domingo, 8 de fevereiro de 2009

GUANTÁNAMO - (não) decisões e "fuga para a frente"

Carlos Gonçalves

Janeiro fica marcado por decisões da nova administração USA de Obama que carecem de registo e opinião. É incontornável que algumas são significativas – encerramento do campo de concentração e tortura de Guantánamo no prazo de um ano (devia ser já!), encerramento das prisões secretas da CIA no estrangeiro (num prazo difuso), proibição da tortura de detidos e adiamento por 120 dias dos processos das comissões militares contra os 240 presos de Guantánamo, o que implica (?) a impossibilidade de “julgamentos” secretos.

Mas é facto que são decisões inevitáveis – dado os acórdãos do Supremo Tribunal dos States – e inadiáveis do ponto de vista dos interesses do imperialismo, com vista à recuperação de alguma margem de credibilidade e iniciativa no plano político.

E é facto que dão cobertura a outras tantas “não decisões”, que se constituem em elementos relevantes da continuidade da política externa dos USA.

Nada foi decidido quanto ao apuramento dos crimes da administração Bush-Cheney, sobre a continuidade das operações secretas da CIA e outras “agências”, incluindo o “direito de assassínio” de presumíveis “terroristas”, ou sobre operações militares noutros países, que estão a intensificar-se no Afeganistão e no Paquistão.

Entretanto, consumando uma orientação de Bush e agora de Obama, o MNE do Governo PS/Sócrates assumiu-se como campeão da transferência para a Europa de 60 presos de Guantánamo, já dados como inocentes – aliás serão acusados apenas uns 10% dos 780 sequestrados que por lá passaram (!).

Sem excluir que alguns desses presos venham a solicitar o estatuto de refugiado – o que teria de ser aferido – é evidente que a “proposta” visa descartar as responsabilidades dos USA.

Por isso, são muitas as perplexidades que esta manobra suscita em “aliados”, que recusam envolver-se ainda mais neste imbróglio de crimes contra a humanidade. Mas regista-se o apoio de certos Estados mais embrulhados no tráfico criminoso de presos para Guantánamo – como é o caso de Portugal.

Ou seja, nesta matéria, e não só, a política do Governo PS/Sócrates é de “fuga para a frente”, tentar que a sua cumplicidade nos crimes do imperialismo seja minorada pelo tempo e os acontecimentos. Mas desenganem-se, as provas são já irrefutáveis e serão arrasadoras.

Fonte: Avante!/Informação Alternativa.

2 comentários:

olhosdosertao disse...

Graça e paz!

Caríssimos estou escrevendo para informar o lançamento de um espaço de
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Abraços.
Luis Moreira
Russas - CE

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