quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ARTIGO - Obama e o terrorismo de Estado.

Wálter Maiierovitch.

ROMA. O ex-secretário de Estado do governo Bush, general Colin Powell, declarou, no último momento, apoio a Barack Obama, candidato do partido democrático e de oposição.

Em 2002, o então secretário Colin Powel descreveu, com detalhes, a prisão no Paquistão de Ibn al Shaykh al Libi, apelidado de Al Libico. Na ocasião, disse ter a captura sido um passo fundamental na Guerra ao terrorismo. Ele foi apontado, sempre por Powel, como o “braço logístico” da Al Qaeda e o gestor de um campo importante de treinamento da organização terrorista de Bin Laden.

Al Líbico foi transferido para o Egito. Interrogado da bárbara e tradicional maneira utilizada pelos 007 egípcios com os membros da Irmandade Muçulmana, Al Líbico confessou as ligações de Saddam Hussein no adestramento de alqaedistas para uma guerra química e biológica a acontecer no Afeganistão.

No mês de fevereiro de 2003, coube a Colin Powell utilizar, em coletiva e com base nas confissões de Al Líbico, a ligação entre Saddam Hussen e Osama bin Laden, que receberia armas químicas e biológicas.

Como se soube depois, era tudo mentira. Al Líbico foi torturado e assinou o que lhe foi apresentado como suas declarações. Mais, Saddam nunca teve ligações com Bin Laden e não possuía as armas químicas afirmadas por Powell e Bush.

Também ficou demonstrado que Al Líbico não tinha contatos com Bin Laden, mas com o falecido xeque Abdullah Azzam, para quem administrava um campo de treinamento de terrorismo. Al Líbico era ligado ao egípcio Ayman al Zawahiri, segundo na hierarquia da Al Qaeda.

Até agora, Barack Obama limitou-se a aceitar o apoio, que, como disse o próprio Colin Powell não se tratou de solidariedade pela cor.

PANO RÁPIDO. Obama ataca, com razão, a aventura no Iraque, mas aceita apoio de Colin Powell, um dos fautores do terrorismo de Estado, no governo Bush. Como se percebe, em período eleitoral, vale tudo, menos coerência.

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