Alckmin gastou 7,6 mil dólares para ganhar novos seguidores, diz Facebook
POR RODRIGO RODRIGUES
Alvo de processo pela campanha do candidato Paulo Skaf (PMDB) em
virtude do uso por Geraldo Alckmin (PSDB) de links patrocinados, o
Facebook informou à Justiça Eleitoral no final de semana que recebeu US$
7.604,88 (cerca de R$17 mil) do tesoureiro estadual do PSDB para
turbinar e promover o perfil do atual governador.
O valor foi pago com o cartão de crédito de Felipe Sigollo, figura
de grande destaque nas campanhas do PSDB em São Paulo e que hoje ocupa o
cargo de tesoureiro do diretório estadual.
A “compra” de seguidores ou a propaganda paga nas redes sociais é
vetada pela lei eleitoral e deve ter complicações para o governador
Geraldo Alckmin.
Embora o Tribunal Superior Eleitoral não tenha uma resolução
específica sobre patrocínio em redes sociais, a prática é enquadrada
como propaganda eleitoral antecipada e pode estar sujeita a multa de R$ 5
mil a R$ 30 mil.
A revelação do nome do tesoureiro tucano foi uma determinação da
Justiça Eleitoral de São Paulo. Na última sexta-feira (01), o juiz
auxiliar Marcelo Coutinho Gordo determinou uma multa diária de R$100 mil
caso o Facebook não revelasse quem pagou ou não pelos links
patrocinados para a página de Geraldo Alckmin nesta rede social.
No sábado (02), vencido o prazo para o cumprimento da sentença, o
site de Mark Zuckerberg entregou o nome e o comprovante de pagamento
feito pelo tesoureiro tucano.
Os advogados de Paulo Skaf, que moveram a ação contra Alckmin,
agora pedem à Justiça que Geraldo Alckmin perca os seguidores que foram
supostamente estimulados a curtir a página do governador, além de
aplicação de multa aos tucanos.
Nos cálculo dos advogados de Skaf, Alckmin passou de 100 mil
seguidores para 320 mil em seis meses, graças ao uso dos tais links
patrocinados.
No último domingo (03), o governador Geraldo Alckmin se manifestou
sobre o caso e disse que não houve irregularidades. O governador disse
que não tinha conhecimento sobre o caso.
“Se [Sigollo] o fez, não foi em período eleitoral. Se tivesse tido
conhecimento, não teria autorizado, porque acho totalmente desnecessário
isso”, disse o governador em visita a São José dos Campos, interior de
São Paulo.
Além de tesoureiro do PSDB, Sigollo é diretor da Companhia Paulista
de Obras e Serviços (CPOS) e secretário-executivo do Conselho de
Patrimônio Imobiliário do Estado, segundo apuração do jornal Valor
Econômico.
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