A tentativa da imprensa de vitimizar Renan e Eduardo Cunha
Patricia Faermann, GGN
Ainda que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenha
demonstrado nítida mudança de comportamento, com a informação de que seu nome
estaria incluído, há um esforço superior da imprensa para fragilizar a tese de
que políticos de outros partidos, além do PT, podem estar envolvidos no esquema
de corrupção - até então com holofotes midiáticos apenas sobre a sigla da
presidente Dilma Rousseff.
A situação é verificada na coluna de Merval
Pereira, desta quarta (04), apontando que não
somente o nome do presidente do Senado na lista de um representante do
Judiciário é culpa de Dilma, como de toda sua gestão, envolvendo, para isso, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo. A especulação ultrapassa os boatos, e o colunista utiliza como
ponte de ligação da atuação do Executivo no Judiciário a Polícia
Federal:
"Renan, e também Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, estão convencidos
de que houve o dedo do governo, com a atuação do ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, através da Polícia Federal, para incriminá-los com o objetivo
de fragilizar o Congresso e dividir as atenções neste momento de crise que o
país atravessa", publicou Merval Pereira.
O fato é acompanhado por outros veículos, que transformam o indicativo em
afirmação: "o peemedebista [Renan Calheiros] tinha, então, boa relação com o
governo Lula, diferentemente de agora, quando acumula insatisfações que vão da
participação nas indicações ao fato de, segundo informações, figurar na lista de
indiciados por suposta participação nos desvios apontados pela Operação Lava
Jato", divulgou o Painel da Folha
de S. Paulo.
Professora de História Contemporânea da USP, Maria Aparecida de Aquino
desmistificou as especulações e forneceu uma aula de análise política: "se
alguém imagina, ou vier a imaginar, que possa estar havendo uma trama para
tentar ilibar determinadas pessoas, retirar determinadas pessoas [da lista de
Janot], eu acho que na realidade isso não está acontecendo. Interessa,
inclusive, a ela [à presidente], em termos políticos", disse.
"Você observa que há um certo isolamento, uma certa dificuldade, que é de
personalidade, que é de momento político, dificuldades econômicas, dificuldades
em diversos setores, se isto está aconcendo de fato, interessa a ela
politicamente ganhar um capital político investigando alguma coisa, que
inclusive a população tem clareza que precisa ser investigado. Então, acho que
quem tem a ganhar será ela nesta condução", explicou a professora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário