sábado, 13 de fevereiro de 2016

POLÍTICA - O chapéu de couro do Lula.


O chapéu de couro de Luiz Inácio Lula da Silva

A campanha da direita para destruir a reputação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avança do noticiário moldado pela técnica do nazista Joseph Goebbels de transformar mentiras em verdades à força da repetição para os editoriais. É a ideologização da calúnia.

Por Osvaldo Bertolino*, em seu blog



Reprodução
Quem desrespeita o chapéu, desrespeita o dono. Lula tem a autoridade do chapéu de couro, simbolizado pelo respeito que granjeou junto ao seu povoQuem desrespeita o chapéu, desrespeita o dono. Lula tem a autoridade do chapéu de couro, simbolizado pelo respeito que granjeou junto ao seu povo
Todo santo dia há um deles em algum veículo da cadeia midiática que se formou para, num tom monocórdio, despejar sobre a sua mais simbólica vítima o tufão de acusações que surgiu com a mais recente fase da série midiática chamada “Operação lava Jato”, deflagrada pelo juiz Sérgio Moro.

O método dos caluniadores é invariável. A vida de Lula vem sendo revirada pelo avesso para mostrá-lo como um soba pouco mais do que analfabeto, que tem praticado uma infinidade de atos idiotas. Lança-se sobre um dos pratos da balança da justiça o peso de uma montanha de acusações com o intuito declarado de privar o ex-presidente dos seus direitos de cidadão. O acinte chega ao ponto de chamá-lo de “marido da Marisa” e “bisonho barbudo”, como fez o jornal O Estado de S. Paulo em editorial.
Língua do povo
Os achincalhes têm o propósito óbvio de ocultar o caminho histórico do povo brasileiro que o levaria à sua independência, à sua libertação da opressão secular imposta por uma elite desalmada e impatriótica, um núcleo de pessoas pervertidas e ideologicamente dominante. Alguém vindo desse povo gozando de plenos direitos democráticos e com a autoridade moral que Lula conquistou, faz um estrago incalculável nas barreiras erguidas pelo autoritarismo dessa elite para impedir o avanço popular.

Lula falando à vontade por aí teria o poder de destruir as catedrais que a direita construiu ao longo do tempo para pregar sua ideologia como dogmas de uma religião. Não haveria campanha midiática capaz de se contrapor ao seu carisma e à sua capacidade de dizer verdades com simplicidade, falando a língua do seu povo. Detê-lo passou a ser a missão prioritária dessa mídia. E para isso montaram as farsas do “mensalão” e da “Lava Jato”, fórmula que encontraram para alicerçar seus propósitos criminosos.

Com tudo combinado, chegou o momento de reforçar o ódio nas ruas, mostrando Lula como um ser desprezível. Exatamente quando ele poderia sair pelo país dizendo poucas e boas verdades para impedir a marcha dos golpistas contra a presidenta Dilma Rousseff. A mais recente operação casada judiciário-mídia chegou para acabar com essa possibilidade e abrir espaço para o próximo lance golpista, do qual muito se ouvirá falar na mídia nos próximos dias. Fizeram o piquete para conter Lula e soltar os cachorros loucos do impeachment.
Cabras safados
A ideologização das calúnias nos editorias da mídia é uma forma de armar seus soldados. Recentemente, por exemplo, o Estadão disse, em suas famosas “Notas e informações” (editoriais), que o “cidadão” pode ficar tranquilo porque com a comprovação do “mensalão” e do “petrolão” os dias de Lula e seu bloco na “política” estão contados. Essas confissões das intenções da direita são, para os defensores da democracia e dos direitos do povo, um alerta gravíssimo.

Há uma tradição do Nordeste que pode ser útil nesse momento. É a autoridade que se empresta ao que pertence a alguém por direito. O chapéu de couro é o seu habeas corpus. Se for pendurado em uma cerca de um terreno litigioso, por exemplo, quem o derruba afronta o valente a quem ele pertence. Quem desrespeita o chapéu, desrespeita o dono. Lula tem a autoridade do chapéu de couro, simbolizado pelo respeito que granjeou junto ao seu povo. Os coronéis que tentam derrubá-lo devem receber a resposta que um nordestino e seu povo dariam a cabras safados que atentam contra o chapéu de couro.

*Osvaldo Bertolino é jornalista, editor do Portal Grabois e colaborador da revista Princípios. Mantém o blog O Outro Lado da Notícia

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