quinta-feira, 8 de junho de 2017

POLÌTICA - Guerra hibrida.


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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
 
Miopia ou má-fé?
 
Por Toste
 
 
Ou o "observador" em questão é um completo amador ou é abertamente mal intencionado. Surfar na onda da "nova guerra fria" lançando mão dessa perspectiva anti-Rússia e anti-bolivariana é francamente ridículo. Qualquer observador minimamente atento há de lembrar dos alertas emitidos ainda em 2013 por aliados estratégicos (solenemente ignorados por Dilma e pelos líderes progressistas - que custaram e ainda custam a admitir o erro de análise por medo de pagarem de teóricos da conspiração) sobre as estratégias de guerras híbridas soft que foram aqui implementadas a partir das tais jornadas de junho, visando uma mudança de regime.
 
Lembrando que a guerra híbrida, como se sabe, pode ter mais de um objetivo final - sua finalidade última pode ser tanto uma clássica mudança de regime quanto a falência total do estado e caos prolongado (vide primaveras árabes), o que a diferencia dos golpes típicos de antanho na América Latina. 
 
Que este "observador" tenha acordado para essas estratégias só agora, com esse olhar turvado pelo ideologismo mais tosco e primitivo da atualidade, é sério indicador de que as garras do deep state americano estão fincadas bem mais fundo do que gostaríamos de admitir. Isso tudo vai muito além do golpe dos boçais do congresso e dos cruzados do judiciário.
 
A próxima e triste consequência desse discurso do chanceler (que vai buscar suas ordens diretamente na fonte) é erguer publicamente a falsa bandeira do inimigo externo - já que a cisão interna parece perder força a cada dia.
 
Está tudo explicado tatibitate no livro imprescindível do Andrew Korybko, que sistematizou o conceito original. O tweet do Snowden logo após a divulgação dos grampos em Dilma segue sendo a mais melancólica constatação do nosso atraso intelectual e ingenuidade no campo das disputas internacionais. Podemos prender a respiração e repetir a máxima do "no end in sight". 

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