Pode até ser verdade, mas caso Sininho tem cheiro, orelha, pelo e pata de armação

A prisão dos dois manifestantes, o aparecimento do advogado ligado às milícias, a estratégia de defesa – criminalizando partidos políticos sem beneficiar os réus – e, agora, o aparecimento da “supermarginal” Sininho, tudo isso leva às seguintes suspeitas: tem cheiro de armação, personagens de armação, circunstâncias de armação.
Pode ser que não seja armação. Mas até se conferir se é armação ou não sugere-se que as pessoas de bom senso não embarquem de cabeça nessa história.
Atualizado às 12:45
Vamos ao chamado teste da alternativa verossímil.
Se tudo, até agora, baseia-se em provas declaratórias (chamada no direito penal de "a prostituta das provas"), vamos ver qual situação é mais verossímil:
1. Um advogado que se apresenta voluntariamente para defender os acusados, sem conhecê-los, em nome da solidariedade. Por ser advogado de porta de cadeia, adota uma linha de defesa prejudicial aos seus clientes. (Nota: segundo os comentários abaixo, foi consultado pela Sininho).
2. Um advogado enviado pelas milícias, com a missão específica de comprometer um parlamentar, o Marcelo Freixo, que fez nome combatendo as milícias.
As declarações do preso - dizendo ter sido pago por políticos para fazer baderna - foram dadas após o contato com o advogado. Foi instrução direta do advogado e agrava sua situação. Até então, era um manifestante que, por puro dilentatismo, acendeu o rojão que vitimou o cinegrafista. Depois da "confissão", tornou-se um mercenário que recebia pagamento para fazer baderna. É evidente que o advogado agravou intencionalmente a situação do seu cliente.
É  mais do que barbeiragem de advogado de porta de cadeia: parece muito mais ato consciente de advogado de porta de milícia.
Atualizado às 14:55
 
Por Alessandre de Argolo
 
O advogado não foi enviado pelas milícias. Sininho já esclareceu esse ponto. O primeiro rapaz que foi preso, de nome Fábio, era amigo do estagiário do advogado, de nome Marcelo (não é o deputado do PSOL).
 
Sininho conta, inclusive em vídeo disponibilidado no post "Sininho responde às acusações divulgadas pela Rede Globo", que ligou para a mãe do Fábio e ela pediu para que ela ligasse para o estagiário do advogado. Sininho até teria sugerido que os advogados que atuam em defesa dos manifestantes fossem contactados pela família do Fábio, mas a mãe recusou, dizendo que já tinha um advogado no caso. A mesma coisa disse o advogado, quando contactado pela Sininho, o que seja, que não precisava de apoio de outros advogados, o que é absolutamente normal na advocacia.
 
Onde está a milícia? A milícia somente surgiu depois que se soube que ele tinha sido advogado de alguns acusados de fazer parte de milícia. Ou seja, é uma informação a posteriori.
 
O que existe de concreto na contratação do advogado é que um estagiário dele era amigo do primeiro rapaz que foi preso, de nome Fábio.