-na-3a-guerra-mundial-e-o-inimigo-e-muito-perigoso/lu. Essa decisão pressupunha deixar pelo meio do caminho aqueles que são considerados estorvos, os que não ajudariam a economia do Brasil: os velhos; os doentes; no raciocínio deles, eivado de darwinismo social, os mais fracos [que morreriam]. Isso aparece nas primeiras declarações do presidente da República e de figuras-chave do bolsonarismo, como Osmar Terra. Na cabeça deles, até um problema previdenciário seria resolvido.

Isso não deu certo primeiro porque a vida não é mais como eles imaginam. A expectativa de vida aumentou, as pessoas velhas e aposentadas são ativas, jovens foram infectados de uma maneira que ninguém esperava, o vírus tem uma atuação no corpo que ainda não foi identificada por completo e o número de mortes foi crescendo. Manaus foi o laboratório dessa experiência macabra. E, além da pandemia, Bolsonaro não fez o que os meios de comunicação esperavam, o que mudou o tom da cobertura da imprensa sobre o governo. A mídia tinha uma atuação quase que esquizofrênica em que atacava Bolsonaro por seus maus modos, por seu comportamento antidemocrático – que já estava claríssimo na campanha –, então era uma maneira de adestrar Bolsonaro. Como se estivessem batendo numa pessoa à mesa que não sabe pegar no garfo e faca, para que ele não gerasse constrangimento. Ao mesmo tempo, elogiava Sergio Moro [então ministro da Justiça] e Paulo Guedes. O que interessava aos partidos de direita, às elites financeiras brasileiras, aos meios de comunicação de massa era o programa econômico neoliberal. A imprensa manteve esse comportamento até o ponto em que a Covid-19 obrigou a mudar isso e virou um ativo para constranger o governo.

“A história não se repete, mas a história rima”, diz Walter Benjamin e é verdade. Em uma rima histórica, Bolsonaro não se comportou como as elites esperavam, como nenhum aspirante a tirano se comporta [como esperam as elites] e saiu do controle. Tudo isso, mais outros fatores que não podem ser menosprezados como o fato de Felipe Neto ter decidido fazer oposição ao governo – isso foi um fato muito decisivo embora muitos analistas políticos desprezem ou não levem em conta esse aspecto porque são pensadores do século 20, ainda não pensam o século 21.

Focus Brasil:Como assim?

Jean Wyllys – Esse foi um fator muito importante porque Felipe Neto sabe trabalhar na economia digital. O fato de ele ter feito um giro até o lugar de opositor desse governo foi muito importante para derrubar essa popularidade que hoje se expressa muito nas mídias sociais. Então, tem esse conjunto de fatores, e ainda tem a devolução dos direitos políticos do Lula. Apesar de a imagem pública dele ter sido sistematicamente atacada ao ponto de ter se transformado em “luladrão” para amplos setores da classe média e mesmo da classe C que ele ajudou a formar, o ex-presidente tem um valor no imaginário popular.

Ele deixou a Presidência com 89% de aprovação. E a recuperação dos seus direitos políticos ocorre num momento em que a Lava Jato, que mobilizou o ataque a Lula foi desmascarada como uma operação política. Soma a tudo isso à experiência dolorosa da morte de entes queridos, o medo de morrer de Covid, as imagens desesperadoras, a experiência concreta foi modificando o comportamento das pessoas. Então, não tem comunicação, mentira, gabinete do ódio e fake news que consiga manter tanta gente enganada por tanto tempo. Então, o bolsonarismo foi se desafazendo por causa desses fatores. Mas ele está no tamanho de um contingente da população com o qual nós vamos precisar lidar sempre. Como nos países da Europa, nós vamos ter que nos dar conta de que temos uma extrema-direita que existe. O Umberto Eco falou isso no ensaio dele “Fascismo Eterno”, a gente vai ter que lidar com esse fascismo eterno, com uma parcela da população que tem esse comportamento odioso, que ameaça a democracia, que quer impor ditadura, religião, que é burra, que é anticiência.

Penso que talvez estejamos chegando nesse ponto. Não podemos dar as favas como contadas porque é óbvio que o crescimento de Lula vai despertar também um comportamento da imprensa como a gente já sabe que a imprensa brasileira se comporta. A imprensa brasileira é historicamente antipetista, notadamente a Rede Globo. Então, podemos esperar que a liderança do Lula vá despertar uma reação por parte dessa imprensa que pode retornar a fazer um jornalismo pouco sério, desonesto intelectualmente contra o Lula.

Focus Brasil – O Datafolha mostra Lula como favorito. Como você enxerga a volta dele ao cenário político?

Jean Wyllys – Eu escrevi no Twitter algo como “o Lula é o centro das questões, ele é o centro das atenções, ele é o centro das soluções que o Brasil precisa”. Lula é centro, ele nunca deixou de ser. Mesmo quando deixou de ser presidente, ele rondou o governo Dilma porque além da misoginia que impera na sociedade brasileira, do machismo que operaram todo o tempo contra a Dilma, ela não tem o carisma político que o presidente Lula tem. São duas formas distintas de atuação pública, ambas respeitáveis, eu adoro os dois do ponto de vista pessoal e como figuras políticas respeito os dois, mas eles são distintos.

Ele sempre rondou o governo Dilma porque os ataques a ela também passavam por ataques a ele, porque Dilma foi escolhida por Lula. Depois, durante a Lava Jato que hoje sabemos que foi uma farsa, um julgamento político disfarçado de combate à corrupção, Lula era o centro daquele ataque porque o interesse era retirar os direitos políticos dele, impedir que o PT e sua coalisão ganhassem mais uma eleição no Brasil. Quando Lula esteve preso, de dentro da prisão ele seguia como um espectro rondando o cenário político e quando o STF reconhece que Sergio Moro era suspeito e incompetente, Lula volta a ser o centro das atenções.

Lula é uma força catalisadora. Está agregando diferentes atores políticos, de posições distintas para retomar a democracia

E o emblemático e curioso dessa relação entre a imprensa comercial brasileira e Lula é que [quando Lula retoma seus direitos] aquela jornalista equivocada, a Vera Magalhães, disse que ele não era um “player”. Utilizando essa expressão, inclusive, que soa cafona, esse anglicismo. Mas, logo depois da decisão do STF ele faz um discurso que tem repercussão mundial, então ele é o centro. As pesquisas e as reações internacionais demonstram isso. A maneira como o Lula vem em paralelo, sem qualquer cargo público, atuando para minimizar os danos dessa gestão desastrosa e criminosa do governo Bolsonaro em relação à Covid-19.

Com toda essa capacidade de negociação, o carisma, Lula é essa força catalisadora. Está agregando diferentes atores políticos, de posições distintas do espectro político para retomar a democracia no Brasil. Além de tudo, ele tem um gesto muito generoso porque depois de tudo o que passou, poderia estar movido pelo rancor, pelo ressentimento, principalmente, dos atores políticos que traíram o PT em 2016 e deram o golpe contra Dilma. Mas agora não se trata de revanche. Como diz o Guilherme Arantes na canção dele – “amanhã, ódios aplacados, temores abrandados”. Agora é hora de aplacar ressentimentos para a gente retomar o espaço democrático de atuação e que a gente possa se definir mais claramente como direita, esquerda e tal porque o que está ameaçado é o próprio campo democrático.

Focus Brasil – Há chance de que você participe da campanha do ex-presidente?

Jean Wyllys – Eu já estou participando da campanha do Lula. Eu nunca deixei de participar da campanha do Lula. A minha postura em relação a Lula e ao PT sempre foi muito republicana, muito justa e muito democrática. Eu não era petista e eu vou me filiar ao PT, inclusive.

Em 2008, depois de uma audiência pública que eu fiz no Senado sobre a questão da criminalização da homofobia, o Aloizio Mercadante falou “cara, você deveria ser candidato porque a comunidade LGBT carece de uma representação de qualidade e acho que você pode ser essa pessoa”, e foi essa fala dele que me fez pensar nessa possibilidade. Depois, a Heloisa Helena também me fez o convite e eu acabei depois decidindo me filiar no PSOL.

Eu critiquei o partido quando ele tinha que ser criticado. Eu fiz oposição à Dilma quando era necessário fazer oposição a ela. Eu acho que a Dilma e os assessores erraram feio com relação ao “Escola sem Homofobia” o que permitiu, inclusive, a construção da primeira e mais danosa fake news que depois é recuperada em 2018 que foi o “kit gay”. Eu tenho muito respeito pela Dilma, muita admiração, a gente se gosta de verdade, mas foi um equívoco dela e dos seus assessores.

E o PT abriga muita gente que age com uma certa arrogância e se embriaga com a posição de poder de forma a tornar impermeável à crítica. E naquele momento era isso. Eu entendo que Dilma precisava da governabilidade, eu entendo que o governo dela estava sendo atacado pela imprensa, mas também eu entendia que o sacrifício, naquele momento, do elo mais fraco da corrente que era a comunidade LGBT iria desembocar em algo muito ruim para o próprio PT no futuro e desembocou. Eu espero que o partido seja capaz de fazer essa autocrítica e de não repetir os mesmos erros. Por isso mesmo eu estou na campanha pelo Lula desde sempre.

Estou na campanha de Lula, porque tenho memória. eu tenho nas mãos os indicadores sociais e da economia

No momento mais impopular de Lula, que a impopularidade dele ocorria em função da Lava Jato, em que até mesmo parlamentares petistas evitavam a defesa pública dele, eu o defendi publicamente e a todo momento. Eu estou na campanha de Lula sempre, porque eu tenho memória, eu tenho nas mãos os indicadores sociais, os números da economia de quando ele foi governo, eu tenho nas mãos os resultados da atuação do governo dele nas relações exteriores. Ou seja, eu tenho consciência de que os governos Lula e o primeiro governo Dilma foram os melhores que o Brasil já teve desde a redemocratização, talvez os melhores governos da história do Brasil. Então, por isso que eu estou na campanha dele.

Focus Brasil 
– Desde a sua saída do Brasil, ficou uma certa lacuna porque não há no parlamento ou mesmo na política brasileira alguém que agregue e represente tantas causas diferentes. Havendo segurança, existe chance de você voltar ao Brasil, de voltar à política como candidato?

Jean Wyllys – É muito difícil falar do futuro, porque se você me perguntasse em 2016 como estaria minha vida, eu jamais diria para você que hoje eu estaria no exílio. É difícil falar do futuro e é difícil falar do futuro em política porque tem sempre o risco de desmoralização. O que eu posso dizer é que hoje, vou falar hoje, não de amanhã porque tem muitas condições que podem me levar a mudar de decisão. Hoje eu digo que não, eu não quero voltar ao Parlamento. Não me vejo fazendo campanha de novo. Para fazer uma campanha eu teria que reinventar o modo de campanha mais do que eu já havia reinventado em 2014 que foi um modelo de campanha muito diferente. Eu não me vejo fazendo essa campanha tradicional, não me vejo convivendo com aquelas pessoas no Parlamento, não com as pessoas que eu gostava, mas com aquelas pessoas odiosas.

Eu diria que não, que vou continuar na arena política colaborando desse jeito. E eu digo com a maior honestidade porque quando eu decidi que eu não queria viver sob esse estado de violência política, eu abri mão do mandato. O poder está em outro lugar. O poder é relacional, o poder não é o locus. Então, não preciso do mandato para continuar sendo o que eu era. O que eu faço e o que eu sou não vinha do mandato. No momento, eu não quero me candidatar.

Revista Focus – Você acredita na possibilidade de que, na próxima campanha com discussões como “kit gay” e “ideologia de gênero” sejam reabertas e a verdade seja exposta aos brasileiros?

Jean Wyllys – Eu acho que não tem alternativa. Eu estou na campanha de Lula desde sempre e a minha decisão de me filiar ao PT tem a ver com isso, com esse compromisso. O governo do Lula, se ele vencer as eleições, não pode ser de retrovisor, olhando para o século 20 e para o que foi feito. O governo do Lula tem que ser de farol, tem que iluminar o futuro. Não há futuro se a gente não pensar nas questões de sexualidade e gênero. Não há mais retrocesso com relação a isso. Não vai haver. É como a escravidão. A escravidão se tornou residual em alguns lugares, mas o mundo aboliu. Então, não tem como voltar atrás nas questões de sexualidade e gênero. Portanto, isso vai ter que ser enfrentado. Não pode ser uma campanha que esconda nem coloque a comunidade LGBT na “bacia das almas”. Eu não vou permitir isso. Você pode perguntar, que poder você tem para isso? O poder que eu tenho é o poder que tenho como cidadão. Eu estou entrando nessa campanha e da mesma maneira como eu fui solidário a Lula, não o abandonei no momento mais difícil da vida dele, acreditei na inocência dele e estou aqui, eu acho que ele vai dar um voto de confiança de que, claro, essas questões podem ser tratadas e enfrentadas dizendo a verdade para as pessoas e enfrentando os preconceitos das pessoas.

Focus Brasil – Qual a sua percepção sobre Bolsonaro? Você conviveu antes que ele fosse eleito presidente e era quase que um antagonista para ele. Bolsonaro já te perseguia naquela época. O quanto ele já se mostrava truculento e inadequado?

Jean Wyllys – Quando eu entrei no Parlamento, Bolsonaro já tinha duas décadas como deputado. Ele é um personagem que vem da ditadura. Eu nasci em 1974, quando Bolsonaro planejou colocar bombas em lugares públicos para impedir a abertura política da ditadura militar, eu nem sonhava em atuar na política. Minha entrada no movimento pastoral foi em 1988. Ou seja, esse sujeito existia como um fascismo residual, comportado pela própria democracia como uma infecção, uma célula cancerosa que o corpo controlava. Então, ele era uma célula cancerígena num corpo que passou por uma quimioterapia que restaurou a democracia no Brasil. As pessoas sabiam, mas não eliminavam. Algo que é uma contradição da própria democracia.

Quando eu entrei na Câmara em 2011, ele viu a oportunidade de parasitar a minha popularidade. Ele era um deputado paroquial, conhecido no Rio de Janeiro, ligado a grupos paramilitares cariocas, que representava as demandas dos militares por aumentos de salários e, claro, uma agenda autoritária de segurança típica da ditadura que era a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Com a visibilidade que o meu mandato passou a ter por causa das questões LGBTs, principalmente, em torno da discussão do casamento civil igualitário como decorrência da decisão de 2011 do STF de garantir a união estável homoafetiva, ele viu ali uma oportunidade de parasitar e aparecer. E ele teve o espaço para isso por causa da homofobia social e institucional. A própria imprensa homofóbica precisava dar voz a alguém que dissesse absurdos que contrariassem o avanço que a comunidade LGBT estava fazendo. Só ele se prestava a dizer aqueles absurdos. A imprensa se comportou como se eu fosse um deputado judeu, sobrevivente do holocausto e colocassem alguém para contrapor as minhas falas que era negacionista do holocausto. Era mais ou menos isso o que aconteceu comigo e Bolsonaro.

Bolsonaro não fez o que os meios de comunicação esperavam, o que mudou o tom da cobertura da imprensa sobre o governo

Ele foi ganhando espaço na imprensa. E a violência que ele perpetrava contra mim era tida como anedótica. Porque as pessoas riam. Não só quem cobria a política, mas os próprios colegas de parlamento tirando as mulheres, Maria do Rosário, as pessoas que eram vítima dele. Todas as pessoas que, na perspectiva dele, eram um outro vulnerável, ele insultava e avançava. E as pessoas aceitavam isso como normal. Com isso, ele foi ganhando espaço nos programas de humor. O ridículo político foi ganhando espaço. A célula cancerígena foi produzindo outras, foi virando um tumor maligno e que começou a entrar em metástase em 2016. Em 2018, adoeceu todo o corpo social e agora o Brasil está passando por uma terapia de choque para tentar recuperar o seu corpo, para ver se ainda resta corpo a essa democracia depois desse ataque.

Leia mais:

Jean Wyllys anuncia filiação ao Partido dos Trabalhadores

Da revista Focus Brasil

O almoço dos dois ex presidentes.

Posted: 23 May 2021 09:57 AM PDT

 

O almoço de FHC com Lula beneficia os dois e a democracia. Por Renato Janine Ribeiro

 
Fernando Henrique Cardoso e Lula após almoço

Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook

POR RENATO JANINE RIBEIRO, ex-ministro da Educação do governo Dilma

O almoço de FHC com Lula beneficia os dois – e a democracia.

LEIA – Governo fazendo gol contra na CPI. Por Renato Janine Ribeiro

FHC saiu ganhando porque o encontro reduz a sensação de que ele estaria sendo muito condescendente com Bolsonaro – e fixa um acordo contra o presidente extremista e inepto.

LEIA MAIS – Livro de Eduardo Cunha é chato e não apresenta um único projeto. Por Renato Janine Ribeiro

Além disso, num PSDB que perdeu seus líderes históricos e seus ideais, FHC assim se afirma. Alguém pode dizer que Doria, Eduardo Leite ou Bruno Araujo têm algo a ver com o PSDB cheio de ideais, criado para romper com os caciques do PMDB?

É como se, agindo sem consultar a cúpula do partido do qual é presidente de honra, FHC chamasse a atenção para alguns fatos pequenos (contém ironia) – por exemplo, que ele foi o único tucano a ser presidente da República.

Lula saiu ganhando porque de algum modo teve um aval de FHC, no sentido estrito de reduzir a rejeição a seu nome entre os que simpatiza(ra)m com o líder tucano. Como hoje ele é o favorito nas eleições de 2022, quanto menos ódio granjear, melhor será não só para vencer a eleição como, depois, para governar.

Não se trata de Lula obter votos tucanos no primeiro turno, mas de tê-los no segundo e, sobretudo, não ter contra si um movimento como o que Aécio moveu contra Dilma.

A democracia ganha porque os dois foram presidentes fora do esquadro, e se unirem frente a Bolsonaro é positivo para as liberdades, os direitos e a sanidade.

Guerras híbridas na América Latina.

Posted: 23 May 2021 09:50 AM PDT

 

Editora Expressão Popular lança livro sobre guerras híbridas na América Latina

Brasil de Fato RS conversou com um dos autores, o historiador e doutorando em História pela UFRGS Miguel Enrique Stédile

Brasil de Fato | Porto Alegre |
 
Miguel Enrique Stédile também é coordenador do Instituto de Educação Josué de Castro e integrante do Front – Instituto de Estudos Contemporâneos - Foto: Rafael Stédile

O livro “Ninguém regula a América – guerras híbridas e intervenções estadunidenses na América Latina”, da pesquisadora do Instituto Tricontinental e do GEDES/UNESP, Ana Penido, e do historiador, doutorando em História pela UFRGS, coordenador do Instituto de Educação Josué de Castro e integrante do Front – Instituto de Estudos Contemporâneos, Miguel Enrique Stédile, faz parte da Coleção Emergências – uma iniciativa da Fundação Rosa Luxemburgo e da Editora Expressão Popular.

Na ampla pesquisa realizada, os autores buscam responder questões como: os EUA são um império em decadência ou uma força geopolítica reafirmando sua área de influência hegemônica? Estaríamos diante do ocaso final do império estadunidense ou seria essa somente mais uma fase na consolidação de seu poder?

Quando o século XX estava terminando, apenas 20 anos atrás, tudo indicava que os próximos anos seriam de supremacia política, econômica, cultural e militar dos EUA. Não à toa, o historiador estadunidense Francis Fukuyama celebrou o “fim da história” (Fukuyama, 1992): a União Soviética, polo oposto na Guerra Fria, fora dissolvida; o capital financeiro, sediado em Wall Street, era o centro dinâmico do capitalismo, e sua versão política, o neoliberalismo, era largamente adotado por países periféricos, em especial na América Latina.

Seguindo, em teoria, as orientações de organismos multilaterais, mas sob a direção de Washington – como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial –, empresas estatais e restrições à exploração da natureza foram transformadas em oportunidades de lucros para empresas do centro do capitalismo. Culturalmente, todo o mundo almejava o American way of life.

Militarmente, a hegemonia em termos de equipamentos e tecnologia estadunidense era inconteste, e o país reformulava sua estratégia militar para lidar com o que ele mesmo propunha como “novas ameaças”.

Frente à nova reorganização da geopolítica mundial, na qual está inserido o papel da China, que organizou sua economia para a inserção em âmbito global, e que nos últimos anos tem procurado fortalecer sua posição diante da crise financeira internacional, e, neste contexto, é acompanhada pelo ressurgimento político, econômico e militar da Rússia – a obra ajuda a entender as mudanças na grande estratégia estadunidense, principalmente para a América Latina, em especial, o Brasil.

Segundo os autores, os EUA acuados em algumas esferas de disputa, como a econômica e a tecnológica, se voltaram novamente para a América Latina. E, se for necessário, o império estadunidense recorre ao uso de formas mais sofisticadas e modernas de intervenção na soberania dos países, utilizando, em especial, as transformações tecnológicas nas comunicações e métodos de guerras não convencionais, chamados por alguns autores de guerras híbridas.

Baixe gratuitamente o livro, clicando aqui!


Obra faz parte da Coleção Emergências – uma iniciativa da Fundação Rosa Luxemburgo e da Editora Expressão Popular / Divulgação

Confira entrevista com o historiador Miguel Enrique Stédile.

Brasil de Fato RS - O livro “Ninguém regula a América – guerras híbridas e intervenções estadunidenses na América Latina” analisa as diversas formas de intervenção dos Estados Unidos na América Latina, desde as diretas até as mais recentes guerras híbridas. Quais os principais exemplos dessa intervenção?

Miguel Enrique Stédile - Desde 1991, na posição de única potência mundial, os Estados Unidos utilizaram de várias ferramentas para obter privilégios em relações desiguais com outras Nações. Se olharmos para as relações com a Venezuela no século XXI vamos ver quase todas elas: sanções econômicas, pressões diplomáticas, financiamento de paramilitares, tentativas de golpes de Estado e um presidente fantoche.

BdFRS – Quais foram as mudanças na grande estratégia estadunidense, frente à nova reorganização da geopolítica mundial, na qual está inserido o papel da China e da Rússia?

Miguel - No início do século XXI, os EUA tiveram que lidar com duas ondas de oposição, os governos progressistas na América Latina e a ascensão comercial da China. Toda estratégia dos EUA foi tentar impedir este mundo multipolar.

A novidade é que os EUA usam táticas da guerra assimétrica, táticas que identificaram que seriam usadas contra ele, de uma força menor contra um adversário maior: utilizar forças civis, disputar ideologicamente, usar a comunicação.

É como se o Golias resolvesse atacar Davi com a funda. Isso e desestruturar as fronteiras para manter o adversário permanentemente exaurido com um inimigo próximo. Este é o caso da Ucrânia com a Rússia, Honk Kong com a China e a Colômbia com a Venezuela.

BdFRS – Quais são e como identificar as novas formas de intervenção dos EUA na soberania dos países?

Miguel - Nós brincamos que as novas formas de dominação são as velhas, porque nos primórdios da teoria militar já constam estas ideias de que a melhor vitória é aquela em que seu exército não precisou combater.

Há muitas formas utilizadas hoje que já têm sido utilizadas pelos EUA há anos, vide os golpes de Estado na América do Sul nas décadas de 1960 e 1970. A novidade está na qualidade da comunicação. Com as redes sociais e a economia de dados é possível customizar as mensagens, ou seja, produzir mensagens direcionadas a públicos específicos para mobilizar para aquelas questões. Isso e o uso das táticas da guerra assimétrica pelo adversário mais forte.

BdFRS - Os EUA são um império em decadência ou uma força geopolítica reafirmando sua área de influência hegemônica?

Miguel - São as duas coisas. Os EUA são "decadentes" no sentido que não exercerão mais o poder solitariamente como no final do século XX ou mesmo da forma como foi na Guerra Fria. A China atua de forma muito inteligente na diplomacia e o novo mundo multipolar não será de blocos estanques como era o mundo capitalista e o mundo comunista do século XX.

Mesmo porque a China sempre teve relações com o "terceiro mundo" que interessava menos a antiga URSS. Neste cenário, as áreas de influência estarão em constante disputa e por isso os EUA precisam reafirmar seu domínio sobre a nossa região que é rica em commodities agrícolas e minerais.

BdFRS – Vocês afirmam no livro que entender como as agressões estadunidenses aos Estados nacionais ocorrem na América Latina, a partir da análise dos últimos golpes no continente e do caso brasileiro, pode ser a chave para entendermos o que ainda está por vir. O que está por vir?

Miguel - Acredito que num mundo multipolar as disputas serão mais sutis e obscuras. Ao menos com os EUA sob direção dos Democratas, que se caracterizam mais pelo soft power do que a diplomacia tosca de Trump que só surtia efeito com os Bolsonaros e Ernesto Araújo. E são disputas por áreas de influência, desde quem extrai minério, quem garante a rede de 5Gs, quem vende a vacina, quem reconstruirá a economia mundial... e obviamente por estes critérios, a China leva vantagem.

BdFRS – Como entender o fenômeno das revoluções coloridas e guerras híbridas no caso brasileiro?

Miguel - Estritamente pelo conceito do Andrew Korybko que entende guerra híbrida como revolução colorida e conflito armado, no Brasil não tivemos guerra híbrida, apenas a fase da revolução colorida. E essa é uma das nossas preocupações no livro, porque o conceito de guerra híbrida tem sido utilizado de forma tão abrangente que se aplica a qualquer coisa.

Guerra Híbrida é sempre de um Estado contra o outro. A diferença na América Latina é de que aqui, os EUA contam com as instituições do Estado para derrubar o próprio governo. Daí o Lawfare pelo Judiciário e os golpes parlamentares no Paraguai e Brasil. Ainda assim, evidentemente táticas de revoluções coloridas, através da ação de think thanks e ONGs, foram usadas no Brasil em 2016.

BdFRS – O livro também traz a afirmação de que um povo que não tem suas condições mínimas de vida asseguradas pelo Estado não se envolverá em sua proteção, não se identifica com a pátria e é menos crítico às tentativas de intervenção estrangeiras. Isso explica o desmonte do Estado que vivemos nos últimos anos?

Miguel - O desmonte do nosso Estado é parte do processo que levou à hegemonia global dos EUA. A decadência da URSS coincide com o capital financeiro ocupando o papel do centro dinâmico do capitalismo e determinando a organização do sistema. Este capital financeiro precisava destruir o Estado seja para não ter obstáculos para entrar ou sair, seja para transformar serviços públicos em mercadoria através das privatizações. O neoliberalismo é a face política desta mudança econômica e o agente destes dois fenômenos são os EUA como potência única do final do século XX.


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