quarta-feira, 6 de agosto de 2014

POLÍTICA - Campanha na TV.

Eleições dependem também de emoção que candidatos despertam na TV


Pedro do Coutto
Têm sido comum nos jornais, e também em programas de televisão, inclusive nos mais qualificados como o de William Waak, na Globonews, a colocação de dados econométricos como formas de aferir não só as tendências atuais dos eleitores, como até o desfecho das urnas de outubro. Com base nesses dados, economistas titulares de consultorias arriscam-se até a prever os desfechos finais da urna. Esses estudos são importantes, só que não consideram a presença da emoção nas fases decisivas das campanhas projetada pelo empenho dos candidatos nos espaços da televisão ao longo dos horários de propaganda gratuita.
Inclusive os índices econométricos não sensibilizam por igualtodas as classes sociais em que se divide o eleitorado de modo geral. Seria exigir demais dos votantes que ganham até cinco salários mínimos, que correspondem a dois terços do eleitorado, que se baseiem, para efeito de escolher candidatos, em publicações de consultorias, da mesma forma que os debates intelectualizados são muito importantes para aqueles que podem acompanhá-los com atenção. Mas não para mobilizar as demais camadas da população para seu voto nas urnas.
A Folha de São Paulo, edição de 4 de agosto, por exemplo, publica com o destaque merecido uma reportagem de Fernando Canzian, na qual são destacados os índices fracos de aliados da presidente Dilma Rousseff em diversos estados, entre os quais a Bahia, Minas, Pernambuco e Paraná, além de São Paulo e Rio Grande do Sul. A matéria compara as taxas de intenção de votos de candidatos a governos estaduais apoiados pela presidente da República. O Rio de janeiro não figura na relação. E há um equívoco quanto a Pernambuco. Lá o candidato que lidera, Armando Monteiro Neto, do PTB, apoia a candidatura Rousseff.
Em trechos encontram-se declarações  do economista Sérgio Vale, diretor da consultoria MB Associados, sustentando que a atual posição do PT no Nordeste está muito abaixo do índice que alcançou na região nas urnas de 2010. E, por isso, Dilma recuou de 55%, há quatro anos, para 49% hoje. São projeções válidas porém gelificadas. Podem se manter ou não ao longo da campanha.
NA TELEVISÃO
Tudo depende também do desempenho de cada candidato na televisão. Esta regra vale não só para o Nordeste, mas para todos as regiões do país. As campanhas só esquentam à medida em que se aproxima o dia das urnas. E dependem da emoção, simpatia e confiança que os candidatos conseguirem despertar. O grau de convencimento, seja obtido de que forma for, é igualmente essencial.
As campanhas eleitorais só aquecem a partir do momento em que os confrontos, através da emoção, adquirem o caráter de competições esportivas. As reações que despertam não são totalmente lógicas ou decorrentes de injeções de tecnicalidade. Ao contrário. Emoção é emoção, nem sempre se explica na vida comum. Muito menos em matéria de eleições, terreno no qual o partidarismo, pelo partidarismo, tem peso próprio. E significativo.
Por isso, quando se analisa política eleitoral, tem que se levar em conta todos esses fatores. Eles existem.

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