quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

PETROBRAS - Estrangeiros de olho nas obras.




A manchete acima não foi produzida pela AEPET, nem por algum partido “radical” e muito menos por grupos “interessados em encobrir os casos de corrupção do governo”. O jornal O Globo de domingo mostra, com detalhes, que “no rastro dos escândalos”, e a conseqüente crise nas empreiteiras (nacionais), “empresas espanholas e chinesas buscam oportunidades no Brasil”, oportunidades estas que podem superar R$ 350 bilhões. “O grande motivador desta mudança é a Operação Lava-Jato, cujas investigações atingem as grandes empresas brasileiras do segmento e desencadeou uma crise no setor”, diz o texto.


Na matéria, o jornalista Henrique Gomes Batista deixa claro que o vácuo deixado pelas empresas nacionais, não apenas na Petrobrás, mas em todo o setor público, pode levar as empreiteiras estrangeiras a “abocanhar de 50% a 60%” do mercado potencial das obras de infraestrutura no país. Para se ter uma ideia do potencial deste mercado, o Brasil pode representar 8% de todos os investimentos do mundo em obras e concessões públicas em 20 anos, segundo estudo da consultoria KPMG. Já o economista Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, calcula que o país investe, por ano, R$ 216 bilhões em infraestrutura, mas há uma demanda potencial que chega a R$ 700 bilhões.


Para a AEPET fato deve servir de motivação para que o país desenvolva uma estratégia para punir todos os corruptos e corruptores e, ao mesmo tempo, defender a engenharia nacional, um dos poucos segmentos que têm sido competitivos internacionalmente. 

A matéria traz ainda uma lista de “quem está de olho no Brasil”, que reproduzimos abaixo. Resta saber se o País irá ficar de braços cruzados diante de mais esta ameaça:

CRCC: Maior empreiteira do mundo, a chinesa, focada em ferrovias, tem faturamento superior a US$ 70 bilhões anuais

ACS: O grupo espanhol, que fatura mais de US$ 40 bilhões por ano, já atua no Brasil por meio de sua subsidiária, a Dragados

Sacyr: Já atua em obras em São Paulo, como em duas linhas do metrô, e no Nordeste

Acciona: No Brasil desde 2008, atua em rodovias, obras e petróleo

Ferrovial: Com pequena atuação no país, grupo espanhol tentou entrar na concessão de aeroportos

OHL: Quer voltar a ter força no Brasil depois de uma experiência ruim em rodovias

Hydrochina: Hoje a empresa asiática é uma das maiores em hidrelétricas no mundo

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