quarta-feira, 4 de março de 2015

POLÍTICA - A HALLIBURTON VEM AÍ!


Katia Gerab: Na esteira da Lava Jato, Halliburton vem aí


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A Lava Jato e os interesses da Halliburton
por Kátia Gerab Baggio*
Afinal, o que pretendem os procuradores da Lava Jato e o juiz Moro? Quebrar a economia do país, em nome do combate à corrupção? Que absurdo é esse?
Uma comitiva de procuradores da República (o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, e os procuradores Athayde Costa e Paulo Roberto Galvão) levou ao Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido para impedir a Controladoria-Geral da União (CGU) de fechar acordos de leniência com empreiteiras envolvidas na Lava Jato.
O que está acontecendo com o país?
Setores do MPF e do Judiciário, em nome do combate à corrupção, não se importam com o risco de falência de empresas fundamentais para o desenvolvimento do país? Com a paralisação de gigantescas obras de infraestrutura e a demissão de dezenas de milhares de trabalhadores? Ora, os prejuízos ao país em razão disso são imensamente maiores do que o montante denunciado até agora na Lava Jato (e ainda sem provas conclusivas).
A indústria naval, reconstruída a partir do governo Lula, que emprega milhares de trabalhadores, está sendo paralisada.
Que as grandes empresas construtoras do país têm envolvimento com corrupção, sabemos há décadas. Coibir isso é fundamental. Mas quebrar as empresas é um ato contra o país, sua economia e seus trabalhadores.
Quem vai ocupar o lugar dessas empresas? As companhias norte-americanas de construção? As mesmas que lucraram bilhões com a “reconstrução” do Iraque, destruído na guerra movida pelo governo e pela indústria bélica dos Estados Unidos?
Empresas como a Halliburton? Por acaso a Halliburton, envolvida na “reconstrução” do Iraque, é exemplo de honestidade? Só se for para a “grande” mídia brasileira, que apoiou as privatizações feitas no governo FHC, e para os peessedebistas que afirmam que empresas estrangeiras poderiam “substituir as empreiteiras que falirem” (como recentemente afirmou, sem qualquer pudor, o deputado Marcus Pestana, do PSDB-MG, um dos principais aliados de Aécio).
Matéria da revista Exame (da Editora Abril, a mesma que publica Veja), de junho de 2013, afirma que a Halliburton pretendia chegar “à liderança no mercado de apoio à indústria de petróleo e gás no Brasil, na virada de 2014 para 2015″!
Ou seja, hoje! A mesma matéria informa que a empresa, em seu balanço mundial no 1º. trimestre de 2013 havia tido prejuízo de 18 milhões de dólares!
Essa matéria que saiu na Exame, no mesmo mês das grandes manifestações de 2013, é altamente reveladora de tudo o que estava em jogo nas eleições de 2014 e que continua em jogo hoje. Cito apenas um trecho da matéria:
“De vez em quando, gosto de pensar numa mudança no centro de gravidade para o Brasil, quando pensamos no investimento em pesquisa e desenvolvimento em águas profundas”, disse o vice-presidente executivo e chefe de operações da Halliburton, Jeffrey Miller.
“Elementos-chave para isso estão aqui: unidades de pesquisa, cientistas brilhantes e um mercado de exploração em águas profundas.”
Vale a pena ler, também, esse artigo de Paulo Metri, que saiu em Viomundo, no dia 22 de outubro de 2014, ou seja, apenas quatro dias antes do 2º. turno das eleições presidenciais.
Alguém ainda duvida do que está efetivamente em jogo? A quem estão servindo, conscientemente ou não, certos setores do MPF e do Judiciário brasileiro?
Empresários e executivos são mantidos há meses na prisão, sem nenhuma condenação, “preventivamente”, como forma de pressão para que se transformem em “delatores” e sejam “premiados” com a diminuição de penas e multas.
Esse não é um método utilizado em regimes democráticos, mas em ditaduras.
*Kátia Gerab Baggio, professora 
de História das Américas na UFMG

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