segunda-feira, 4 de agosto de 2014

GEOPOLÍTICA - A guerra civil na Líbia.

A Líbia volta à mídia, a guerra civil no país volta à ordem do dia depois de vários dias esquecida e abandonada pelo noticiário internacional, dado a prioridade que deram ao caos no Iraque e ao massacre promovido por Israel na Palestina (Faixa de Gaza).
A volta ao noticiário é exatamente por causa do recrudescimento da guerra civil instigada e financiada de fora, também, na Síria e no avanço generalizado dos islamitas no Oriente Médio e no Norte da África
O recrudescimento do conflito líbio vem a calhar para esconder o desastre político e humanitário da intervenção norte americana e europeia no país.

Itamaraty retira pessoal diplomático

Na semana que passou, o Itamaraty transferiu os funcionários brasileiros da embaixada da Líbia, em Trípoli, para Túnis, na Tunísia. A decisão, conforme justificou nossa chancelaria, se faz necessária, por razões de segurança, em função dos confrontos entre grupos radicais islâmicos e as forças do governo central de Tripoli.
Desde a queda de Muammar Gaddafi, em outubro de 2011, as autoridades líbias perderam o controle sobre as milícias islâmicas que se formaram no país. Na última semana os enfrentamentos mataram dezenas de pessoas no país. E sua principal base militar, a de Benghazi, foi tomada e controlada pelos rebeldes muçulmanos.
O Itamaraty avisou que a representação diplomática do Brasil no país não será fechada, e que portadores de passaporte brasileiro serão atendidos por outros funcionários na nossa representação diplomática em Tripoli.
Com a retirada dos cidadãos brasileiros da embaixada, o Brasil seguiu o exemplo dos Estados Unidos, Canadá e Bulgária, que já retiraram seus funcionários diplomáticos da Líbia.

Um país dividido em tribos, exército e e milícias

A Líbia, que está hoje (e já há algum tempo) dividida em tribos e pequenos exércitos, sem governo nacional e com a economia simplesmente paralisada e destruída, é um país arruinado, sem unidade nacional, sem poder e sem autoridade, vivendo na pré-história política-institucional.
Temos aí mais uma prova, então, da iniquidade e inutilidade da política e de todo o discurso hipócrita e cínico que justificou a invasão do país pelos Estados Unidos e aliados e a deposição do governo Muammar Gaddafi, sob a justificativa de defesa dos direitos humanos e da democracia. Invasão, vocês se lembram, executada sob o guarda-chuva da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Pretexto hipócrita e cínico, porque a única coisa que interessava e interessa aos Estados Unidos e à Europa na Líbia, como em tantos outros países do mundo em que intervieram, é o petróleo e a derrubada, contenção ou cooptação de todo e qualquer governo que não siga a nova ordem do Império.

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