domingo, 15 de fevereiro de 2009

SANTA CATARINA - O PAC pode dar PAO

Raul Longo.

a mutação do PLANO DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO em PLANO DE APOIO À OPOSIÇÃO

O Presidente Lula tem toda a razão em se irritar contra a mídia botafogueira.

Não confundir com a torcida do time onde brilhou o glorioso Mané Garrincha. Trata-se do movimento Bota-Fogo-no-Palheiro, já reiniciado pelo ex-presidente Fernando Henrique que o lançou em memória ao famoso entreguista, o jornalista Carlos Lacerda, durante a campanha que reelegeu Lula da Silva.

Por orientação do ex-presidente do Brasil, os deputados demo-tucanos deverão obstruir toda e qualquer medida para conter os efeitos da crise internacional no país. Nessa linha, o Jornal O Globo ironizou as iniciativas do governo federal como Pacote de Bondades.

É de irritar mesmo! Tantos esforços para evitar que se repitam os desastres econômicos ocorridos durante as crises da Rússia, México e China que triplicaram nossa dívida externa, e esses vândalos piromaníacos a brincar de fogueirinha!

Mas de toda forma o Presidente e o governo federal precisam mesmo estar atentos. É muito importante que se leia “Os Possessos” de Fiodor Dostoievski (que em algumas traduções se versa para “Os DEMônios”), para que se mensurar os ardis do movimento botafogueiro.

Outra obra também recomendável é “Los Siete Locos”, do argentino Roberto Arlt. Muito interessante o fato de Arlt escrever este romance nos anos 20 do século passado, sem qualquer informação sobre o que então ocorria na Europa, mas com espantosa exatidão ao reproduzir a formação do partido nazista que, na década seguinte, veio a ocupar o poder na Alemanha promovendo um dos mais negros períodos da história da humanidade.

Que o nazismo foi um dos mais negros períodos da história não é novidade, afinal é passado e saber o passado é fácil. Mas Arlt, tal como Dostoievsky, prevenia-se e procurava prevenir seus leitores quanto ao futuro. Cuidados que se deveria tomar em relação ao eleitor brasileiro.

Favor não levantar ilações de se pretender, aqui, alguma comparação entre botafogueiros de Fernando Henrique com nazistas de Adolf Hitler. De forma alguma!

Diferentemente da de Fernando Henrique, a megalomania de Hitler não suplantava intenções de uma Alemanha grande, rica, poderosa. Não passou pela cabeça do Adolf as intenções do ex-presidente do Brasil para as quais só se encontra um similar na história: Nero Claudius Caesar Augustus Germanicus ou, simplesmente, Nero. Aquele que, com coroa de louros na cabeça e uma lira na mão, é reconhecido como o primeiro político a se consagrar por botar fogo no palheiro.

Aproximadamente dois mil anos depois (Nero veio a óbito no ano de 68 d.C.), reproduzindo o exemplo do arquétipo histórico, Fernandus Henriques Cardousus incentiva os botafogueiros da política e da imprensa, mais exatamente do Jornal O Globo; vindo a irritar o Presidente Lula.

Sem dúvida é irritante a insistência deste milenar niilismo, mormente partindo de quem devia se postar com maior responsabilidade do que a média de seus concidadãos, já prejudicados pela mesma ausência em tempos mais devidos. Mas à luz das obras do mestre russo e do proverbial argentino, o governo Lula deve, sim, se manter atento aos repasses de verba. E o estado de Santa Catarina é um exemplo que poderia ser contado pelo Globo em sinopse de 2 capítulos:

I Capítulo: - A INDÚSTRIA DA AVALANCHE

Sem pretender a presciência de Roberto Arlt, tão logo ocorrida a propalada tragédia de Sta. Catarina distribui pela internet uma série de crônicas intitulada “De Olho no Olho da Tragédia”, baseando-me em exemplos como o da Indústria da Seca nordestina onde, por muitas décadas, inescrupulosos se enriqueceram através de órgãos federais como a SUDENE e auxílios nacionais e internacionais aos miseráveis da região. Infelizmente, a influência da premonição do romancista argentino efetiva-se, pois se no sul do país muda o motivo, os Industriais de Tragédias repetem a mesma inescrupulosa história.

Três meses após as enchentes e desmoronamentos de Blumenau e região, visitantes retornam com entusiásticos relatos de que “a cidade está bombando”. O comércio em acelerada atividade, a população em natural atividade. No entanto, quando questionados sobre a reconstrução da cidade, não se recordam de haver testemunhado movimentações de obras públicas.

Talvez não tenham prestado atenção, ou se dispersaram pelo incomum movimento do comércio local, acelerado pela liberação do Fundo de Garantia aos desabrigados. Mas ao turista Marcelo Faria não passou despercebida uma estranheza: “- Achei esquisito tantos desabrigados comprando geladeiras duplex, home theater com TV de plasma, jogos de sofá, tapetes e bebidas finas. Pra por onde? Só se os abrigos de Blumenau forem muito chiques!”

Esta foto dos preparativos de alojamentos aos desabrigados que deverão deixar as escolas públicas para o reinício do ano letivo, responde as cogitações de Marcelo:

galpoes.jpg

Em dramático apelo, a jornalista Shirlei Azevedo Ribeiro lembra que se nada for feito rapidamente, os desabrigados de Blumenau correm o risco de serem encaixotados. Mais que isso, Shirlei pede aos brasileiros que depositaram 32 milhões de reais nas contas da Defesa Civil do governo do estado de Santa Catarina para se manifestarem pelo site www.viomundo.com.br contra o desvio dessas doações, denunciando: “O dinheiro de vocês não está sendo usado para beneficiar quem realmente precisa”
Shirlei também questiona: “Onde estão sendo aplicadas as doações? Quando o governo do estado prestará conta? Como será a prestação de contas? Quem está definindo as prioridades?”

Enquanto se escreve esse artigo provavelmente os desabrigados de Blumenau já estejam encaixotados, mas ainda não se respondeu a questão levantada pela escritora Urda Klueger, ela própria uma desabrigada: “...o Governo Federal colocou 1 BILHÃO e 700 milhões de reais à disposição dos atingidos – é um dinheiro ENORME. Sei que tal dinheiro abrange, também, construção de pontes, rodovias e correlatos, mas sobra MUITO dinheiro para construir casas para os nossos trabalhadores. Parte será emprestada através de financiamentos, mas parte também será repassada a fundo perdido.”

Compreensíveis e honestos o desespero de Shirlei e Urda, mas será mesmo o cidadão brasileiro quem, além de solidário, deva ser o fiscal dos desvios praticados pelos inescrupulosos políticos locais? Será a chanceler da Alemanha ou os sheiks da Arábia Saudita, que também anunciaram vultosas contribuições, que devem mandar representantes de seus países para distribuir palmatórias em governadores, prefeitos e apaniguados como se faz com as crianças: “- Tira a mão daí, que não é pra você!” ?

Por enquanto, apenas o que se sabe de concreto é que deus-nos-livre de novas intempéries! Pois os bombeiros, assim como toda a Polícia Militar de Santa Catarina, a exemplo de demais estados governados pelos botafogueiros de FHC, está semi-inativa por descontentamento salarial. Reze-se não apenas contra as possessões demoníacas desses piromaníacos alocados no poder, mas por quaisquer outras ameaças à segurança e tranqüilidade pública, inclusive ao sono, pois se um dono de bar resolve contratar um grupo de rock para uma rave no meio da rua, o jeito é passar a noite insone como neste momento ocorre a quem lhes escreve, já conformado com o permanente ruído de ocupado do 190.

Isso a nível estadual, mas em plano municipal o prefeito de Blumenau não impediu a greve de ônibus iniciada nesta segunda semana de fevereiro, atormentando ainda mais o dia-a-dia daqueles que continuam convivendo com seus escombros, seus doentes e seus mortos.

Esses, sem dúvida, não votam no partido do prefeito, o DEMO, tampouco no governador ao qual não reconhecem pelo partido, o PMDB, mas pela pública e alardeada aliança a Bornhausen e Fernando Henrique Cardoso. Seria de se esperar que, reconhecidos pela prontidão e presteza de disponibilidade do governo federal, votassem nos candidatos ligados ao Presidente, mas reconhecer o quê se 3 meses depois de soterrados nada se beneficiaram das doações consumidas como combustível para a Indústria da Avalanche?

II – Capítulo: - O PAO – Plano de Apoio à Oposição

Na segunda metade do século XIX um grupo de revolucionários russos militava pela destruição das instituições políticas e sociais, empregando medidas extremas que iam do assassínio ao terrorismo. Assumidos como niilistas, foi nos atos desse grupo que o grande escritor russo se inspirou para escrever “Os Possessos”, onde aborda a compulsão humana para o erro, o prejudicial, o maléfico. Considerado como o autor da literatura universal que melhor interpretou os desvios e vícios da alma humana, Dostoievski apontou na incontrolável obsessão pelo poder a origem desta doentia compulsão incapaz de medir conseqüências e prejuízos a terceiros, justificando a versão brasileira por “OS DEMônios”

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