Não que a coisa estivesse morna antes, mas esta semana a eleição pegou fogo. Ou melhor, nesta quinta. Foi quando o ex-presidente Lula (PT) ocupou a cadeira do Jornal Nacional para a tradicional sabatina com os candidatos à Presidência.
Ainda que a TV aberta não esteja no seu melhor momento, ela ainda tem um papel importante numa eleição. Ali, o presidenciável fala para um público grande e variado, de diferentes classes sociais – embora talvez não tão jovem.
Estes são atingidos segundos depois, pelos cortes que circulam no Twitter ou no TikTok. Ao final da entrevista de Lula, os 15 termos mais comentados do Twitter no Brasil eram sobre o tema. Esse era também o assunto que mais repercutia no mundo na rede social.
Não surpreende que as redes bolsonaristas tenham reagido à sabatina, claro, mas chamou a atenção o posicionamento especialmente de jornalistas, incluindo globais, que sempre foram muito críticos ao ex-presidente, e agora usaram seus perfis no Twitter para elogiar seu desempenho, como Leilane Neubarth, Míriam Leitão, Merval Pereira, Vera Magalhães e Reinaldo Azevedo.
Lula foi perguntado e respondeu sobre corrupção (o assunto preferido dos entrevistadores desde 2006), Lava Jato, MST, agronegócio, meio ambiente, Geraldo Alckmin, auxílio emergencial, polarização e vários outros temas.
Antes dele, Ciro Gomes (PDT), na terça-feira, afirmou que não tentaria a reeleição se fosse eleito presidente, defendeu a realização de plebiscitos, falou sobre a falta de apoios de outros partidos à sua candidatura e equiparou Lula e Bolsonaro. Se começamos esse texto dizendo que as coisas não estavam mornas nas eleições, não se pode dizer o mesmo da sabatina do pedetista.
Quem abriu a série, na segunda-feira, foi Jair Bolsonaro (PL), numa conversa que terminou em zero a zero. Após os 40 minutos de conversa (e algumas mentiras), a avaliação de muitos foi de que o atual presidente não “passeou” na entrevista, mas tampouco sofreu.
Bolsonaro pode não ter sido brilhante nem péssimo, adotando uma postura mais sóbria do que a que estamos acostumados a ver no dia a dia, mas os entrevistadores também não contribuíram para alguma mudança de imagem. Bolsonaro tenta o tempo todo passar a imagem de “homem comum”. Já Bonner sorri de forma irônica, aparentando, de forma involuntária ou não, certa superioridade, o que acaba reforçando a figura de Bolsonaro como alguém que é “gente como a gente”.
Hoje à noite ainda teremos Simone Tebet (MDB) encerrando a série. A emedebista deu o azar de cair na sexta-feira no sorteio da emissora e vai falar depois que os candidatos que movem mais paixões já passaram pela bancada. De qualquer forma, ela conta com a sorte de a Globo ter escolhido como critério para definir quais candidatos participariam das sabatinas a pesquisa Datafolha do final de julho, em que ela aparece com 2% das intenções de voto, um ponto acima dos demais. Na época, nenhum candidato passava dos 2% depois de Ciro.
Podcast Três por Quatro no ar!
As eleições já são o assunto das mesas de bar e corridas de Uber pelo Brasil. No Brasil de Fato, estamos acompanhando de perto cada movimento, mas hoje trazemos uma novidade que a nossa equipe de Rádio estava preparando com todo o carinho e estávamos ansiosos para apresentar para vocês. Estreamos há poucas horas a segunda temporada do podcast Três por Quatro, com nova bancada e totalmente voltado para a disputa eleitoral.
Os apresentadores são os repórteres Nara Lacerda e Igor Carvalho, que vocês já devem ter visto em matérias ou vídeos no nosso site ou ouvido nos nossos conteúdos de rádio. Eles conduzem a conversa com João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, que toda semana vai falar sobre os principais temas das eleições com um convidado ou convidada que vai compor junto a bancada.
Nessa primeira edição, eles conversam com Mayra Goulart, professora de Ciência Política da UFRJ, fazem um raio-x das candidaturas nas eleições desse ano e destacam o embate principal entre Lula e Bolsonaro como um dos capítulos mais importantes da luta de classes no Brasil. Ouça aqui no Spotify ou no seu tocador de áudio preferido!
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