Militares não puniram Pazuello para dar respaldo político a Bolsonaro, com medo de LULA voltar

03/06/2021  Por REDAÇÃO URBS MAGNA
Militares não puniram Pazuello para dar respaldo político a Bolsonaro, com medo de LULA voltar

…estão convencidos de que apenas Bolsonaro pode derrotar o PT e Lula na eleição do ano que vem, e quiseram dar respaldo político a ele”, diz Merval Pereira

“A quebra da disciplina e hierarquia só aconteceu porque os militares estão convencidos de que apenas Bolsonaro pode derrotar o PT e Lula na eleição do ano que vem, e quiseram dar respaldo político a ele. Assim como quando o então comandante do Exército, General Vilas Boas, soltou uma nota claramente de pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para que não aprovasse um habeas corpus que poderia ter soltado Lula”, escreve o colunista do Globo, Merval Pereira.

Bolsonaro convenceu os militares, e o núcleo duro de seus seguidores, de que a volta do PT ao poder, que hoje as pesquisas de opinião detectam como provável, é um perigo comunista que tem que ser evitado. Por isso está criando um clima antecipadamente de possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas, para ter um pretexto para comandar um golpe caso seja derrotado por Lula.

A decisão do Comandante do Exército, General Paulo Sérgio Nogueira, respaldado pelo Alto Comando do Exército, representa um golpe de Bolsonaro. Não há mais dúvidas, agora, de que Bolsonaro age como age devido ao apoio do “seu” Exército. Bolsonaro deu uma demonstração de força ao submeter o Exército aos seus desígnios. Resultado de uma visão política medíocre dos militares, que trocam a soberania do Exército pela submissão a um líder político de direita, populista e autoritário, para evitar um líder populista de esquerda, Lula, e do PT, que consideram totalitário.

Nessas condições, se Bolsonaro se reeleger em 2022, se sentirá respaldado, pelo voto popular e pelo apoio dos militares, a seguir com sua escalada em direção a um governo de cunho personalista e ditatorial”.