O Banco dos BRICS e a nova ordem
Coluna Econômica
O chamado Banco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é a primeira iniciativa multilateral e interregional de ir além do acordo de Breton Woods – o grande acordo de 1944 que juntou as nações em torno de instituições como a ONU (Organização das Nações Unidas), FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e um conjunto de organizações de apoio ao desenvolvimento.
Cada país deverá contribuir com US$ 10 bilhões para o banco.
Juntos, respondem por 43% da população mundial e dispõem de US$ 4,4 trilhões em reservas de moedas estrangeiras.
***
Desde que se criou a designação BRICS, a atuação dos cinco países se resumia a uma reunião anual sem muitos desdobramentos.
Começou a ganhar forma quando, há um ano e meio, a Índia propôs a criação do banco, respondendo a uma demanda dos países emergentes em relação à falta de atuação efetiva dos bancos multilaterais depois de 2008.
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Criar um banco dessa dimensão não é tarefa trivial. Tem que se definir as contribuições ao capital do banco e, principalmente, a estrutura de governança.
Os cinco países têm pontos de interesse comuns, mas também disputas, especialmente em relação ao expansionismo chinês. E o grande instrumento de atuação da China é justamente o Banco da China. Daí a necessidade de identificar no novo banco áreas de atuação que não invadam o espaço do Banco da China.
Na semana passada, o presidente sul-africano Jacob Zuma qualificou a criação do banco como “o alvorecer de uma nova era em um mundo que necessita urgentemente de uma origem mundial mais justa”.
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Um dos pilares do banco será o de incrementar o comércio entre os cinco países, inclusive trabalhando a criação de moedas especiais. Em 2002, os cinco países movimentavam US$ 27 bilhões entre si. No ano passado, o movimento bateu em US$ 282 bilhões. Poderá chegar a US$ 500 bilhões em 2015.
Nesses cinco países, o investimento estrangeiro direto foi de US$ 263 bilhões no ano passado, 20% dos fluxos globais de investimento direto.
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Como primeiro passo, os Ministros das Fazendas e presidentes de Bancos Centrais dos cinco países concordaram com a criação de um fundo de US$ 100 bilhões, para combater crises cambiais.
Entre os primeiros projetos do novo banco, está o corredor rodoviário e ferroviário ligando Durban, na África do Sul, à Tanzânia.
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Em que pese a nova proposta, os BRICS permanecem na frente de batalha nas atuais frentes multilaterais. Brasil, Índia e África do Sul ambicionam assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Há diferenças entre eles. O Brasil, Índia e África do Sul têm regime democrático; China e Rússia, sistemas autocráticos. Além disso, há baixa tradição de investimentos entre os cinco. Apenas 2,5% do que investem se direciona para outros países do grupo, contra 40% que se destinam às economias desenvolvidas, particularmente União Europeia, Estados Unidos e Japão.
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E há também disputas. A África tem se constituído em um território centro de disputa entre os próprios BRICS. A presença mais marcante é da China e também da África do Sul. Mas o Brasil tem ampliado sua participação, valendo-se da enorme afinidade com alguns países africanos, como Nigéria e Angola.
O chamado Banco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é a primeira iniciativa multilateral e interregional de ir além do acordo de Breton Woods – o grande acordo de 1944 que juntou as nações em torno de instituições como a ONU (Organização das Nações Unidas), FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e um conjunto de organizações de apoio ao desenvolvimento.
Cada país deverá contribuir com US$ 10 bilhões para o banco.
Juntos, respondem por 43% da população mundial e dispõem de US$ 4,4 trilhões em reservas de moedas estrangeiras.
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Desde que se criou a designação BRICS, a atuação dos cinco países se resumia a uma reunião anual sem muitos desdobramentos.
Começou a ganhar forma quando, há um ano e meio, a Índia propôs a criação do banco, respondendo a uma demanda dos países emergentes em relação à falta de atuação efetiva dos bancos multilaterais depois de 2008.
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Criar um banco dessa dimensão não é tarefa trivial. Tem que se definir as contribuições ao capital do banco e, principalmente, a estrutura de governança.
Os cinco países têm pontos de interesse comuns, mas também disputas, especialmente em relação ao expansionismo chinês. E o grande instrumento de atuação da China é justamente o Banco da China. Daí a necessidade de identificar no novo banco áreas de atuação que não invadam o espaço do Banco da China.
Na semana passada, o presidente sul-africano Jacob Zuma qualificou a criação do banco como “o alvorecer de uma nova era em um mundo que necessita urgentemente de uma origem mundial mais justa”.
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Um dos pilares do banco será o de incrementar o comércio entre os cinco países, inclusive trabalhando a criação de moedas especiais. Em 2002, os cinco países movimentavam US$ 27 bilhões entre si. No ano passado, o movimento bateu em US$ 282 bilhões. Poderá chegar a US$ 500 bilhões em 2015.
Nesses cinco países, o investimento estrangeiro direto foi de US$ 263 bilhões no ano passado, 20% dos fluxos globais de investimento direto.
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Como primeiro passo, os Ministros das Fazendas e presidentes de Bancos Centrais dos cinco países concordaram com a criação de um fundo de US$ 100 bilhões, para combater crises cambiais.
Entre os primeiros projetos do novo banco, está o corredor rodoviário e ferroviário ligando Durban, na África do Sul, à Tanzânia.
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Em que pese a nova proposta, os BRICS permanecem na frente de batalha nas atuais frentes multilaterais. Brasil, Índia e África do Sul ambicionam assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Há diferenças entre eles. O Brasil, Índia e África do Sul têm regime democrático; China e Rússia, sistemas autocráticos. Além disso, há baixa tradição de investimentos entre os cinco. Apenas 2,5% do que investem se direciona para outros países do grupo, contra 40% que se destinam às economias desenvolvidas, particularmente União Europeia, Estados Unidos e Japão.
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E há também disputas. A África tem se constituído em um território centro de disputa entre os próprios BRICS. A presença mais marcante é da China e também da África do Sul. Mas o Brasil tem ampliado sua participação, valendo-se da enorme afinidade com alguns países africanos, como Nigéria e Angola.
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