sexta-feira, 7 de setembro de 2018

POLÍTICA - Atentado ao Bolsonaro.

O que aconteceu com o Bolsonaro, um fato impactante, era tudo que a campanha do capitão precisava para tentar mudar o cenário político e diminuir sua rejeição, a maior entre os presidenciáveis.
Tudo indica  que a nova pesquisa Datafolha, planejada para sair na próxima segunda-feira, apresente índices melhores para Jair Bolsonaro, como resultado da grande exposição que recebeu depois do atentado  a faca em Juiz de Fora em plena campanha política.
Já tem gente fazendo uma analogia do que aconteceu na rua Halfed, em Juiz de Fora, com o que ocorreu na rua Tonelero, no Rio de Janeiro, quando um segurança do golpista da época, Calos Lacerda, segurança que era major da aeronáutica, Rubens Vaz, foi assassinado, fato que deu lugar à "República do Galeão", (alguma comparação com a República de Curitiba" que inventou um "novo direito", é mera coincidência),  república formada, principalmente por militares da aeronáutica, que em 1954, mudou o curso da história, que culminou com o suicídio do presidente Getúlio Vargas. 
Analistas já consideram a hipótese de que, sem Lula, ele possa ganhar já no primeiro turno, e a Globo sabe disso, pois Alckmin, seu candidato inicial e do "mercado", está praticamente estagnado, já que não consegue convencer de que não apoiou e participou do desgoverno do traíra Temer.
Bolsonaro se reuniu semana passada, quase que secretamente, por mais de uma hora, juntamente com seu futuro ministro da fazenda, com os donos da Globo, sendo que o que foi tratado, não foi divulgado.
É natural, previsível, que seu percentual na corrida presidencial aumente em razão do atentado e com as acusações de que o PT está pros trás do ocorrido,   como insinuam maldosamente, o general vice de Bolsonaro, para quem,  "agora é guerra", e outros apoiadores do capitão, como o Senador Magno Malta, que publicou uma foto falsa de um evento do Lula, na qual uma cabeça de um militante petista, foi grosseiramente substituída pela do agressor do Bolsonaro. Quem quiser ver a duas fotografias, a falsa e a verdadeira, pode acessar o site 247. 
Como é natural também, algum crescimento da candidatura  de Fernando Haddad, fruto de uma exposição – ainda precária e pequena, apenas  nos horários eleitorais e não no acompanhamento das campanhas, realizado pelas emissoras de televisão.
O crescimento de Bolsonaro implica, provavelmente, em prejuízo para Geraldo Alckmin, principalmente e em menos espaço fora do eleitorado de Lula para Marina Silva e Ciro Gomes, que poderiam ganhar com a exclusão do ex presidente, já que  transferência de votos é uma coisa complicada.
Por outro lado, o eleitorado fidelíssimo do ex-presidente, sua grande militância, começará a saber, em grande escala e abertamente, que Fernando Haddad é Lula na urna, mas isso não garante uma transferência completa de votos.
O programa de TV da terça-feira já será com o Haddad,  como candidato do Lula.
Vai daí que os últimos 26 dias de campanha eleitoral tendem a se transformarem numa polarização entre os eleitores  de Lula/Haddad e os de Jair Bolsonaro.
Se ainda havia alguma dúvida de que a direita poderia obter a chance de ter um candidato “convencional” no segundo turno, a faca de um ensandecido, ontem, em Juiz de Fora, matou-a. Ajudou o Bolsonaro e desidratou o Alckmin e outros candidatos anti Lula. Bolsonaro agora é a grande esperança de evitar a volta do PT ao poder.
Eu, pessoalmente, acho que se ficar clara a possibilidade do Haddad vencer, inventarão alguma maneira de evitar que isso aconteça, pois os golpistas não iriam dar um golpe para depois aceitarem tranquilamente a volta dos petistas ao poder. Seria muita ilusão minha, não pensar na possibilidade de um golpe dentro do golpe e, para isso, os contrários ao PT têm a mídia e o judiciário ao seu lado, como sempre tiveram.
Agora, 29 anos depois, teremos o embate entre um Lula representado pelo  Haddad e um  novo Collor na figura de  JairBolsonaro.
Impossível, fácil?  De modo algum, mas com grande possibilidade de vir acontecer. Teremos um terceiro e importantíssimo personagem, que esteve presente, decisivo e atuante em  1989: a poderosa rede Globo e suas afiliadas pelo Brasil inteiro.
Naquela época, com a edição criminosa que fez do último debate Lula versus Collor, ajudou a eleger este último. Ela inventou o Collor e depois ajudou a derrubá-lo, quando este não atendia mais seus interesses.
A diferença é que agora, depois deste fato e da tentativa de impedir a eleição do Brizola em 1982, no episódio da "Pró- Consult" e do impeachment da Dilma,  todo mundo já sabe que a Globo continua tão golpista como sempre foi, desde a era Vargas, quando ainda não existia sua TV, mas tínhamos a Rádio Globo que equivalia ao Jornal Nacional da época, com o radialista Raul Brunini, também o Bonner da época, com a mesma arrogância, prepotência e manipulação deste.

Nenhum comentário: