Mídia fecha os olhos para o Banco dos BRICs e a nova correlação de forças no mundo
O anúncio da criação do Banco dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é uma das principais notícias da economia dos últimos tempos. Mas esse acontecimento internacional que expressa uma nova correlação de forças no mundo ganhou o solene desprezo da mídia nativa.
Como bem analisa Luis Nassif no artigo “O Banco dos BRICSs a e Nova Ordem” , publicado hoje, é a primeira iniciativa multilateral e interregional de ir além do acordo de Breton Woods – que em 1944 juntou as nações em torno de instituições como a ONU, o FMI e o Banco Mundial.
A criação de órgãos próprios dos BRICs paralelos ao FMI e ao Banco Mundial ocorre em um cenário no qual, por pressão e controle dos EUA, esses e outros organismos internacionais surgidos após a Segunda Guerra Mundial não se reformam. Não reconhecem a nova realidade do século XXI, com os BRICs e os emergentes, o mundo asiático, africano e latino-americano.
Já é hora de uma ampla reforma. Não apenas nas Nações Unidas e em seu Conselho de Segurança, mas em toda a arquitetura de governança mundial; da OMC (Organização Mundial do Comércio) ao FMI.
No entanto, o que vemos é a consolidação desses organismos na Europa, com o FMI integrando a troika (ao lado do Banco Central Europeu e a Comissão Europeia), amaldiçoada pelos povos do sul da Europa.
Mesmo com tudo isso, a nossa mídia teima em diminuir e reduzir o papel de liderança no Brasil hoje no mundo.
A nova ordem
Voltando ao artigo de Nassif, ele chama atenção para o tamanho dos BRICs: 43% da população mundial e US$ 4,4 trilhões em reservas de moedas estrangeiras. O comércio entre cinco países cresceu mais de dez vezes em dez anos e deve dobrar até 2015, batendo no meio trilhão de dólares. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) no bloco representa 20% do fluxo mundial.
Nassif também ressalta que há diferenças políticas e econômicas muito relevantes entre os cinco países. E que o modelo de expansão chinesa tem provocado muitas resistências: “A exemplo de outras potências, como Holanda, Espanha, Inglaterra e, mais tarde, os Estados Unidos, a China tem tido um papel pouco estimulador para seus parceiros comerciais. Vão longe os tempos do colonialismo britânico, mas permanece a ótica de trocar matérias primas por manufaturas. Terá que aprender a colaborar”.
O artigo lembra que a China repete a estratégia inglesa de comprar matéria prima e vender manufaturas. “E mesmo parceiros comerciais mais adiantados, como o Brasil, não tem conseguido escapar da armadilha chinesa, composta de mão de obra barata, câmbio competitivo e custo ínfimo de capital. Por aqui, o discurso hegemônico da velha mídia continua sendo a de aumentar os juros e evitar qualquer política desenvolvimentista.”
Nassif acrescenta: “Essa é a diferença fundamental. Na China, há o envolvimento de todas as forças – PC, governo, empresas, províncias, funcionalismo público, trabalhadores – em torno de um projeto de desenvolvimento. No Brasil, a maior parte do discurso da mídia é em defesa da elevação de juros, da abertura total do mercado, contra toda forma de inclusão social ou de medidas em favor das atividades produtivas”.
Como bem analisa Luis Nassif no artigo “O Banco dos BRICSs a e Nova Ordem” , publicado hoje, é a primeira iniciativa multilateral e interregional de ir além do acordo de Breton Woods – que em 1944 juntou as nações em torno de instituições como a ONU, o FMI e o Banco Mundial.
A criação de órgãos próprios dos BRICs paralelos ao FMI e ao Banco Mundial ocorre em um cenário no qual, por pressão e controle dos EUA, esses e outros organismos internacionais surgidos após a Segunda Guerra Mundial não se reformam. Não reconhecem a nova realidade do século XXI, com os BRICs e os emergentes, o mundo asiático, africano e latino-americano.
Já é hora de uma ampla reforma. Não apenas nas Nações Unidas e em seu Conselho de Segurança, mas em toda a arquitetura de governança mundial; da OMC (Organização Mundial do Comércio) ao FMI.
No entanto, o que vemos é a consolidação desses organismos na Europa, com o FMI integrando a troika (ao lado do Banco Central Europeu e a Comissão Europeia), amaldiçoada pelos povos do sul da Europa.
Mesmo com tudo isso, a nossa mídia teima em diminuir e reduzir o papel de liderança no Brasil hoje no mundo.
A nova ordem
Voltando ao artigo de Nassif, ele chama atenção para o tamanho dos BRICs: 43% da população mundial e US$ 4,4 trilhões em reservas de moedas estrangeiras. O comércio entre cinco países cresceu mais de dez vezes em dez anos e deve dobrar até 2015, batendo no meio trilhão de dólares. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) no bloco representa 20% do fluxo mundial.
Nassif também ressalta que há diferenças políticas e econômicas muito relevantes entre os cinco países. E que o modelo de expansão chinesa tem provocado muitas resistências: “A exemplo de outras potências, como Holanda, Espanha, Inglaterra e, mais tarde, os Estados Unidos, a China tem tido um papel pouco estimulador para seus parceiros comerciais. Vão longe os tempos do colonialismo britânico, mas permanece a ótica de trocar matérias primas por manufaturas. Terá que aprender a colaborar”.
O artigo lembra que a China repete a estratégia inglesa de comprar matéria prima e vender manufaturas. “E mesmo parceiros comerciais mais adiantados, como o Brasil, não tem conseguido escapar da armadilha chinesa, composta de mão de obra barata, câmbio competitivo e custo ínfimo de capital. Por aqui, o discurso hegemônico da velha mídia continua sendo a de aumentar os juros e evitar qualquer política desenvolvimentista.”
Nassif acrescenta: “Essa é a diferença fundamental. Na China, há o envolvimento de todas as forças – PC, governo, empresas, províncias, funcionalismo público, trabalhadores – em torno de um projeto de desenvolvimento. No Brasil, a maior parte do discurso da mídia é em defesa da elevação de juros, da abertura total do mercado, contra toda forma de inclusão social ou de medidas em favor das atividades produtivas”.
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