segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Minha descoberta da meditação.

Minha descoberta da meditação: por que não tentar?

Ricardo Kotscho  
meditacao Minha descoberta da meditação: por que não tentar?
"Esqueça suas ideias preconcebidas sobre meditação. Esqueça a embalagem esotérica. A meditação vale muito a pena _ mesmo se você tiver vergonha de admitir que está praticando" (Dan Harris).
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Trata-se de algo tão pessoal e intransferível que fiquei em dúvida se deveria tratar aqui desta descoberta. Sei que corro o risco de incompreensão e ficar parecendo um novo "zen" tocando flauta na praça das perdidas ilusões, mas acho que devo compartilhar com vocês a minha recente experiência com a atividade da meditação, após superar os preconceitos que ainda cercam esta prática secular.
Por uma feliz série de coincidências, resolvi ouvir as recomendações feitas por várias pessoas próximas e queridas, até pelo meu médico geriatra, um praticante e estudioso da meditação. Por que não tentar?, pensei comigo, já que mal não vai fazer.
Caiu nas minhas mãos e terminei de ler por estes dias o livro 10% Mais Feliz _ Como aprendi a silenciar a mente, reduzi o estresse e encontrei o caminho para a felicidade _ Uma história real, de Dan Harris, lançado no Brasil pela Editora Sextante. O autor também é jornalista, repórter e apresentador da rede de televisão americana ABC News, um agnóstico tão cético quanto eu, que nunca tinha se interessado pelo assunto, antes de ser escalado para fazer matérias nesta área.
"Se, no dia em que cheguei a Nova York para começar minha carreira em telejornalismo, você dissesse que eu acabaria usando a meditação para neutralizar o poder da voz dentro da minha cabeça, eu teria rido na sua cara. Até pouco tempo, meditação para mim era coisa de mestres indianos de barbas longas e hippies que não gostam de tomar banho (...) Depois de aprender a meditar, a prática vai criar espaço em sua cabeça para que, quando estiver furioso ou irritado, você tenha menos propensão a morder a isca e perder as estribeiras", escreveu ele na apresentação do livro.
Foi o que aconteceu comigo apenas alguns dias depois de me dar a primeira chance, e foi bem mais simples do que eu pensava. Não existe uma receita pronta e acabada para meditar, nem era o objetivo de Harris fazer proselitismo para entregar um prato feito aos leitores como tantos autores de livros de autoajuda.
Correspondente de guerra escalado para a cobertura de conflitos pelo mundo afora, do Afeganistão ao Congo, passando por Palestina, Israel,Iraque, Haiti e Camboja, entre outros países, Dan Harris era um profissional extremamente competitivo, que só pensava em subir na carreira, quando acabou descambando para as drogas e teve um ataque de pânico ao vivo durante a apresentação de um telejornal da ABC em rede nacional. Salvou-o uma decisão da chefia da emissora que mudou sua pauta, para preservá-lo, e assim ele trocou as guerras por temas, digamos, mais espirituais.
O resto desta fascinante história, contada com muita franqueza, compaixão e desapego, vocês podem encontrar neste pequeno livro de 218 páginas: é um thriller da vida real com final feliz.
Vou dar apenas um breve testemunho sobre o que aconteceu comigo, sem querer ensinar nada a ninguém. Fui lendo o livro aos poucos, à noite, antes de fazer minha meditação, já deitado na cama, para dormir em seguida.
Bastam 15 a 20 minutos por dia. O mais importante que aprendi foi a prestar atenção na respiração e tentar não pensar em nada ou só imaginar coisas boas para esvaziar a cabeça do maior mal que me afligia: a pré-ocupação, ou seja, o hábito de me preocupar com o que fiz ou deixei de fazer, e os compromissos do dia seguinte, sempre achando que nada vai dar certo. Se os pensamentos ruins voltam, não tem problema, é só retomar o ponto inicial.
Algumas pessoas usam repetir um mantra, uma palavrinha qualquer, para dar ritmo ao ato de deixar entrar e sair o ar dos pulmões. Outras fazem uma oração final. Eu costumo ter uma breve conversa com meu pai do céu para agradecer pelo dia que passou e pedir proteção e saúde para a família, mas nada é obrigatório, não tem regra. Às vezes, durmo no meio da conversa. E tenho dormido muito bem.

MÍDIA - Jornal Brasil Popular é fundado em Brasília.

Jornal Brasil Popular é fundado em Brasília

O jornal pretende 'defender as conquistas populares, a democracia e fortalecer a consciência nacional em torno de um projeto de nação independente.'


Brasil Popular
reprodução
O site do jornal Brasil Popular entrou no ar neste sábado à noite durante um jantar cooperativo com a presença de mais cem jornalistas de Brasília que se congregaram há cerca de três meses para enfrentar o que considera atraso midiático no Brasil e, através da internet, lançar futuramente o jornal impresso do mesmo nome, com distribuição gratuita, segundo uma modalidade que se expande mundialmente e que tem na Grécia o principal modelo de inspiração.

Com notícias, reportagens e análises do quadro nacional e internacional, o Brasil Popular pretende, a exemplo da antiga Última Hora, jornal fundado em 12 de junho de 1951 por Getúlio Vargas e Samuel Wainer,  “defender as conquistas populares, a democracia e fortalecer a consciência nacional em torno de um projeto de nação soberana e independente, desafiando o golpismo midiático. Estamos seguros de que as forças sociais que foram capazes de eleger por quatro vezes governos progressistas, têm capacidade, e também o dever, de organizar um jornal de grande circulação popular”.

‘”Nos últimos 12 anos e meio”, diz  o editorial do BP, “o Brasil registrou uma mudança importante em seus indicadores econômicos e sociais, conquistas reconhecidas por organismos internacionais. A ONU reconheceu que o Brasil saiu do Mapa da Fome, a OIT registrou queda do trabalho infantil, a OMS marcou o declínio da mortalidade infantil, a CEPAL afirma que reduzimos a pobreza e a miséria, e até mesmo o Banco Mundial reconhece a redução das desigualdades sociais”.

“O curioso é que dentre tantas mudanças havidas no Brasil, não houve o surgimento de uma mídia popularcom capacidade para fazer a narrativa destas relevantes conquistas. Afinal, o Brasil ter saído do Mapa da Fome já é uma notícia retumbante, justificando ampla informação e reflexão pelos brasileiros.  No entanto, predomina na mídia brasileira um noticiário negativo, fraudulento, como se o Brasil estivesse em retrocesso, o que afronta a realidade”.

Por isso, o Brasil Popular nasce para preencher essa lacuna: “informar sobre o que realmente ocorre no país, seus avanços, suas dificuldades, suas relações internacionais, mas, sobretudo, levar a informação sonegada pela mídia hegemônica, de maneira simples, direta e clara, aos segmentos populares, onde há baixos índices informativos e de leitura”.

Seus fundadores, reunidos na Associação de Jornalistas do Brasil Popular, definem-se como “uma iniciativa cooperativa, que está estruturando apoios e sustentação entre os segmentos sociais que participaram ativamente destas mudanças, independentes de sua filiação partidária: Para isto estamos criando um grande mutirão. Começamos por Brasília, mas queremos nos estruturar em todas as capitais. Quem tiver interessado em colaborar, busque neste site as formas de associação a este projeto”.

Alerta o BP que “não nascemos para fazer ajustes de contas entre forças de esquerda: nascemos para construir unidade popular e para enfrentar a manipulação e a desinformação da grande mídia empresarial que tenta demolir todas as conquistas alcançadas. Essa manipulação quer impedir a elevação da consciência no povo sobre as decisões políticas que permitiram aos brasileiros terem hoje mais médicos, mais casas, mais escolas, mais universidades, mais eletricidade, mais energia renovável, mais alimentos, mais emprego formal,  mais petróleo e gás, mais produção naval, maiores salários, mais estradas, mais ferrovias, mais relações soberanas e mais respeito no cenário internacional.

Ações golpistas – Neste momento em que forças antinacionais tramam ações golpistas contra a democracia e contra este projeto de mudanças em curso, Brasil Popular nasce para ser uma voz em defesa da legalidade democrática e da soberania nacional, com a tarefa de contar a história de todas as conquistas dos brasileiros e assume o compromisso de estar ao lado das forças progressistas para o que ainda precisa ser conquistado. E, para isto, o que é indispensável informação, consciência e unidade popular!”, termina o editorial.

Os fundadores do jornal se proclamam como “cidadãos e cidadãs progressistas, inquietos com a falta de um jornal que se diferencie da ditadura midiática brasileira, reunidos para propor a criação de um jornal impresso popular para defender os valores democráticos e uma sociedade cada vez mais igualitária”. Inicialmente terá a sustentação da Associação do Jornal Brasil Popular, mas a ideia é a futura formação de uma cooperativa para continuar o projeto.

O Conselho editorial é integrado por Alain Barki, Angélica Torres, Beto Almeida, Bira Souza, César Fonseca, Cirilo Quartim, Eduardo Wendhausen, F. C. Leite Filho, Geniberto Paiva Campos, Inês Ulhôa,  José Alberto, José Augusto Valente e Romário Schettino.

MÍDIA - Saiu no Estadão.


TSE: por que Aécio omitiu doação da Odebrecht?



Relatora das contas da campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República no TSE, ministra Maria Thereza de Assis Moura pediu explicações sobre 15 supostas irregularidades detectadas nos documentos entregues à corte; entre as mais graves, estão o fato de Aecio ter repassado ao PSDB uma doação de R$ 2 milhões feita pela empreiteira de Marcelo Odebrecht, mas não ter registrado a transação na prestação de contas; além da Odebrecht, o TSE quer saber também por que Aecio recebeu R$ 1,75 milhão da construtora Construbase, mas só declarou R$ 500 mil; ao todo, doações recebidas antes das prestações de contas parciais e que só foram registradas nas prestações finais somam mais de R$ 6 milhões.


30 de Agosto de 2015.

247 - A relatora da prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Maria Thereza de Assis Moura, solicitou do tucano explicações sobre 15 supostas irregularidades detectadas nos documentos entregues à corte.
Entre elas está o fato de Aecio ter repassado para o PSDB uma doação de R$ 2 milhões da Odebrecht, mas não ter registrado a transferência na prestação de contas.
"O comitê financeiro nacional para presidente da República do PSDB registrou em sua prestação de contas o recebimento de doação de R$ 2 milhões, efetuada pelo candidato, no entanto, não há o registro da transferência na prestação de contas", afirma o relatório técnico da Justiça Eleitoral. A Odebrecht é uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e seu presidente, Marcelo Odebrecht, está preso desde 17 julho.
Segundo dados divulgados pelo Estado de S. Paulo, além da Odebrecht, o TSE aponta também uma diferença entre o valor declarado pela campanha e o montante efetivamente doado pela construtora Construbase. O candidato tucano recebeu R$ 1,75 milhão, mas declarou R$ 500 mil.
A ministra Maria Thereza de Assis Moura quer saber também por que a campanha tucana declarou R$ 3,9 milhões em doações estimáveis apenas na prestação de contas retificadora.
Das 15 irregularidades detectadas pelo tribunal, pelo menos três foram consideradas infrações graves. Elas dizem respeito a doações recebidas antes das prestações de contas parciais e que só foram registradas nas prestações finais, somando mais de R$ 6 milhões.
O PSDB informou por meio de nota que já esclareceu ao TSE todas as dúvidas e ratificou os erros apontados pelo tribunal. Segundo o partido, todos as doações foram registradas com os devidos recibos eleitorais, inclusive as da Odebrecht e Construbase, e as falhas detectadas são erros meramente contábeis.

Dilma: Povo dá prazo final

"Tem vida mais barata, mas não presta", diz goiano dono de cartório

POLÍTICA - A "Pasadena de FHC"

Do Blog Democracia & Política


DELATOR DA "LAVA JATO" DENUNCIA ESCÂNDALO DA "PASADENA DE FHC/PSDB"




EM VÍDEO, COSTA DENUNCIA A 'PASADENA DE FHC'

"Em vídeos com depoimentos aos investigadores da 'Operação Lava Jato', o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa classificou como um desastre a compra da refinaria "Perez Companc" por US$ 1,13 bilhão, feita pela Petrobras em 2001, no governo PSDB/FHC. O presidente da estatal era Henri Philippe Reichstul. "Essa compra foi tão desastrada quanto a compra [da refinaria] de Pasadena [EUA]", afirmou. Petroleiros que entraram com ação no Superior Tribunal de Justiça contra a operação estimam que, sob comando de Reichstul, a Petrobras recebeu US$ 750 milhões e cedeu US$ 3 bilhões em ativos. Tudo dias antes de uma megadesvalorização na Argentina, que reduziu o valor de tudo pela metade.

Do "Brasil 247"


O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse a investigadores da 'Operação Lava Jato' que a compra de uma refinaria na Argentina no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi "desastrada".
Os vídeos documentam depoimentos prestados por Costa em Curitiba de 29 de agosto a 16 de setembro do ano passado, os primeiros depois que ele fechou acordo de delação premiada. Cópias dos videos estão nos inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar políticos suspeitos de envolvimento com a corrupção na Petrobras.

Indagado sobre ativos da Petrobras na Argentina, Costa levantou dúvidas sobre a compra da refinaria 'Perez Companc' por US$ 1,13 bilhão, em 2011, no governo PSDB/FHC. O presidente da estatal era Henri Philippe Reichstul. "Essa compra foi tão desastrada quanto a compra [da refinaria] de Pasadena [EUA]", afirmou.

Em 2001, quando era presidida por Reichstul, que tentou mudar o nome da estatal para Petrobrax [como mais um passo para a venda da empresa], a Petrobras deu postos de combustíveis, parte de um campo exploratório e 30% de uma refinaria no Rio Grande do Sul, a REFAP, para o grupo espanhol 'Repsol', em troca de ativos na Argentina. Petroleiros entraram com ação questionando a relação de troca e o caso está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Estimamos que a Petrobras recebeu US$ 750 milhões e cedeu US$ 3 bilhões em ativos”, disse, ao '247', o advogado Claudio Pimentel, que lidera a ação. Detalhe: o negócio foi fechado dias antes de uma megadesvalorização na Argentina, que reduziu o valor de tudo por lá pela metade (
leia mais a seguir).

Do "Rio Grande do Sul 247"

NEGÓCIO MAIS POLÊMICO DA PETROBRAS VEM DA ERA PSDB/FHC



Em 2001, quando era presidida por Henri Reichstul, que tentou mudar o nome da estatal para Petrobrax, a Petrobras deu postos de combustíveis, parte de um campo exploratório e 30% de uma refinaria no Rio Grande do Sul, a REFAP, para o grupo espanhol Repsol, em troca de ativos na Argentina. 

Petroleiros entraram com ação questionando a relação de troca e o caso está no STJ. “Estimamos que a Petrobras recebeu US$ 750 milhões e cedeu US$ 3 bilhões em ativos”, disse, ao '247', o advogado Claudio Pimentel, que lidera a ação. Detalhe: negócio foi fechado dias antes de uma megadesvalorização na Argentina, que reduziu o valor de tudo por lá pela metade,

Dezoito de dezembro de 2001. Naquele momento, a Argentina vivia uma de suas mais profundas crises econômicas e tanto a torcida do Boca Juniors como do River Plate sabiam que a desvalorização do peso seria inevitável.

Naquele momento, Fernando de la Rúa governava a Argentina e autoridades locais haviam determinado à espanhola Repsol que se desfizesse de alguns ativos.

Qual foi a solução encontrada? Os espanhóis bateram à porta da Petrobras e fecharam um contrato de troca em que cediam à estatal brasileira a refinaria de Bahia Blanca e recebiam, em contrapartida, 30% da Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, 10% do campo de Albacora Leste e 750 postos de combustíveis da BR Distribuidora. A avaliação feita na época estimava que o que cada parte entregava à outra valia cerca de US$ 500 milhões e o contrato de troca foi assinado por Henri Philippe Reichstul, o presidente da Petrobras que ficou marcado por tentar mudar o nome da empresa para Petrobrax.

Naquele momento, a estratégia era fatiar ativos da empresa e privatizá-la em partes, uma vez que a desestatização completa não seria aceita pela sociedade brasileira. Nesse embate, a reação dos petroleiros à operação produziu uma ação judicial que já está no Superior Tribunal de Justiça. “Estimamos que a Petrobras entregou cerca de US$ 3 bilhões, em valores atualizados, e recebeu US$ 750 milhões”, diz o advogado Claudio Pimentel, que lidera a iniciativa.

Para determinar se houve ou não prejuízo na ação judicial, é que foi proposta a ação. No STJ, a então relatora Eliana Calmon determinou a realização de uma perícia. Mas um indicador concreto de que a Petrobras recebeu ativos argentinos superavaliados foi o que aconteceu na Argentina três dias depois da operação. Em 21 de dezembro de 2001, após uma maxidesvalorização cambial, o governo de Fernando de la Rúa caiu. “O que a Petrobras recebeu da Repsol passou a valer a metade”, diz Pimentel. “Isso talvez explique o fato de a operação ter sido feita a toque de caixa”.

No STJ, Eliana Calmon disse que um caso dessa gravidade não poderia “passar em branco” e determinou a realização da perícia. O ministro Herman Benjamin foi também incisivo e votou conforme o voto da ministra Eliana Calmon, afirmando que o Judiciário não pode assistir inerte ao que se afigura no mínimo como uma “operação temerária”. Aguardam-se os votos dos ministros Humberto Martins e Mauro Campbell.

Outro indicador da estranheza da operação foi o fato de a Petrobras ter recomprado os 30% da Repsol na REFAP por US$ 850 milhões. “Ou seja: pagou bem mais para recomprar do que recebeu quando vendeu”, diz Claudio Pimentel." 

FONTE: do portal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/194851/Em-v%C3%ADdeo-Costa-denuncia-a-'Pasadena-de-FHC'.htm) e (http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/133838/Neg%C3%B3cio-mais-pol%C3%AAmico-da-Petrobras-vem-da-era-FHC.htm).

POLÍTICA - Sonegadores são os têm mais medo do CPMF.

Quem tem medo da CPMF?

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Bastou o governo anunciar a intenção de retomar a proposta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF) para que chovesse uma quantidade de afirmações da disposição de rejeitar a retomada do imposto sobre o cheque. Desde dirigentes do parlamento, que geram novos e exorbitantes gastos do governo, mas querem aparecer demagogicamente, como os que defendem a população contra novos impostos. Passando por grandes empresários, conhecidos pela sonegação de impostos, que querem fazer passar a ideia de que iniciativas como essa dificultariam a retomada dos investimentos. Chegando ao useiros ventríloquos na mídia, com seu discurso pronto contra qualquer iniciativa de democratização tributária.
Por que eles têm medo de um imposto direto, que recai sobre quem gasta mais? Por que rejeitam um imposto que não pode ser sonegado? Por que não aceitam um imposto que retira recursos de quem ganha mais para financiar o mais democrático sistema de saúde pública do mundo?

Porque eles se atendem nos planos privados de saúde. Porque eles sonegam impostos. Porque eles preferem impostos indiretos, em que os pobres e os ricos pagam a mesma quantia.

Se sabia que a reação desses setores seria dura. Sempre foi. O anúncio não foi o mais hábil, porque foi invertida a lógica: primeiro se deveria fazer o que faz o ministro da Saúde: mostrar as necessidades de financiamento do sistema público de saúde. E aí apontar como a CPMF é a forma mais democrática de financiá-lo.

A direita e seus porta-vozes economicistas sempre se valem do isolamento das cifras econômicas do seu sentido social. Mais imposto? Não? Sem mencionar a que necessidade responderia o novo tributo.

Temos que inverter o procedimento: enunciar as necessidades que precisam ser cobertas, explicar como é falso o raciocínio de que se paga excessiva quantidade de impostos no Brasil, explicar o caráter democrático e redistributivo de um imposto como a CPMF, pelo qual quem tem mais transfere recursos para financiar o sistema publico de saúde, o SUS, que atende a toda a população.

Não será possível restaurar a CPMF – que foi eliminada pela aliança espúria da direita, do centro e da ultra-esquerda (recordar a cena imoral de Heloísa Helena, então presidente do Psol, comemorando com a direita, a derrota a tentativa do governo de dar continuidade ao imposto que financia o sistema publico de saúde) – sem um grande trabalho de convencimento prévio de amplos setores da população e do próprio parlamento.

Mas, ao mesmo tempo, o Sistema Único de Saúde (SUS) será duramente afetado se não conseguirmos essa ou outra via de conseguir os financiamentos que o sistema necessita. Democratizar é desmercantilizar, é colocar na esfera pública o que hoje está na esfera mercantil. Transformar em direito o que hoje é mercadoria.

MÍDIA - A fúria da Globo contra o Lula.

Por que a Globo está atacando Lula com tanta fúria. Por Paulo Nogueira

by Paulo Nogueira
Vale tudo contra Lula
Vale tudo contra Lula
Valentemente, assim que os donos determinaram, os jornalistas da Globo pararam de falar no impeachment de Dilma.
Um deles, Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele tinha colocado a inscrição “gave over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.
Trocou-a, com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.
Agora, com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas e comentaristas da Globo avançam, novamente sob ordens patronais, contra Lula.
Todas as mídias da Globo vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta, naturalmente, de 2018.
Tevê, jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.
A novidade aí parece ser a substituição da Veja pela Época na repercussão dos sábados à noite do Jornal Nacional.
Nem para isso mais a Veja serve. Nem para servir de alavanca para o Jornal Nacional. É uma agonia miserável e solitária a da revista dos Civitas.
Lula, em seus anos no Planalto, nada fe para enfrentar a concentração de mídia da Globo, algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da opinião pública.
E agora paga o preço por isso.
Verdade que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula, é mais fácil de ser abatido.
E então Lula decidiu reagir.
Pelo site do Instituto Lula, ele tem rebatido as agressões dos Marinhos, minuciosamente.
E tem anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.
Há um tributo involuntário no movimento anti-Lula da Globo. É um reconhecimento, oblíquo que seja, de sua força.
É assim que o quadro deve ser entendido.
Quem pode ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam provavelmente destruídos ainda no primeiro turno.
Imagine Lula debatendo com cada um deles.
Fora do PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.
Neste sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do que como uma gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o Brasil Livre de Kim Kataguiri.
A Globo vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação de guerra.
E Lula tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final de semana da Época, ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do BNDES na Globo, em 2001, no governo FHC.
Ali se revelou outra face dos sistemáticos assaltos da Globo ao dinheiro público: o caminho do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de propaganda federal. São também outros canais, como o BNDES.
Não é exagero dizer que a Globo, como a conhecemos (não como o jornaleco de província a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público.
Como Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?
É essa pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.
E é isso que explica a heroica valentia patronal dos jornalistas da Globo.

domingo, 30 de agosto de 2015

POLÍTICA - Dilma contra Dilma.


Dilma contra Dilma, por Janio de Freitas


da Folha
 
Até poucos dias, a crise econômica era um tema, entre outros, aproveitado pela crise política para alimentar-se. Com a proposta governamental de recriação da CPMF, as duas crises se fundiram. Foi o que ficou evidenciado na reação de empresários e entidades: há pouco manifestantes de apoio a Dilma e portanto à política econômica e, de repente, indignados com o governo, logo, com Dilma. A ponto de alguns querem a saída de Joaquim Levy, seu aliado ideológico.
 
A inoportunidade política da proposta governamental, reafirmando uma falta de percepção política sem limite, deu-se na ocasião mesma em que o PSDB aturdiu-se com as manifestações empresariais em defesa de Dilma e fez, por isso, um recuo patético na sua ferocidade oposicionista. Dilma e ministros deram aos adversários um socorro masoquista.
 
Certa foi a irritação de Michel Temer com o mau passo do governo, ao qual foi dado, e atribuído ao vice, o apropriado apelido de "imposto impeachment". Renan Calheiros, em instantes, passou de novo general do governismo para a janela de crítico. A insensibilidade do governo Dilma só tem paralelo na insensibilidade do oposicionismo de Aécio, há oito meses forçado a manipular as intensidades de um extremismo primário.
 
A proposta de recriação da CPMF (com outro nome) traz, porém, um aditivo inteligente: a arrecadação é dividida entre governo federal e Estados. Pezão e outros aderiram sem esperar por qualquer conta. Isso faz ainda mais nítido o descompasso do governo entre lucidez política e oportunidade. Se há na proposta o lado que atrai apoios importantes, é incompreensível que não fosse esse o carro-chefe de lançamento do plano, como possível fator de neutralização da pressa para recriar um imposto.
 
Nesta barafunda que é o Brasil a caminho do buraco, muda tudo de um dia para o outro, todos os dias. Não por acaso é agosto, o mês dos ventos insensatos, volúveis entre todos os quadrantes. E setembro vai chegando com ares de que pretende ser um agosto com nome de guerra: as expectativas para setembro voltaram a acinzentar-se. Se depender da percepção e da habilidade do governo, ou da inteligência política da oposição, não há dúvida do que esperar.
 
PRÊMIO DUPLO
 
Indagado sobre prisões para obter concordâncias com delação premiada, o procurador-geral Rodrigo Janot disse no Senado que 79% das delações foram obtidas com réus soltos. São portanto, em suas contas, quatro em cada cinco delatores premiados.
 
Só se a proporção se vale dos réus insignificantes, que pouco estiveram presos porque pouco ou nada tinham a dizer. Os réus graúdos, que justificam a Lava Jato, afinal cederam à delação ainda presos. E, desses graúdos, os que não cederam continuam presos e cercados da expectativa de que cedam. Fernando Soares, Pedro Corrêa e José Dirceu são alguns dos vários exemplos possíveis.
 
A propósito, o Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade que não tem importância, para recebimento do novo prêmio de liberdade por delatar, o fato de Alberto Yousseff haver feito há cerca de dez anos outra delação premiada e descumprido o compromisso de não voltar ao crime. Muito ao contrário, é o criminoso central, o craque do meio-campo, na bandalheira que utilizou a Petrobras.
 
A decisão de dez ministros do STF vale por uma recomendação aos empreiteiros agora premiados: de volta à ativa, não precisam contrariar nada, nem a alma dos seus negócios, nem a sua natureza.
 
HORRORES
 
O motivo, se houve incidente de fronteira ou não, nem importa. Colombianos expulsos da Venezuela às correrias, com seus pertences miseráveis às costas, cruzando riachos a pé, filhos pendurados no corpo, enquanto seus casebres são incendiados, são parte de um quadro de perversidade intolerável do governo venezuelano.
 
Assim como é intolerável a indiferença com que os demais países sul-americanos, sobretudo o Brasil, testemunham essa reprodução cucaracha, criada pelo destrambelhado Nicolás Maduro, do horror de expulsos e fugitivos do Oriente Médio.
 
A indiferença, no caso, é conivência.

EUA - Menos de 1% controla a política nos EUA.


Ex-funcionário de Colin Powell confirma: menos de 1% controla política nos EUA

Sugerido por Adir Tavares
 
 
Jornal GGN - Em entrevista à rádio lituana Baltkom, o ex-chefe de gabinete do secretário de Estado norte-americano Colin Powell, coronel Lawrence Wilkerson, afirmou que a política dos EUA é influenciada por um grupo de 400 trilionários do país, que representam apenas 0,001% da população norte-americana. "São os oligarcas que chefiam todos os processos ‘nos bastidores'", disse. 
 
Paralela à essa notícia, o jornal americano Political Blindspot (PB) informou, recentemente, que 80% da população dos EUA sofre com os efeitos da pobreza e cortes dos poucos programas assistenciais que existem na maior nação liberal do planeta, lutando diariamente contra a falta de emprego. Segundo a mídia, cerca de 50 milhões de estadunidenses vivem hoje abaixo da linha da pobreza.
 
Correio do Brasil


Grupo de 400 trilionários governa os EUA, afirma militar


Por , com agências internacionais – de Washington
Ex-funcionário norte-americano e coronel reformado do Exército dos EUA afirmou, neste sábado, que a política do seu país é determinada por 400 pessoas cujas fortunas são superiores a vários trilhões de dólares. Na entrevista à rádio lituana Baltkom, o coronel Lawrence Wilkerson, ex-chefe de gabinete do secretário de Estado norte-americano Colin Powell, afirmou que a linha política é estabelecida por cerca de 0,001% da população norte-americana.
– São os oligarcas que chefiam todos os processos ‘nos bastidores – disse Lawrence Wilkerson.
O coronel reformado Lawrence Wilkerson critica o sistema político-econômico norte-americano
O coronel reformado Lawrence Wilkerson critica o sistema político-econômico norte-americano.


O ex-funcionário do segundo escalão do governo norte-americano também mostrou a sua indignação com este cenário:
– Nos EUA há cerca de 400 pessoas, trilionários cujas fortunas ultrapassam a casa dos 15 zeros. Esta distribuição de riqueza no país é indecente, ofensiva. A desigualdade é enorme.
Assim, enquanto os EUA impõem a democracia ao resto do mundo, parece que, com tal sistema de administração, eles não sabem realmente o que significa o “governo do povo”, afirmou.


Miséria


Enquanto isso, notícia publicada em um site de notícias especializado em destacar as reportagens que não aparecem na grande mídia norte-americana, o Political Blindspot (PB) relata que na maior nação liberal do planeta, a terra das oportunidades, onde qualquer um pode construir sua riqueza, 80% de sua população viveram próximos a pobreza ou abaixo da linha da miséria (só nessa última condição, são 49,7 milhões de pessoas).
A reportagem fala ainda do aumento cada vez maior do abismo que separe ricos e pobres daquela nação e de como o governo estadunidense, em vez de aumentar a rede de proteção social dos 80% da população que sofre com os efeitos da pobreza, está discutindo os cortes dos poucos programas assistenciais que estão ajudando alguns estadunidenses a se manterem pouco acima da linha da pobreza.
“Se você vive nos Estados Unidos, há uma boa chance que você esteja agora vivendo na pobreza ou muito próximo a ela. Aproximadamente 50 milhões de estadunidenses, (49,7 milhões), estão vivendo abaixo da linha da pobreza com 80% de todos os habitantes dos Estados Unidos vivendo próximo a linha da pobreza ou abaixo dela”, afirma o Political Blindspot.
Essa estatística da “quase pobreza” é mais surpreendente do que os 50 milhões de estadunidenses vivendo abaixo da linha da pobreza, pois ela remete a um total de 80% da população lutando contra a falta de emprego, a quase pobreza ou a dependência de programas assistenciais do governo para ajudar a fazer face às despesas.
Número confiável
A miséria atinge a maioria do povo norte-americano, nas classes mais atingidas pela crise
A miséria atinge a maioria do povo norte-americano, nas classes mais atingidas pela crise
Em setembro de 2013, a Associated Press apontou para o levantamento de dados que falavam de uma lacuna cada vez mais crescente entre ricos e pobres, bem como a perda de empregos bem remunerados na área de manufatura que costumavam fornecer as oportunidades para a “classe trabalhadora” para explicar a crescente tendência em direção à pobreza nos EUA.
Mas os números daqueles que vivem abaixo da linha da pobreza não refletem apenas o número de estadunidenses desempregados. Ao contrário, de acordo com os números de um censo revisado lançado na última quarta-feira, o número – 3 milhões acima daquele imaginado pelas estatísticas oficiais do governo – também são devidos a despesas médicas imprevistas e gastos relacionados com o trabalho.
O novo número é geralmente “considerado mais confiável por cientistas sociais por que ele se baseia no custo de vida, bem como nos efeitos dos auxílios do governo, tais como selos de comida e créditos fiscais,” segundo o relatório da Hope Yen para a Associated Press.
Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos parece pensar que a resposta é cortar mais daqueles serviços que estão ajudando a manter 80% da população minimamente acima da linha da pobreza, cortaram os selos de comida desde o começo do mês. Democratas e Republicanos estão negociando apenas quanto mais desses programas devem ser cortados, mas nenhum dos partidos estão discutindo que eles sequer deveriam ser tocados.

POLÍTICA - "FHC é um oportunista de elite".

  

Aldir Blanc: FHC é
um oportunista de elite !

“Não quero um Brasil no qual o missinistro Gilmar legisle pra um lado só”.



O Conversa Afiada reproduz do Globo inspirado artigo do Mestre Aldir Blanc:


O Brasil de Gógol



Não quero um país onde uma bruaca ateromatosa lamente que Dilma não tenha sido enforcada
Meu querido Arnaldo Bloch:

Crise, seja emocional, política, econômica ou, o que é mais frequente, a terrível mistura das três, dá uma solidão danada. Por isso, qualquer indicação de que estou no caminho da justiça e do bom senso provoca um grande alívio, semelhante ao que meu mordomo, Jack, me proporcionava. Hoje, como Herrera, não estou nem no banco. Uma adorada Original provoca sintomas estranhos. Me iludo: é a diab-2, embora saiba que, parecido com meu saudoso pai, o conjunto da obra é que está na porta apresentando a conta. Obrigado pelo texto “Pra não dizer que não falei de política”: FHC não é príncipe coisa nenhuma. Trata-se de um oportunista de elite, com o demagógico pé na cozinha. Duda Cucunha é mais do que o bandido-mor do país.

Leio obsessivamente História. Muitas dessas leituras são sobre a Segunda Guerra Mundial. Nosso amigo Dapieve pode atestar minha busca em conhecer melhor a hecatombe. Nessas leituras, saquei o seguinte: o Mal que faz um homenzinho reles, antissemita, pedófilo, coprófago, chegado a seitas, entre outras taras, que deixava os asseclas loucos por recuar em um dia, atacar babando na tarde seguinte, um assassino morde-assopra, presas de vampiro e péssimo hálito. Seu nome era Adolf Hitler. Os tais duzentos “domínios” na internet, jesus.org, ovelhas.com etc., não me enganam. Cucunha é praga propinada devastando o país, como provam suas ações contra o ajuste fiscal, para depois “orar”, e ganhar mais dinheiro. Como um lacaio de PC Farias, que poderia, no máximo, fazer comercial tipo “antes eu era assim” contra caspa, preside aquela casa de tolerância, cacetada, é fenômeno putulítico, sendo o “lítico” aí significando Idade da Pedra. As duas primeiras sílabas não preciso explicar.

Anote o que esse cronista, entrando no hospício dos 69 outonos, prevê: quando os coxinhas e os neofascistas rosconarianos se unirem, os perseguidos lavarão com a língua calçadas, como aconteceu na Alemanha nazista. Temos sinais: pedreiro torturado e desaparecido (não teve passeata pra ele), dezenas de chacinados por vingança policial, milicianos de salário ínfimo com BMW e, o mais grave, um secretário de Segurança, antes confiável, apoiando a retirada dos ônibus de jovens “pardos” e negros, sem ficha policial, sem armas, sem drogas. O crime deles foi a cor e a pobreza.

É isso, meu querido. Não quero um Brasil no qual o missinistro Gilmar legisle pra um lado só. Não quero um país onde uma bruaca ateromatosa lamente que Dilma não tenha sido enforcada no DOI-Codi. Não suporto anomalias esperneando porque não mataram todos em 64. E onde o protótipo do corno pergunte ao filho no colo: “O que Dilma é?”. A criança: “p(*)ta”. Desejo um país onde haja clamor nacional contra essa barbárie.

Se Paulo Mamaluf, Fernão “MaseratiLanborghini” Collor e Eduardo Cucunha, entre outros pilantras, não forem presos, fico com o imortal Gógol:

“Encontrem o juiz, encontrem o criminoso, e depois prendam os dois.”

Altamiro Borges: Belo vídeo de Pepe Mujica na UERJ

Altamiro Borges: Belo vídeo de Pepe Mujica na UERJ

POLÍTICA - A má fé e a ignorância da clone da Veja.


Instituto Lula acusa revista de ignorância e má fé e lembra que Globo levou R$ 361 mi do BNDES


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A Globo quer dar o pré-sal para a Chevron como queria dar Mariel para os chineses
Documentos secretos revelam ignorância e má-fé da revista Época
29/08/2015 18:16
do site do Instituto Lula
Mais uma vez a revista Época divulga reportagem ofensiva ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com afirmações falsas e manipulação criminosa de documentos oficiais.
Avançando em ilações maliciosas e irresponsáveis, pelas quais seus jornalistas já foram citados em ação judicial por danos morais movida pelo ex-presidente Lula, a revista insiste em atribuir ao ex-presidente condutas supostamente ilícitas que ele jamais adotou ou adotaria.
A matéria deste final de semana (29/08) é uma combinação de má-fé jornalística com ignorância técnica (ou ambas) e o único crime que fica patente, após a leitura do texto, é o vazamento ilegal de documentos do Ministério das Relações Exteriores que, de acordo com a versão da revista, tiveram o sigilo funcional transferido ao Ministério Público.
Ao contrário do que sustenta a matéria, a leitura isenta e correta dos telegramas diplomáticos reproduzidos (apenas parcialmente, como tem sido hábito de Época) atesta a conduta rigorosamente correta do ex-presidente Lula em seus contatos com as autoridades cubanas e com dirigentes empresariais brasileiros.
A presença de um representante diplomático do Brasil numa reunião do ex-presidente com dirigentes de empresa brasileira demonstra que nada de ilícito foi ou poderia ter sido tratado naquele encontro. O mesmo se aplica ao relato, para o citado diplomata, da conversa de Lula com Raul Castro sobre o financiamento de exportações brasileiras para Cuba.  Só a imaginação doentia que preenche os vácuos de apuração dos jornalistas de Época pode conceber um suposto exercício de lobby clandestino com registro em telegramas do Itamaraty.
Os procedimentos comerciais e financeiros citados nos telegramas diplomáticos são absolutamente corriqueiros na exportação de serviços, como os jornalistas de Época deveriam saber, se não por dever de ofício, pelo simples fato de que trabalham nas Organizações Globo. A TV Globo exporta novelas para Cuba desde 1982, exporta para a China e exportou para os países de economia fechada do antigo bloco soviético.
Deveriam saber que, em consequência do odioso bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos, empresas que fazem transações com Cuba estão sujeitas a penalidades e restrições pela legislação dos EUA. Por isso, evitam instituições financeiras sujeitas ao Office of Foreign Assets Control, que é uma agência do governo dos EUA e não um “organismo internacional de fiscalização”, como erra a revista.
Ao contrário do que o texto insinua, maliciosamente, não há, nos trechos reproduzidos, qualquer menção a interferência do ex-presidente em decisões do BNDES, pelo simples fato de que tal interferência jamais existiu nem seria possível, devido aos procedimentos internos de decisão e aos mecanismos prudenciais adotados pela instituição.
Os jornalistas da revista Época deveriam conhecer o rigor de tais procedimentos e mecanismos, pois as Organizações Globo tiveram um relacionamento societário com o BNDESPar, subsidiária do BNDES. Em 2002, no governo anterior ao do ex-presidente Lula, ou seja, no governo do PSDB, este relacionamento se estreitou por meio de um aporte de capital e outras operações do BNDESPar na empresa Net Serviços, totalizando R$ 361 milhões (valores de 2001).
Deveriam saber que em maio de 2011, por ocasião da mencionada visita  do ex-presidente a Havana, o financiamento do BNDES às obras do Porto de Mariel estava aprovado, havia dois anos, e os desembolsos seguiam o cronograma definido nos contratos, como é a regra da instituição, que nenhum suposto lobista poderia alterar.
Em nota emitida neste sábado (29) para desmentir a revista, o BNDES esclarece, mais uma vez, que “os financiamentos a exportações de bens e serviços brasileiros para as obras do Porto de Mariel foram feitos com taxas de juros e garantias adequadas”, e que os demais contratos mencionados não se realizaram. Acrescenta que “o relacionamento do BNDES com Cuba foi iniciado ainda no final da década de 1990, sem qualquer episódio de inadimplemento ou atraso nos pagamentos.”
Os jornalistas da Época deveriam saber também que não há nenhum ilícito relacionado às palestras do ex-presidente Lula contratadas por dezenas de empresas brasileiras e estrangeiras, entre elas a Infoglobo, que edita o jornal O Globo. Deveriam, portanto, se abster de insinuar suspeição sobre esta atividade legal e legítima do ex-presidente.
Tanto em Cuba quanto em todos os países que visitou desde que deixou a presidência da República, Lula trabalhou sim, com muito orgulho, no sentido de ampliar mercados para o Brasil e para as empresas brasileiras, sem receber por isso qualquer espécie de remuneração ou favor. Lula considera que é obrigação de qualquer liderança política contribuir para o desenvolvimento de seu País.
Os jornalistas da Época deveriam saber que todos os grandes países disputam mercados internacionais para suas exportações. E que não fosse o firme empenho do governo brasileiro, para o qual o ex-presidente Lula contribuiu,  talvez o estratégico porto de Mariel fosse construído por uma empresa chinesa, ou os cubanos estivessem assistindo novelas mexicanas. Neste momento histórico, em que EUA e Cuba reatam relações e o embargo econômico americano está prestes a  acabar, a revista Época volta no tempo a evocar velhos fantasmas da Guerra Fria e títulos de livros de espionagem.
Ao falsear a verdade sobre a atuação do ex-presidente Lula no exterior, os jornalistas da revista Época tentam criminalizar um serviço prestado por ele ao Brasil. O facciosismo desse tipo noticiário é patente e desmerece o jornalismo e a inteligência dos brasileiros.
PS do Viomundo: A Globo faz a velha jogada de sempre. Publica na Época e “repercute” porcamente no Jornal Nacional.

POLÍTICA - Janot da aula de democracia ao Gilmar Dantas Mendes.

A Folha publicou ontem   o texto do parecer da Procuradoria Geral da República em resposta a um dos “pedidos de investigação” feitos pelo Ministro Gilmar Mendes, na sua faina de encontrar, nas contas da campanha de Dilma Rousseff, alguma situação que alimente sua pretensão de anular o resultado das eleições.
 
Além das considerações sobre os fatos apontados por Mendes ( que, diz ele,  ” não apresentam consistência suficiente para autorizar, com justa causa, a adoção das sempre gravosas providências investigativas criminais”), Rodrigo Janot, com as honras de estilo, dá uma lição de respeito ao processo eleitoral que deve ter deixado o tucano de toga a bufar.
 
Os trechos do parecer pelo arquivamento do pedido de Gilmar Mendes reproduzidos na Folha não perdem a força pelo uso das luvas de pelica da linguagem jurídica:
” (outro) fundamento para o arquivamento ora promovido: a inconveniência de serem, Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral, protagonistas —exagerados— do espetáculo da democracia, para os quais a Constituição trouxe, como atores principais, os candidatos e os eleitores”
Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e do ônus que lhes sobrevêm, os derrotados devem conhecer sua situação e se preparar para o próximo pleito”, afirmou.
“A questão de fundo é que a pacificação social e estabilização das relações jurídicas é um das funções mais importantes de todo o Poder Judiciário, assumindo contornos de maior expressão na Justiça Eleitoral, que lida com a escolha de representantes para mandatos temporários”
 
Em resumo, Janot ensina a Gilmar Mendes que não há um “terceiro turno” judicial das eleições, onde, em lugar de mais de cem milhões de brasileiros, alguns altos magistrados julgam quem deve ou não ocupar a Presidência.
 
Quem acompanha a trajetória de Gilmar Mendes tem certeza que que, na primeira oportunidade, o “sereníssimo” magistrado terá outra reação “daquelas”.
 
Daquelas que vão nos deixar perplexos entra os significados de “coisa julgada” e de “coisa julgando”.

sábado, 29 de agosto de 2015

POLÍTICA - Uma saída imediata para superar a crise.


Uma saída imediata para superar a crise econômica da Petrobrás e do país

Meses atrás escrevi “meu último artigo sobre política econômica antes do grande desastre”. Retomo agora minha colaboração com os blogs. É que chegou o grande desastre, cuja principal virtude é nos confrontar com fatos, e não com ideologia. Não há, hoje, nenhuma pessoa que tenha um mínimo de discernimento que acredita no sucesso da política econômica de Joaquim Levy. Ela é a expressão acabada de um favorecimento sórdido aos banqueiros, os únicos que apresentaram lucros trimestrais gigantescos enquanto a Nação afunda.
Entretanto, não me interessa agora empilhar xingamentos. Isso está sendo feito com regularidade pela esmagadora maioria dos economistas e políticos progressistas, e mesmo por alguns conservadores que estão assustados com a dimensão do desastre. Chegou a hora de contribuir de alguma forma para a solução desta que já é a maior crise de nossa história. Em toda minha vida, como jornalista, como economista e como professor, procurei sempre ter uma postura propositiva. Às vezes ataquei, sim, mas foi no estrito interesse público.
Esse desastre em que estamos tem saída. Curiosamente, é uma saída simples. Na verdade, é uma saída que repete iniciativa já adotada no Governo Lula para o enfrentamento da crise de 2008. Como o foco do desastre agora é a Petrobrás e a cadeia do petróleo, é aí o ponto a atacar. Ajudei o senador Roberto Requião a formular um projeto que consiste em autorizar o Tesouro Nacional a fazer um empréstimo ao BNDES para que ele financie a Petrobrás no montante necessário para que volte aos níveis de investimentos do ano passado.
A Petrobrás emitiria debêntures para dar em garantia ao BNDES. E usaria os recursos assim obtidos para irrigar toda a cadeia produtiva do petróleo que lhe está associada por contratos de fornecimento e de construção, inclusive de navios plataformas, pagando imediatamente os atrasados. Claro, a preliminar indispensável para isso é que o Governo faça imediatamente uma reestruturação radical do sistema de governança da Petrobrás, a qual deve servir de exemplo para o resto da administração indireta. Já as empresas privadas envolvidas em falcatruas devem pagar indenizações e multas, mas sem declaração de inidoneidade para operar com o setor público, pois isso as destruiria.
O fundamento desse projeto, como disse, foi a operação de 2009/10. Na época, o Governo Lula autorizou o Tesouro a emprestar R$ 180 bilhões ao BNDES para que ele salvasse o sistema produtivo, sobretudo privado, do grande apetite dos banqueiros que decidiram estancar-lhe o crédito. Também agora o sistema bancário privado, sobretudo o internacional, quer arrancar o couro da Petrobrás em termos de taxa de juros a pretexto de que perdeu grau de investimento.  O importante a notar é que, no médio prazo, nos dois casos, não há real aumento da dívida pública: o aumento inicial é logo compensado pelo crescimento econômico em face da redução da relação dívida/PIB, como em 2010.
Colaborei também com o senador Paim no sentido de elaborar um projeto que, a fim de eliminar ambiguidades jurídicas da Lavajato, discrimine claramente na lei empresário de empreiteira. A investigação e os processos-espetáculo da Lavajato encharcaram a sociedade brasileira de ódio contra as empreiteiras, confundindo pessoa jurídica com pessoa física. Empresa, conceitualmente, é um ente social, um instrumento de realização de riqueza por meio do trabalho contratado. Não se pode criminalizar esse instrumento.
É claro que empresários e executivos que tenham cometido irregularidades devem pagar pelo que fizeram. Mas da mesma maneira que uma faca, instrumento de descascar legumes, não é culpada quando alguém a maneja para um crime, empresa não pode ser destruída porque seus gestores cometeram infrações. A grande fonte de desemprego que ocorre atualmente na área do petróleo e afins, ameaçando atingir cerca de 500 mil direta e indiretamente, é justamente a ausência de uma definição legal clara que separe essas duas entidades, a empresa e o empresário.
A “vingança” que se prepara contra os empresários ultrapassa o razoável. Fala-se em encampação das ações majoritárias das empreiteiras para dar o controle ao Estado que depois as colocaria no mercado para venda. É um despropósito completo. Não existe encampação pura e simples no nosso sistema jurídico. Há desapropriação por interesse público. Isso requer fundamentação e indenização. Então o Estado vai desapropriar o controle das empreiteiras envolvidas na Lavajato e pagar a indenização devida? De quanto? Que lógica há nisso?
Mas há outras questões de caráter prático que devem ser consideradas. Empreiteira é uma empresa especial. Seus donos correm os maiores riscos no sistema capitalista, a saber, risco ambiental,  risco financeiro, risco social,  risco trabalhista, risco arqueológico, risco histórico, risco de atrasos nos pagamentos do Estado. Quem vai correr esses riscos, e em nome de quem, no caso de uma desapropriação do controle? Uma siderúrgica corre alguns desses riscos, de uma vez por todas; a empreiteira corre enquanto durar a obra.
A combinação do projeto Requião com o projeto Paim resolve a crise no setor petróleo e, considerando que a cadeia do petróleo arrasta cerca de 20% da economia – do estaleiro ao botequim junto dele -, funcionaria como força de arraste da economia brasileira. Mantenho a avaliação que fiz anteriormente de que, juntando os efeitos da Lavajato com os do arrocho Joaquim Levy, fecharemos o ano com uma contração próxima de 5%, e uma taxa de desemprego nas vizinhanças de 15%, em média, e de cerca de 25% para os jovens. Mas 2016 ainda podemos salvar.

POLÍTICA - Governo Dilma - 2.

Ricardo Kotscho. 

“Governo Dilma-2 caminha para a autodestruição”

  
LM Pesquisa Data Folha indica queda de popularidade de Dilma Rousseff 280720150001 300x180 Governo Dilma 2 caminha para a autodestruição
Não, o caro leitor não se enganou: o título acima está entre aspas porque é exatamente o mesmo do texto que publiquei aqui no dia 2 de fevereiro de 2015, às 10h01 _ quase sete meses atrás, portanto, quando a crise que vivemos hoje estava apenas começando.
Reproduzo abaixo alguns trechos:
"Pelo ranger da carruagem desgovernada, a oposição nem precisa perder muito tempo com CPIs e pareceres para detonar o impeachment da presidente da República (...) O governo Dilma-2 está se acabando sozinho num inimaginável processo de autodestruição".
"Isolada, atônita, encurralada, sem rumo e sem base parlamentar sólida nem apoio social, contestada até dentro do próprio partido, como estará se sentindo neste momento a cidadã Dilma Rousseff, que faz apenas três meses foi reeleita por mais quatro anos? Ou, o que seria ainda mais grave, será que ela ainda não se deu conta do tamanho da encrenca em que se meteu?"
"É duro e triste ter que escrever isso sobre um governo que ajudei a eleger com meu voto, mas é a realidade. É preciso que Dilma caia nesta realidade e mude radicalmente sua forma de governar, buscando e não arrostando apoios, ouvindo pessoas fora do seu núcleo palaciano, como prometeu no discurso da vitória, antes que seja tarde demais".


Neste meio tempo, a situação do governo e do país só fez se agravar a cada dia, até entrarmos em recessão econômica, em meio a uma guerra política, sem ninguém poder prever o que virá pela frente.
Tem horas em que gostaria de estar errado. Neste caso, infelizmente, estava certo. Como sempre digo, não posso, no meu ofício de repórter, brigar com os fatos.

POLÍTICA - "À altura do momento"

À altura do momento – Luiz Carlos Bresser Pereira

Este não é o momento para atacar o governo ou tentar desestabilizá-lo. Temos que reunir forças para enfrentar mais uma crise econômica
bresser-pereiraO Brasil vive uma crise política profunda que tem como causa principal a Operação Lava Jato, e como segunda causa a perda de apoio da presidente Dilma Rousseff junto à sociedade devido aos maus resultados da economia e ao envolvimento do PT no escândalo da Petrobras.
Vivemos também uma crise econômica aguda, que não significou a quebra do país, como ocorreu nas duas últimas crises, mas que ameaça a sociedade brasileira com uma longa e penosa recessão.
As causas da crise econômica são a violenta queda no preço das commodities exportadas pelo Brasil em 2014 e a forte expansão fiscal. Em um país que não aceita mais a irresponsabilidade fiscal, a crise econômica associada à crise política, produziu uma grave crise de confiança e a redução dos investimentos.
As duas crises estão, portanto, associadas: a política agrava a econômica e é por esta agravada.
Diante dessa dupla crise, a presidente fez o que podia e devia fazer: mudou radicalmente sua política econômica e delegou sua formulação e execução a dois economistas competentes, Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). Ao mesmo tempo entregou a coordenação política ao vice-presidente, Michel Temer, um político competente e experiente.
Ainda que eu não esteja tão pessimista como a maioria dos economistas a respeito da recuperação cíclica da economia brasileira, o fato é que o governo está encontrando uma grande dificuldade em fazer o ajustamento fiscal necessário.
O Orçamento brasileiro é irracionalmente rígido devido às vinculações constitucionais; os deputados do PMDB e da oposição têm votado projetos irresponsáveis, como o fator previdenciário e o aumento dos salários dos servidores do Judiciário; e a oposição não para de falar em impeachment, embora não haja qualquer base jurídica para tal.
Neste quadro difícil, o Banco Central, ao aumentar e se dispor a manter a taxa de juros em nível elevadíssimo, não reconhece que não há necessidade de aprofundar a recessão. O desemprego já aumentou e os salários começam a cair, o que significa que o inevitável ajuste salarial deverá desacelerar a inflação.
Por outro lado, o governo foi obrigado a reduzir a meta de superavit primário deste ano, pois a queda da receita fiscal tornou esse objetivo inviável. Mas estendeu o período de ajuste para 2016, o que significa que a demanda estará muito frouxa por mais tempo. Por que continuar a aumentar os juros, onerando a conta fiscal do governo brutalmente?
Hoje vemos um governo que está frágil ser atacado pelo Banco Central, pela oposição e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que age com o objetivo de “melar” a Lava Jato, que o ameaça, e avançar na proposta de impeachment, imaginando, assim, ter mais poder.
Ora, este não é o momento para atacar o governo. Muito menos é o momento para tentar desestabilizá-lo. Não estamos em época de eleições, mas em um momento em que temos que reunir forças para enfrentar uma crise econômica.
O que hoje precisamos é de um acordo político provisório. Como assinalou o professor Marcos Nobre em artigo no “Valor Econômico”, o acordo deve conter apenas dois itens: apoio à Lava Jato e rejeição da ideia de impeachment, a não ser que surjam fatos novos graves.
Temos excelentes políticos que sabem que a política é a arte do compromisso e que se sentem responsáveis pelos destinos da nação.
Grandes crises são momentos em que os grandes políticos se afirmam, porque deixam de lado as questões eleitorais de curto prazo e pensam no país. O Brasil vive um momento de profunda restruturação política, e os brasileiros saberão quem esteve à altura do momento.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 81, é professor emérito de economia, teoria política e teoria social da FGV. Foi ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia (governo FHC)

POLÍTICA - Charge do Aroeira no O Dia.








ECONOMIA - Queda do PIB.


Uma técnica nazista para explicar a queda de 1,9% do PIB no trimestre, por J.Carlos de Assis
Por J. Carlos de Assis
O mantra dos economistas neoliberais martelado pela grande mídia para explicar a queda de 1,9% do PIB no segundo trimestre em relação ao primeiro é a falta de “confiança” na economia. Isso é mais ou menos como dizer que a culpa pelo sentimento de culpa é a culpa. Se o PIB caiu, é óbvio que muitos empresários deixaram de investir; e se deixaram de investir, é óbvio que não tiveram confiança no desempenho futuro da economia. Mas por que não tiveram confiança? Os neoliberais e a mídia que lhes serve nada dizem a respeito.
Um garoto esperto da cadeira de Introdução à Economia poderia esclarecer isso com um comentário na ponta da língua: deixaram de investir porque não tem demanda; não tem demanda porque o investimento caiu; e o investimento caiu porque o único investidor que pode investir sem se preocupar com a demanda é o Estado, e os investimentos e gastos do Estado, em vez de aumentarem, foram cortados em função do arrocho de Joaquim Levy. O investimento público, eis a questão, é a chave da queda e da retomada.
O que disse acima é uma síntese da doutrina keynesiana. Por que, então, os neoliberais falam em “confiança” como o elemento mágico de empurrar a economia? Simplesmente porque querem um Estado mínimo, com medo de um Estado maior e mais eficaz que implicaria transferência de renda para os pobres através de impostos e do gasto público. Contudo, como a queda da economia é um fato, e não ideologia, eles são obrigados a arranjar um culpado, e o culpado passa a ser a repetição de um mantra, confiança, que não explica nada pois é pura empulhação.
Em outra oportunidade disse que a técnica nazista de controle da opinião pública era se apropriar de determinadas palavras e distorcer seu significado, fazendo uma lavagem cerebral nas pessoas pela repetição. Estamos vendo que não é necessário um Goebels para fazer a mesma coisa no Brasil contemporâneo. Temos um Goebels coletivo na grande imprensa, que, curiosamente, não faz isso por um partido, mas exclusivamente em favor do sistema financeiro especulativo. Claro, não é de graça. A banca são seus maiores anunciantes.
J. Carlos de Assis é jornalista, economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor do recém-lançado “Os sete mandamentos do jornalismo investigativo”, ed. Textonovo, SP.