A força da história.
A rebeldia da costureira, o boicote coletivo e a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Acima, um policial tira as impressões digitais de Rosa Parks, mulher negra, presa em 1955, por se recusar a ceder seu lugar no ônibus para um branco .
Abaixo, o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos sentado exatamente no mesmo automóvel e no mesmo assento que alterou para sempre a história dos negros norte-americanos.
Rosa Parks foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Ficou famosa por ter mudado a historia em 1º de dezembro de 1955, quando, após um dia de trabalho intenso, se recusou frontalmente a ceder o seu lugar no ônibus a um homem branco.
Rosa foi presa e levada para a delegacia, já que pelas leis do Estado do Alabama uma pessoa negra não poderia se recusar a ceder seu lugar no ônibus para um branco. Com a recusa, Parks recebeu voz de prisão e foi detida por policiais brancos, o que gerou uma repercussão rápida do caso. Em menos de uma hora, havia mais de 500 negros se manifestando contra a prisão da costureira.
O fato virou o estopim do movimento que foi denominado como boicote aos ônibus de Montgomery: durante mais de um ano, parte considerável dos negros da cidade não pegavam mais ônibus, o que gerou um prejuízo significativo aos cofres públicos , já que a maior parte dos usuários do transporte era formada por pessoas negras.
Foi também a partir desse fato que a luta, já antiga, dos negros por igualdade civil ganhou força, pois o grande boicote abriu espaço para a ascensão de líderes como Martin Luther King.
Após 10 anos do ocorrido e com o movimento negro ainda em plena efervescência, foi aprovada, em âmbito federal, a lei do voto de 1965 (Voting Rights Act, em inglês), a legislação foi um marco na legislação dos Estados Unidos, por ter estabelecido o fim das práticas eleitorais discriminatórias, decorrentes da segregação racial no país, o que possibilitou a eleição de representantes políticos negros com maior facilidade.
Em 2012, Barack Obama, então presidente dos Estados Unidos, foi ao The Henry Ford Museum para visitar o ônibus e pediu gentilmente aos curadores se poderia sentar no assento, que segundo ele, deu descanso para a corajosa costureira, que a partir de seu gesto de rebeldia, proporcionou a chegada do primeiro negro ao cargo mais importante do mundo Ocidental.
Texto - Joel Paviotti
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