A terceira chance de Dilma
Luis Nassif, GGN
"Há espaço para uma recuperação do segundo governo Dilma 2, devido às seguintes razões.
A primeira é que presidente Dilma Rousseff está começando a ficar barata.
“Virar pó” significa o impeachment.
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O desastre político de Dilma consistiu em outro fenômeno eleitoral: a segunda chance. Em geral, depois de grandes erros, alguns políticos acabam tendo direito à segunda chance. Só que, nesse caso, encontrará eleitores muito mais severos, pouco propensos a perdoar a repetição de erros.
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A segunda razão são sinais de mudança de estilo da presidente – premida pelas circunstâncias.
Nos últimos dias ela desceu do salto e aproximou-se do PMDB, reuniu-se com lideranças, prometeu participação nas decisões, tentando recompor sua base política.
Esse sopro de realismo é um sinal, ainda que pequeno, de alento.
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A terceira razão é a descompressão das demandas imediatas.
Nas próximas semanas, os seguintes problemas deverão estar equacionados:
Petrobras. O novo presidente Aldemir Bendini assumiu com um plano claro de ajuste: implementar formas de governança modernas, desmobilizar ativos que não estejam na operação central da empresa investimento. É questão de tempo para a empresa recuperar-se e deixar de ser notícia.e equacionar as novas necessidades de
- Recomposição da base de apoio.. As denúncias da Lava Jato baratearam
novamente, especialmente por enfraquecer os dois principais caciques do
PMDB.
Recomposição do grupo estratégico, com a inclusão do vice-presidente Michel Temer. Com sua senhoridade, Temer poderá dar rumo às discussões e domar os conflitos internos, controlando melhor os ímpetos do Ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante.
- Ajuste fiscal. O saco de maldades está prestes a se completar. Por falta de alternativas acabará recebendo apoio do PT e do próprio PMDB. Depois, haverá espaço para começar a espalhar bondades. Dilma tem dois bons oficiais para o segundo tempo do jogo: o Ministro do Planejamento Nelson Barbosa e o Secretário de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger.
A quarta razão é que o impeachment não está mais sendo visto como saída.
Quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, devolveu a Medida Provisória do ajuste fiscal, como represália, e foi saudado pelo senador Aécio Neves como “presidente de todos os brasileiros”. Comprovou que a única bandeira da oposição é ver o circo pegar fogo. Era assim com o PT oposição; é assim o PSDB.
Por falta de alternativas, é possível que Dilma seja premiada com a terceira chance."
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