Ex-diretor da “nada democrática Globo” conta como “ajudou Collor” e “lascou LULA”, diz jornalista
06/02/2022
O ex-diretor da rede Globo, Boni, em imagem reprodução YouTube, e os ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva, em imagem reprodução YouTube, durante debate realizado pela emissora no ano de 1989, ocasião da eleição presidencial que deu a vitória àquele que mais tarde sofreu impeachment | Sobreposição de imagens
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PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO
Boni só não colocou caspa no cabelo de Collor “porque ele não aceitou“, mas “conseguimos botar um suor com apoio de uma glicerinazinha“, disse, e “pastas com supostas denúncias contra LULA”, que “estavam com papéis em branco”
Imagens antigas com o diretor principal da Globo, que trabalhou na emissora por 30 anos e chegou a ser vice-presidente de operações, fazendo revelações sobre como alterou o rumo do resultado do enfrentamento entre os dois presidenciáveis mostram, como a filósofa Marcia Tiburi afirmou, o quanto “é apavorante pensar que funciona assim mesmo”.
“A falta de escrúpulos é natural nos meios de comunicação, partidos escamoteados da política brasileira”, prosseguiu Tiburi, cuja afirmação foi feita em um tuíte que respondeu a Xico Sá.
Segundo o jornalista, Boni “decidiu fazer uma edição que ajudou Fernando Collor a vencer a eleição e lascou LULA da Silva. A nada democrática Rede Globo de TV lascou LULA“, repetiu.
Veja abaixo e leia mais a seguir:
Como diretor, Boni se tornou o grande responsável pelo formato básico da programação que dura até hoje, com a grade do horário nobre dividida com a primeira novela, a segunda, o Jornal Nacional, a terceira e, finalmente, uma atração especial a seguir.
Isso mostra que o ex-diretor, que é pai do Boninho mencionado por Sá, teve participação estratégica na eleição de 1989 e prova que o modus operandi da Globo vem de outros carnavais.
No programa Dossiê da Globo News, exibido em (26/11/2011), o diretor da toda poderosa confessou tudo, o que explica como o Jornal Nacional tornou-se o maior golpe contra a democracia e a livre escolha dos brasileiros nos tempos pós ditadura militar.
Boni disse que o debate estava muito desigual porque “LULA era o povo e o Collor era a autoridade“, o que o deixava em desvantagem.
“Nós conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com apoio de uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali com supostas denúncias contra o LULA, mas as pastas estavam inteiramente vazias, ou com papéis em branco”, disse o ex-diretor.
“Foi uma maneira de melhorar a postura do Collor junto ao espectador pra ficar em pé de igualdade com a popularidade do LULA“, afirmou Boni, que na época não poderia imaginar que estava sacaneando aquele que viria a se tornar o maior presidente que o Brasil já teve em favor de outro que foi o primeiro a sofrer impeachment, ainda no primeiro mandato.
O entrevistador pergunta se “o suor do Collor no debate, então foi produzido?“, e Boni não confirma ao gosto do jornalista, mas diz que “todo aquele debate, não o conteúdo, que era do Collor mesmo, mas a parte informal, nós é que fizemos. Me lembrei do Jânio, só não botei uma caspazinha no Collor porque ele não aceitou”.
Assista ao famigerado vídeo:
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