Só no ano passado, mais de 100 indígenas Yanomami morreram por causa do garimpo ilegal.
Esta semana boa parte da internet brasileira perguntou “Cadê os yanomami?” em referência ao sumiço de 24 indígenas da comunidade Aracaçá, em Roraima. Suas casas foram encontradas queimadas poucos dias depois da denúncia da morte de uma adolescente de 12 anos, vítima de estupro cometido por garimpeiros. O caso segue sem solução, e o clima de terror imposto pelos garimpeiros, que teriam comprado o silêncio das vítimas com ouro, também dificulta as investigações.
Um relatório feito pela Hutukara Associação Yanomami mostra que o garimpo ilegal vem provocando uma tragédia social junto aos Yanomami e que a Aracaçá está “em vias de desaparecimento” por causa da desagregação social provocada pela atividade.
Além da introdução de bebidas alcoólicas pelos garimpeiros e do acirramento de conflitos internos, o relatório aponta que indígenas “deixaram de abrir roças e hoje dependem da alimentação oferecida pelos garimpeiros em troca de serviços, como carregar combustível e realizar pequenos fretes de canoa”. Aqui você pode ler mais detalhes sobre esse relatório e as ameaças, o silenciamento e a omissão envolvendo o caso da menina Yanomami.
A mineração em terras indígenas demarcadas é proibida pela legislação brasileira, mas a Agência Nacional da Mineração recebe muitas requisições de empresas que já estão de olho na possibilidade de explorar recursos minerais nesses territórios. E os Yanomami vivem na Terra Indígena mais requisitada pelas mineradoras: os pedidos protocolados já cobrem 40% da área total de seu território.
Nós identificamos os autores de pedidos de exploração de ouro e cassiterita sobre terras Yanomami feitos em 2021. Entre eles estão uma corporação de commodities agrícolas, uma cooperativa de garimpeiros, uma garimpeira presa por tráfico de drogas e uma indústria de arroz sediada em Roraima. Clique aqui para ver quem são.
Dos 12 deputados que votaram contra o piso salarial para enfermeiros, oito são do Partido Novo
Lembra quando a gente aplaudiu os profissionais da saúde no início da pandemia porque foram eles que seguraram a barra mais pesada de tudo que a gente viveu nos últimos dois anos? Bom, as enfermeiras e enfermeiros, técnicos de enfermagem e parteiras demandam há anos a instituição de um piso salarial que garanta condições de vida dignas. A proposta finalmente foi aprovada nesta quarta pela Câmara dos Deputados por ampla maioria dos parlamentares: 449 votos a favor e somente 12 contra.
O único partido que deu a orientação de voto contrário ao projeto a seus integrantes foi o Partido Novo. Logo, todos os deputados da sigla foram contrários à proposta, totalizando oito votos.
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