sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

MÍDIA - O PIG esconde o que não lhe interessa.


Esconder ou insuflar determinados temas. Como mostrava com frequência aqui neste blog o ex-ministro José Dirceu, essa é uma tática recorrente dos jornais. Hoje temos um exemplo claro disso nos jornalões: a cobertura dos protestos do MST em Brasília.
As imagens mais marcantes das capas dos jornais são as do conflito entre sem-terra e policiais. O conflito foi pontual, durou apenas dois minutos. Tanto policiais como manifestantes pediam, durante todo o tempo, calma.
Com foco no conflito, os jornais buscaram esconder a menção, pelos manifestantes, ao julgamento da AP 470.
Na Folha de S.Paulo, nenhuma referência, nenhuma palavra, sobre as menções ao julgamento. Os leitores ficaram sem saber que os sem-terra protestaram contra o STF e, especificamente, questionaram as condenações do mensalão.
E no Globo? A mesma coisa. Os leitores dos jornais até ficaram sabendo que os sem-terra protestaram contra o STF, mas não especificamente que questionaram as condenações do “mensalão”.
O Estadão fez essa referência, muito de passagem, ao relatar os dizeres das faixas seguradas pelos manifestantes: “1.600 camponeses mortos”, “Mensalão, julgamento de exceção”, “STF, crime é condenar sem provas” e “Cadê o julgamento dos tucanos?”
Nenhuma foto dessas faixas pôde ser vista nos jornais. Bem diferente do que ocorreu durante as manifestações de junho – quando discursos isolados contra o PT e petistas foram cuidadosamente amplificados pela grande imprensa. Mesmo que fossem irrelevantes em relação ao conjunto dos protestos.

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