Guedes e Moro, as âncoras levadas pelo vento
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Peça 1 – a impaciência e a economia
O nível de paciência da opinião pública com o governante é diretamente proporcional ao bem-estar econômico. Com a economia indo bem, há paciência até com governantes ligados a milícias. Com a economia indo mal, nem Dom Pedro 2º resistiu.
Com suas pirações, Bolsonaro gastou mais cedo do que se esperava o bônus de início de mandato. Além disso, as consideradas duas âncoras do seu governo – os Ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro – se mostraram despossuídos de qualquer peso político.
No front do combate ao crime, o Ministro Sérgio Moro, é incapaz de qualquer articulação operacional. No front do combate à crise, Paulo Guedes, incapaz de qualquer atuação pro-ativa.
Ambos se refugiam no álibi da responsabilização de terceiros, no caso o Congresso. Sérgio Moro nada faz e diz aguardar a votação do tal pacote das dez medidas – criticado pela maioria dos juristas e especialistas. Paulo Guedes, menos ainda, aguardando a reforma da Previdência.
Sendo aprovadas ou não, as duas propostas desnudarão definitivamente a falta de estatura de ambos os Ministros. Nem a reforma da Previdência resolverá a questão da crise econômica, nem os dez mandamentos de Moro deterão o avanço das organizações criminosas, piorando ainda mais a imagem de Bolsonaro, estreitamente ligado à mais barra-pesada de todas as organizações, as milícias.
Não é por outro motivo que os templários do liberalismo, como Marcos Lisboa, começam a alertar que a reforma da Previdência não será suficiente para tirar o Brasil do sufoco. Em breve aparecerão outros álibis para a não recuperação da economia.
Com 13 milhões de desempregados, o desalento tomando contra do país, não tem foro de São Paulo, marxismo cultural, lavagem de pênis que fortaleça o governo. A cada dia que passa aumentará a intolerância com a incompetência de Bolsonaro.
Peça 2 – investimentos externos
A manutenção do governo Jair Bolsonaro compromete profundamente a entrada de capital estrangeiro no país. A atuação internacional da dupla Bolsonaro e Ernesto Araújo, os vínculos de Bolsonaro com as milícias, sua retórica antidemocrática, o aumento estrondoso da violência policial, com os fatores Sérgio Moro-Wilson Witzel, as maluquices do Ministro da Educação, o terraplanismo do Ministério, o desmonte das leis de proteção ambiental, tudo isso transformou o Brasil em um pária internacional.
Quem irá investir em um país governado por terraplanistas sanguinários?
A miragem das reformas durará até o momento em que forem aprovadas (ou não). Aí acontecerá o mesmo que na reforma da legislação trabalhista. Foi prometida a volta do emprego, e o desemprego aumentou por conta da política econômica, e a informalidade explodiu, por conta da mudança legal. Caindo na real, a opinião pública se dará conta da mediocridade generalizada do governo.
Dificilmente haverá muito espaço para novos blefes.
Peça 3 – a desfuncionalidade da política interna
Hoje em dia, o Congresso se tornou avalista da reforma da Previdência, muito mais do que Bolsonaro. Na política interna, ele se comporta como macaco em loja de louças, atrapalhando todas as articulações com uma falta de discernimento que beira a idiotia.
A queda vertiginosa de sua aprovação no mercado é prova maior dessa perda de referência. O mercado tem pouca importância econômica, como proporção do PIB, mas grande importância na geração de expectativas. O pessimismo do mercado está se alastrando por outros setores do empresariado. Cada vez mais, Bolsonaro passa a ser visto como impedimento para a normalização da economia.
Peça 4 – o desmonte do país
Por outro lado, todas as políticas públicas estão sendo submetidas a um desmonte irresponsável. Educação, segurança, vigilância sanitária, meio ambiente, saúde, tudo coroado por essa irresponsabilidade de fixar uma Lei do Teto inviável.
Peça 5 – o fator Bolsonaro
Em alguns momentos, Bolsonaro toma a dose de remédios adequada, segura o caçula Carlos, e permite alguns dias sem crise. Mas logo em seguida tem recaídas. Não adianta esperar que ele ganhe juízo. Um presidente não pode permanecer permanentemente em silêncio, ainda mais uma pessoa como Bolsonaro, que se fez pelas redes sociais. Tendo de falar, Bolsonaro é irremediavelmente idiota. Não há a menor possibilidade de uma frase inteligente, uma observação de bom senso. E há o efeito potencializador de neuras, do ambiente familiar. Pai e três filhos são inseparáveis e a única maneira de se sentirem vivos, enquanto clã, é provocando conflitos a torto e a direito.
Finalmente, leve-se em conta que, cessado de vez o período de carência de alguém recém-eleito – e o período de graça de Bolsonaro foi encurtado pelas impropriedades cometidas – haverá bem mais de um motivo para ser impichado, das ligações com milícias ao recebimento de parte do dinheiro arrecadado pelos assessores do filho Flávio Bolsonaro.
Duas coisas podem prorrogar um pouco sua vida política. A primeira, a percepção de que sua saída poderá atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência. A segunda, o fator Lula.
Por outro lado, levar Bolsonaro nas costas durante todo seu mandato será comprometer definitivamente, para as próximas eleições, a bandeira do antilulismo – a única que mantem coeso o grupo que se articulou para o impeachment.
Por tudo isso, a probabilidade maior continua sendo de queda de Bolsonaro.
Peça 1 – a impaciência e a economia
O nível de paciência da opinião pública com o governante é diretamente proporcional ao bem-estar econômico. Com a economia indo bem, há paciência até com governantes ligados a milícias. Com a economia indo mal, nem Dom Pedro 2º resistiu.
Com suas pirações, Bolsonaro gastou mais cedo do que se esperava o bônus de início de mandato. Além disso, as consideradas duas âncoras do seu governo – os Ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro – se mostraram despossuídos de qualquer peso político.
No front do combate ao crime, o Ministro Sérgio Moro, é incapaz de qualquer articulação operacional. No front do combate à crise, Paulo Guedes, incapaz de qualquer atuação pro-ativa.
Ambos se refugiam no álibi da responsabilização de terceiros, no caso o Congresso. Sérgio Moro nada faz e diz aguardar a votação do tal pacote das dez medidas – criticado pela maioria dos juristas e especialistas. Paulo Guedes, menos ainda, aguardando a reforma da Previdência.
Sendo aprovadas ou não, as duas propostas desnudarão definitivamente a falta de estatura de ambos os Ministros. Nem a reforma da Previdência resolverá a questão da crise econômica, nem os dez mandamentos de Moro deterão o avanço das organizações criminosas, piorando ainda mais a imagem de Bolsonaro, estreitamente ligado à mais barra-pesada de todas as organizações, as milícias.
Não é por outro motivo que os templários do liberalismo, como Marcos Lisboa, começam a alertar que a reforma da Previdência não será suficiente para tirar o Brasil do sufoco. Em breve aparecerão outros álibis para a não recuperação da economia.
Com 13 milhões de desempregados, o desalento tomando contra do país, não tem foro de São Paulo, marxismo cultural, lavagem de pênis que fortaleça o governo. A cada dia que passa aumentará a intolerância com a incompetência de Bolsonaro.
Peça 2 – investimentos externos
A manutenção do governo Jair Bolsonaro compromete profundamente a entrada de capital estrangeiro no país. A atuação internacional da dupla Bolsonaro e Ernesto Araújo, os vínculos de Bolsonaro com as milícias, sua retórica antidemocrática, o aumento estrondoso da violência policial, com os fatores Sérgio Moro-Wilson Witzel, as maluquices do Ministro da Educação, o terraplanismo do Ministério, o desmonte das leis de proteção ambiental, tudo isso transformou o Brasil em um pária internacional.
Quem irá investir em um país governado por terraplanistas sanguinários?
A miragem das reformas durará até o momento em que forem aprovadas (ou não). Aí acontecerá o mesmo que na reforma da legislação trabalhista. Foi prometida a volta do emprego, e o desemprego aumentou por conta da política econômica, e a informalidade explodiu, por conta da mudança legal. Caindo na real, a opinião pública se dará conta da mediocridade generalizada do governo.
Dificilmente haverá muito espaço para novos blefes.
Peça 3 – a desfuncionalidade da política interna
Hoje em dia, o Congresso se tornou avalista da reforma da Previdência, muito mais do que Bolsonaro. Na política interna, ele se comporta como macaco em loja de louças, atrapalhando todas as articulações com uma falta de discernimento que beira a idiotia.
A queda vertiginosa de sua aprovação no mercado é prova maior dessa perda de referência. O mercado tem pouca importância econômica, como proporção do PIB, mas grande importância na geração de expectativas. O pessimismo do mercado está se alastrando por outros setores do empresariado. Cada vez mais, Bolsonaro passa a ser visto como impedimento para a normalização da economia.
Peça 4 – o desmonte do país
Por outro lado, todas as políticas públicas estão sendo submetidas a um desmonte irresponsável. Educação, segurança, vigilância sanitária, meio ambiente, saúde, tudo coroado por essa irresponsabilidade de fixar uma Lei do Teto inviável.
Peça 5 – o fator Bolsonaro
Em alguns momentos, Bolsonaro toma a dose de remédios adequada, segura o caçula Carlos, e permite alguns dias sem crise. Mas logo em seguida tem recaídas. Não adianta esperar que ele ganhe juízo. Um presidente não pode permanecer permanentemente em silêncio, ainda mais uma pessoa como Bolsonaro, que se fez pelas redes sociais. Tendo de falar, Bolsonaro é irremediavelmente idiota. Não há a menor possibilidade de uma frase inteligente, uma observação de bom senso. E há o efeito potencializador de neuras, do ambiente familiar. Pai e três filhos são inseparáveis e a única maneira de se sentirem vivos, enquanto clã, é provocando conflitos a torto e a direito.
Finalmente, leve-se em conta que, cessado de vez o período de carência de alguém recém-eleito – e o período de graça de Bolsonaro foi encurtado pelas impropriedades cometidas – haverá bem mais de um motivo para ser impichado, das ligações com milícias ao recebimento de parte do dinheiro arrecadado pelos assessores do filho Flávio Bolsonaro.
Duas coisas podem prorrogar um pouco sua vida política. A primeira, a percepção de que sua saída poderá atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência. A segunda, o fator Lula.
Por outro lado, levar Bolsonaro nas costas durante todo seu mandato será comprometer definitivamente, para as próximas eleições, a bandeira do antilulismo – a única que mantem coeso o grupo que se articulou para o impeachment.
Por tudo isso, a probabilidade maior continua sendo de queda de Bolsonaro.
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