Caro FHC: o senhor poderia dizer quais foram as mentiras ditas sobre Aécio?
Fernando Henrique Cardoso disputou com Lobão o papel de figura mais ridícula deste último final de semana.
Na minha opinião, ganhou.
Num artigo, FHC recorreu a um lugar-comum que vem sendo utilizado pela oposição, incapaz de analisar os reais motivos que a levaram a mais uma derrota nas urnas.
FHC falou nas “mentiras” da campanha petista. Na “descontrução” de Aécio.
Quais serão as mentiras?
Olhemos para trás.
O aeroporto de Cláudio, por exemplo. É mentira? É invenção?
Acabaram as eleições, mas espera-se que o caso não seja esquecido. Aécio tem que ser devidamente cobrado por ter torrado 14 milhões de reais de dinheiro público num aeroporto privado.
Que o novo governo de Minas tire do armário todos os esqueletos da era Aécio, a começar pelo aeroporto.
Era mentira que Aécio colocou dinheiro público, na forma de propaganda, em rádios suas? Aliás: essas rádios são uma mentira?
Como um político pode ter rádios – escondido dos olhares públicos, aliás – e ao mesmo tempo falar em decência e ética?
Era mentira o nepotismo desenfreado de Aécio, simbolizado em Andrea Neves?
Agora: mentira, neste capítulo, foi o uso por Aécio, num debate, do irmão de Dilma, o modesto, o discreto Igor.
Só depois das eleições, aliás, o Estadão mostrou quem é Igor. É uma espécie de Mujica, até no carrinho velho.
Era mentira que Aécio, aos 17 anos, ganhou do pai deputado um emprego que deveria levá-lo a Brasília ao mesmo tempo em que estudava no Rio?
Era mentira que aos 25 anos ele foi nomeado diretor da Caixa por um primo que era ministro? Justo Aécio, que não cansou de falar em meritocracia e aparelhamento.
Vamos ao próprio FHC.
Era mentira que houve compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda que permitiu sua reeleição?
Mentira é mentira. Não adianta FHC tentar chamar verdades de mentiras.
Mentira mesmo é dizer, como Aécio fez, que pesquisas mostravam que ele estava dando uma surra em Dilma em Minas com base em números que ele sabia serem enganoso. O dono do instituto revelou que avisou. O estatístico também.
Mentira também foi a tentativa canhestra de usurpação de programas sociais como o Bolsa Família.
O PSDB tem um problema dramático. Não tem causa. Virou um grande conglomerado de direita.
Mesmo com o apoio de todo mundo – mídia, Marina, Eduardo Jorge etc etc – apanhou.
É um partido que tem muito mais passado que futuro.
Os tucanos teriam que se reinventar, mas quem poderia fazer isso?
Aécio? Pausa para gargalhada.
Alckmin? Pausa para mais gargalhada.
E então, na falta de ideias novas e líderes novos, aparece a desculpa da mentira.
Duvido, sinceramente duvido, que FHC, afinal um homem inteligente, acredita de fato que sejam mentiras as verdades que ele diz serem mentiras.
A isso – tratar verdades como mentiras sabendo que são verdades — se dá o nome de cinismo. Ou, em política, demagogia.
Na minha opinião, ganhou.
Num artigo, FHC recorreu a um lugar-comum que vem sendo utilizado pela oposição, incapaz de analisar os reais motivos que a levaram a mais uma derrota nas urnas.
FHC falou nas “mentiras” da campanha petista. Na “descontrução” de Aécio.
Quais serão as mentiras?
Olhemos para trás.
O aeroporto de Cláudio, por exemplo. É mentira? É invenção?
Acabaram as eleições, mas espera-se que o caso não seja esquecido. Aécio tem que ser devidamente cobrado por ter torrado 14 milhões de reais de dinheiro público num aeroporto privado.
Que o novo governo de Minas tire do armário todos os esqueletos da era Aécio, a começar pelo aeroporto.
Era mentira que Aécio colocou dinheiro público, na forma de propaganda, em rádios suas? Aliás: essas rádios são uma mentira?
Como um político pode ter rádios – escondido dos olhares públicos, aliás – e ao mesmo tempo falar em decência e ética?
Era mentira o nepotismo desenfreado de Aécio, simbolizado em Andrea Neves?
Agora: mentira, neste capítulo, foi o uso por Aécio, num debate, do irmão de Dilma, o modesto, o discreto Igor.
Só depois das eleições, aliás, o Estadão mostrou quem é Igor. É uma espécie de Mujica, até no carrinho velho.
Era mentira que Aécio, aos 17 anos, ganhou do pai deputado um emprego que deveria levá-lo a Brasília ao mesmo tempo em que estudava no Rio?
Era mentira que aos 25 anos ele foi nomeado diretor da Caixa por um primo que era ministro? Justo Aécio, que não cansou de falar em meritocracia e aparelhamento.
Vamos ao próprio FHC.
Era mentira que houve compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda que permitiu sua reeleição?
Mentira é mentira. Não adianta FHC tentar chamar verdades de mentiras.
Mentira mesmo é dizer, como Aécio fez, que pesquisas mostravam que ele estava dando uma surra em Dilma em Minas com base em números que ele sabia serem enganoso. O dono do instituto revelou que avisou. O estatístico também.
Mentira também foi a tentativa canhestra de usurpação de programas sociais como o Bolsa Família.
O PSDB tem um problema dramático. Não tem causa. Virou um grande conglomerado de direita.
Mesmo com o apoio de todo mundo – mídia, Marina, Eduardo Jorge etc etc – apanhou.
É um partido que tem muito mais passado que futuro.
Os tucanos teriam que se reinventar, mas quem poderia fazer isso?
Aécio? Pausa para gargalhada.
Alckmin? Pausa para mais gargalhada.
E então, na falta de ideias novas e líderes novos, aparece a desculpa da mentira.
Duvido, sinceramente duvido, que FHC, afinal um homem inteligente, acredita de fato que sejam mentiras as verdades que ele diz serem mentiras.
A isso – tratar verdades como mentiras sabendo que são verdades — se dá o nome de cinismo. Ou, em política, demagogia.
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