Preparando um novo golpe (agora contra a futura eleição presidencial)
General que questiona eleições contratou empresa israelense de ex-chefe de TI de Bolsonero (general Héber Portella chefia setor do Exército que firmou parceria com CySource, que contratou ex-diretor do Planalto)
O general Héber Garcia Portella, comandante de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro (ComDCiber), foi responsável pela assinatura de um "acordo de cooperação" com a empresa de cybersegurança israelense CySource, em março deste ano. Portella foi indicado pelas Forças Armadas, em setembro/2021, para participar de uma comissão criada pelo TSE para fiscalizar o processo eleitoral. No posto, ele tem insistido em apontar supostos riscos e fragilidades do sistema de votação brasileiro. A firma israelense contratada pelo setor de Portella no Exército tem como um de seus executivos o analista de sistemas Hélio Cabral Sant'ana, ex-diretor de Tecnologia da Informação da Secretaria-Geral da Presidência no desgoverno de Bolsonero.
No mês em que deixou o governo, em março/2022, Sant'ana atuou como um dos representantes da CySource na celebração do termo cooperação da empresa com o Exército Brasileiro para capacitar militares em defesa cibernética.
O acordo foi assinado presencialmente, em 25 de março, em Tel Aviv. O encontro reuniu o coronel Jaques Flório Simplício, adido de Defesa do Brasil em Israel, o embaixador brasileiro em Israel, Gerson Menandro Garcia de Freitas, e Shai Alfasi, executivo da CySource.
Até hoje, os detalhes do acordo de cooperação não são públicos. No Portal da Transparência, não consta nenhum documento relativo à negociação. A empresa também não aparece como fornecedora ou prestadora de serviços ao governo.
"Vamos capacitar o Exército com um leque de treinamentos, adequando todo conteúdo para atender as necessidades que foram identificadas", disse Sant’ana, em comunicado divulgado por ambas as partes após o encontro.
De acordo com a nota da empresa, entre os conceitos abordados na capacitação estão: análise de malware, fundamentos de rede, respostas a incidentes cibernéticos, red team, perícia forense digital e testes de intrusão a sistemas críticos.
A empresa israelense tem militares e bolsonaristas
Além de ter chefiado as políticas de tecnologia da informação na Presidência da República durante o desgoverno Bolsonero, Hélio Cabral Sant'ana foi tenente do Exército. Para sair do Executivo e assumir o cargo na CySource, ele teve autorização da Comissão de Ética Pública da Presidência.
Assim como ele, o diretor global de vendas da CySource, Luiz Katzap, também foi tenente do Exército.
A CySource foi fundada por veteranos militares de Israel. Após anos atuando com segurança cibernética para organizações militares, a empresa afirma contar com "a melhor plataforma de educação e treinamento em segurança cibernética baseada em Inteligência Artificial do mundo".
O diretor executivo da CySource, Amir Bar-El atuou nas unidades de inteligência do Mossad, serviço secreto de Israel. Depois, fez carreira na iniciativa privada.
“Ao longo dos anos estabelecemos academias de segurança cibernética para organizações militares e unidades de segurança em todo o mundo, o que nos permitiu consolidar conhecimento estratégico na defesa cibernética”, afirmou Bar-EI no comunicado da parceria com o Exército Brasileiro.
Empossado no cargo do Comando de Defesa Cibernética em maio de 2021, Helber Garcia Portella já foi instrutor da AMAN. Ainda foi Comandante do 28º Batalhão de Infantaria Leve em Campinas, São Paulo. Como general, foi chefe do Comando Militar do Nordeste (CMNE), sediado em Recife (PE).
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