segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

GEOPOLÍTICA - Russia e os "corredores" na Síria.

Rússia rejeita corredores na Síria sem anuência de Damasco


O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, alertou hoje para o uso de supostos corredores humanitários na Síria para fornecer armas aos grupos opositores que buscam derrubar o presidente Bashar al-Assad.


Lavrov denunciou, em uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo da Eritreia, Osman Saleh Mohammed, que rotas ilegais de tráficos de armas vêm sendo utilizados e advertiu sobre o fracasso das tentativas de se referendar, em uma resolução do Conselho de Segurança, o envio de comboios "humanitários" sem o consentimento das autoridades do país árabe.

Os Estados Unidos, sublinhou o chanceler russo, aumentaram sua pressão sobre Damasco, quando, na realidade, os problemas fundamentais não foram criados pelo governo, mas sim pelos grupos terroristas que proliferam abundantemente na Síria.

Ele se referiu ao permanente tráfico ilegal, através das fronteiras sírias, de grandes carregamentos de armamentos para os grupos irregulares antigovernamentais.

O chefe da diplomacia russa insistiu no perigo desse tipo de operação, apoiadas por governos como Estados Unidos, França e Reino Unido, a favor dos grupos armados, no momento em que a comunidade internacional deve propiciar um acordo de consenso nacional entre os sírios em prol de uma solução ao conflito.

Na semana passada, o representante permanente da Rússia perante a ONU, Vitali Churkin, antecipou o veto de seu país a uma resolução que condene a Síria, que está sendo preparada pelas potências no Conselho de Segurança, e respaldou os esforços de se levar ajuda humanitária aos civis afetados pela guerra que já persiste há quase 3 anos.

Churkin ratificou a posição de Moscou de que o organismo mundial adote uma resolução de consenso e ponderada, com uma visão clara sobre a luta contra o terrorismo, como premissa chave para um arranjo político da crise síria, e de organizar verdadeiros corredores humanitários de alimentos aos necessitados.

Segundo Lavrov, Moscou trabalha com a informação de que os patrocinadores externos da oposição síria tentam criar uma nova estrutura de contestação com o objetivo de sabotar o processo negociador para a paz na Síria.

Disse que trata de, supostamente, pois ainda falta confirmar essas versões, da conformação uma entidade a partir dos agrupamentos que se retiraram da chamada Coalizão Nacional.

Na sua opinião, é um sinal de apartamento da negociação e uma retomada do cenário militar de confrontação, com um forte apoio externo, como já ocorreu na Líbia, ressaltou o chanceler russo.

Lavrov assegurou, por outro lado, que a Rússia cumpriu seus compromissos como um dos fiadores (junto aos Estados Unidos e à ONU) nas conversas de paz entre o governo de Síria e a oposição, enquanto que o restante dos mediadores não conseguiram levar a Genebra uma representação plena de setores opositores sírios, como prometeram.

Além disso, o chefe da diplomacia russa sugeriu aos Estados Unidos que ao invés de exigirem que Moscou exerça pressão sobre Damasco, devia ser colocado em contato direto com esse governo.

Fonte: Prensa Latina

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