terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

FARSA JATO - Recado do Dr. Moro para seu pupilo.

 Política

Moro mandou Dallagnol colocar os americanos para “trabalhar” na Lava Jato

"Eles estão só sugando por enquanto. Hoje falei com eles sobre as contas lá da Ode [Odebrecht] pra ver se fazem algo", respondeu Dallagnol

Jornal GGN – Em 2015, enquanto era juiz da Lava Jato, Sergio Moro enviou mensagem ao então chefe da força-tarefa do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, orientando a ele que procurasse diretamente os procuradores dos Estados Unidos para que pedir ajuda em uma diligência envolvendo as investigações que tramitavam em Curitiba.

Era 4 de novembro de 2015 quando o então juiz Moro, em férias, deu uma dica a Dallagnol: “Você viu a decisão do evento 16 no processo 5048739-91? A diligência merece um contato direto com as autoridades do US [Estados Unido]”, sugeriu Moro. “Colocar US attorneys [procuradores americanos] para trabalhar porque até agora niente [nada] rs”, escreveu Moro quando Dallagnol disse que iria providenciar o contato.

Pelo tratado de cooperação internacional em matéria penal assinado em meados dos anos 2000 entre Brasil e EUA, esse tipo de colaboração deveria ser intermediada pela autoridade central brasileira, que, no caso, é o Ministério da Justiça. Mas as mensagens reveladas pelo hackeamento dos celulares dos membros da Lava Jato mostraram um esforço para escapar dos olhos da autoridade central durante o governo Dilma.

O processo citado por Moro a Dallagnol aparece na Lava Jato como a quebra de sigilo fiscal do engenheiro e depois delator da Lava Jato, Zwi Skornicki.

Dallagnol disse a Moro que os americanos, até então, só estavam “sugando” informações da Lava Jato, sem retribuir à altura. “Hoje falei com eles sobre as contas da Ode para ver se fazem algo”, disse o procurador a respeito da Odebrecht.

Conforme o GGN já explicou aqui, com ajuda da força-tarefa, o Departamento de Justiça e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA montaram ações contra gigantes brasileiras, inclusive a Petrobras, gerando pagamentos de multas em valores exorbitantes.

Durante toda a operação, os advogados de Lula e outros juristas desconfiaram e questionaram da natureza dessa colaboração com os norte-americanos e também com os suíços. Mas a força-tarefa sempre negou irregularidades.

Agora, com a mensagem revelada nesta segunda (1/2), vem à tona a confirmação do papel de Moro também na comunicação com os EUA. Durante as oitivas do caso Lula, o então juiz impedia que os advogados descobrissem o que os procuradores norte-americanos estavam obtendo em informações junto aos delatores da Lava Jato.

A mensagem abaixo faz parte de um lote de 50 páginas liberado pelo ministro Ricardo Lewandowski nesta segunda (1/2), em um dos processos de Lula no Supremo Tribunal Federal. O material, obtido pela Polícia Federal na Operação Spoofing, representa apenas 4,6% do total hackeado.

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