Casa caiu para Gilmar: gráfica “fantasma” também prestou serviços ao PSDB

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Gilmar anda pedindo, ou melhor, exigindo, histericamente, ao procurador geral da república, Rodrigo Janot, para abrir investigação contra a campanha de Dilma.
Janot mandou arquivar da primeira vez, Gilmar voltou a carga, xingando o procurador, e fez novo pedido. É o estilo clássico Eduardo Cunha & Aécio: não aceita perder.
O argumento principal de Gilmar seria uma "gráfica fantasma" contratada pela campanha de Dilma.
A informação lhe foi repassada por blogueiros demitidos da Veja.
Só que os ditos blogueiros, pelo jeito, não apuraram direito a informação. E Gilmar também não parece se interessar por detalhes. Sua função é preparar o golpe, ponto.
A casa de Gilmar Mendes, porém, acaba de cair por terra.
O blog da Rede Brasil Atual descobriu documentos que provam que a tal gráfica fantasma também andou assombrando os comitês de campanha de Aécio e José Serra, que contrataram seus serviços.
Ou seja, não é nenhuma gráfica fantasma.
Gilmar também precisa explicar porque não se interessa pela denúncia do TSE, de que sumiram alguns milhões de reais da campanha de Aécio Neves, especialmente os milhões doados por empresas envolvidas na operação Lava Jato.
E tem uma outra notícia para Gilmar. A Polícia Federal pediu ao PGR para investigar melhor o pupilo de Aécio, o senador Antonio Anastasia porque descobriu que a casa que o policial Careca usou para pagar propinas pertencia a uma prima de Aécio Neves, Tânia Guimarães Campos.
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Gráfica que Gilmar Mendes quer investigar prestou serviços ao PSDB
Inspirado em "notícia reveladora" de blogueiros da revista "Veja", ministro pediu nova investigação das contas de campanha de Dilma. Mas esqueceu de incluir campanhas de Serra e Aécio em suas suspeitas
por Helena Sthephanowitz, para a RBA - publicado 03/09/2015 16:13
Uma má apuração de um blog de jornalistas demitidos da revista Veja, acusando uma gráfica que prestou serviços à campanha de Dilma 2014 de ser "empresa fantasma", serviu de base a um novo pedido de investigação contra a campanha. O ministro Gilmar Mendes, integrante de Supremo Tribunal Federal (STF) e também do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já havia tido um pedido recusado pela Procuradoria-Geral da República por falta de consistência na acusação.
Depois da notícia, Mendes voltou a acionar o procurador-geral Rodrigo Janot para que reabrisse o caso.
A razão para o arquivamento anterior era simples: a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior, no mesmo ano de 2014, prestou serviços também à campanha de José Serra (PSDB) e de Aécio Neves (PSDB). Em 2012 foi fornecedora de campanhas de vereadores do PSDB, PMDB e PSD. E antes ainda, em 2010 trabalhor para diversos candidatos e partidos.
Os fatos comprovam que jamais se tratou de uma "empresa fantasma", e o ministro Gilmar Mendes parece ter apenas acreditado, voluntariamente ou não, na "barrigada" (como é chamada a informação errada no jargão jornalístico) dos blogueiros.
Mendes deveria ter pedido a seus técnicos do Tribunal Superior Eleitoral uma simples consulta ao histórico da VTPB e suas relações com muitos dos partidos políticos do país. Essa consulta é disponível e fácil a qualquer internauta com mais de 8 anos de idade.
Segundo a "apuração" dos referidos blogueiros, ignorando as prestações de contas de 2010 e 2012, a empresa, aberta em 2008, teria atividade de "banca de jornais" até 25 de julho de 2014, quando alterou seu contrato social para incluir – clara e transparente – serviços gráficos em suas atividades.
Nas palavras dos influentes blogueiros, ao menos sobre a formação da opinião do ministro Gilmar Mendes: "No dia 14 de agosto de 2014, apenas 19 dias depois da alteração do objeto social, a VTPB emitiu a primeira nota para a campanha de Dilma Rousseff, no valor de 148 mil reais".
Esquecerem de avisar ao ministro que cinco dias antes de emitir a primeira nota fiscal para a campanha de Dilma, a mesma gráfica emitiu uma nota de R$ 200 mil – no dia 7 de agosto de 2014 – para o Comitê Financeiro para Senador da República PSDB-SP, cujo candidato foi José Serra. Outras 39 notas foram emitidas para a campanha de Serra.
Outras seis notas foram emitidas em setembro e outubro de 2014 para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República PSDB-BR, cujo candidato foi Aécio Neves.
Se houve ou não irregularidades no fato de a empresa não registrar explicitamente em suas atividades econômicas serviços gráficos antes de 2014 é algo que pode ser questionado no âmbito regulatório empresarial, mas não no âmbito eleitoral.
Antes dessa modificação no registro de atividades da empresa, a campanha de José Serra a prefeito de São Paulo em 2012 usou os serviços da gráfica. A VTPB emitiu 21 notas fiscais para o PSDB, sendo 20 delas para o Comitê Financeiro para Vereador PSDB-São Paulo, e uma para o Comitê Financeiro para prefeito PSDB-São Paulo.
Mas isso também os "jornalistas" esqueceram de contar ao ministro Gilmar Mendes.
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