terça-feira, 30 de setembro de 2014

POLÍTICA - A "picaretagem de mercado".

Sabe quanto a “picaretagem de mercado” ganha com a Petrobras? Paulo Roberto Costa é “fichinha”

Autor: Fernando Brito
petrobras
Todo dia você lê que a Petrobras “perdeu X bilhões de valor de mercado”, não é?
Não perdeu coisa nenhuma, porque só perderia se a empresa fosse vendida.Isso é usado como argumento contra a mais importante empresa brasileira que é, aliás, propriedade do nosso povo.
Mas suas ações perdem, sim.
Pois se você quer saber como isto envolve uma onda de “espertezas” que não merece outro nome além de criminosa, leia a matéria do insuspeito site Infomoney, especialista em “cantar a pedra” de quedas na Bovespa com as pesquisas que revelam o favoritismo de Dilma.

Vender Petrobras na Bolsa garantiu “só” em setembro lucro de 1.120%

“Investidor que aplicou R$ 1.000 em opções de venda de Petrobras no início de setembro e vendeu hoje viu seu dinheiro virar R$ 11.240, sem considerar os custos da operação”
E a matéria discorre como os “iluminados” que compraram “opções” das ações da petroleira estão rindo de orelha a orelha, com lucros de 200 ou até 300% com a queda vertiginosa que as explorações políticas das pesquisas eleitorais provocam nestes papéis, que vinha subindo consistentemente desde o início do ano, com as boas perspectivas da empresa e do pré-sal.

Nem traficante de drogas ganha tanto, em tão pouco tempo.
Não preciso dizer que, nos Estados Unidos, um movimento deste tipo em ações das grandes empresas americanas teria, a esta altura, posto gente na cadeia.
Entre ADRs (“vale-papel” pelas ações da Petrobras que FHC vendeu na Bolsa de NY) e ações preferenciais e ordinárias, o movimento médio diário da Petrobras na Bolsa anda na casa de US$ 1,5 bilhão.
Sentiu o tamanho da “brincadeira”?
Paulo Roberto Costa é trocado.

POLÍTICA - Marina está magoada com Aécio.



"Aliados da candidata do PSB dizem que o tucano beneficiou a presidente Dilma Rousseff (PT) ao mirar Marina Silva em suas críticas nas últimas semanas; ela, em particular, ficou bastante irritada com a ofensiva tucana para ligá-la ao 'mensalão'; desde o início de setembro, Marina só tem perdido pontos nas pesquisas, enquanto Dilma tem crescido

Brasil 247

A candidata Marina Silva está magoada com Aécio Neves, que mirou a presidenciável pelo PSB em seus ataques nas últimas semanas. Segundo a coluna Painel, de Bernardo Mello Franco, os aliados do PSB avaliam que as críticas do tucano beneficiaram a candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff. Leia abaixo nota a respeito:

Pote de mágoa

Aliados de Marina Silva (PSB) estão magoados com Aécio Neves (PSDB), que elegeu a ex-senadora como seu principal alvo nas últimas semanas. Os marineiros dizem que os ataques do tucano beneficiaram Dilma Rousseff (PT), que se isolou na liderança. "Aécio se recusou a fazer oposição. Em vez de criticar o PT, preferiu se dedicar à disputa com Marina", reclama o coordenador Walter Feldman. A ex-senadora ficou muito irritada com a ofensiva tucana para ligá-la ao mensalão.

Gangorra Desde o início de setembro, quando o PSDB acionou a artilharia contra Marina, a candidata do PSB perdeu sete pontos no Datafolha. Dilma ganhou cinco. Aécio subiu outros quatro, que não foram suficientes para tirá-lo do terceiro lugar."

POLÍTICA - Marina ou o caos ou o mercado é irracional?


Marina ou caos ou o mercado é irracional?


"Reta final da eleição é inaugurada com o pior pregão da Bovespa em três anos; depressão inversamente proporcional às chances de presidente Dilma Rousseff liquidar eleição em primeiro turno; Petrobras cai 11%, Eletrobras perde 7% e até o Itaú, que faz parte do índice Marina Silva, também recua sete pontos; dólar sobe para R$ 2,47, máxima desde 2008; para se fortalecer, Dilma prometeu mudar política econômica, mas mercado prefere operar no caos e apostar na caixa preta de Marina; irracionalidade progressiva

Marco Damiani, Brasil 247

A gangorra estabelecida entre o crescimento da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas de opinião e a depressão do mercado financeiro chegou ao seu ponto mais extremo nesta segunda-feira 29. O índice Bovespa atingiu seu ponto mais baixo em três anos, aos 54.625 pontos, em queda de 4,52%. Na outra ponta, Dilma nunca se mostrou tão em alta, ao marcar 40,3% em pesquisa CNT/MDA, 15 pontos à frente de Marina Silva, do PSB, no primeiro turno, e com nove pontos de vantagem na segunda volta.

O dólar deu mais peso para a derrubada da Bovespa, com aumento de 1,6% e fechamento em R$ 2,47, a maior taxa desde 2008. Um cenário econômico caótico a partir de um fato político que já era pedra cantada. Dilma vem abrindo diferença para Marina desde que começou a apontar-lhe paradoxos em seus posicionamentos públicos e contradições entre seu programa de governo e sua prática política.

A fobia a Dilma chegou ao ponto da irracionalidade. Enquanto a presidente anunciou que pretende mudar a equipe econômica e fazer ajustes em pontos considerados fundamentais pelo mercado, como um aumento nos preços dos combustíveis, sua adversária Marina Silva foi flagrada em diferentes contradições entre como agiu no passado e o que promete para o futuro. No entanto, ainda assim a Bovespa continuou a operar na lógica de que Marina é pró-mercado, e Dilma, contra.

Os agentes do mercado sabem, no entanto, que é Marina quem mostrou potencial para desnortear investidores, inverter regras e trocar prioridades por outras que ainda não estão claras.

Dilma, por seu lado, anunciou com todas as letras que irá mudar a equipe econômica caso conquiste a reeleição. Sofreu, no entanto, pelo dito e o não dito. A presidente foi acusada simultaneamente de esvaziar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e não atender aos clamores por mais motivação para investimentos.

Assim como ter catapultado, de maneira artificial, a Bovespa para acima dos 60 mil pontos, logo após a entrada de Marina na sucessão, em agosto, agora os mesmos investidores e especuladores derrubam o índice para menos de 55 mil. Na cascata de quedas que foi liderada na segunda 29 pela Petrobras, com recuo de 11%, até mesmo ações que compõem o chamado índice Marina, de companhias que lhe são amigas, como o banco Itaú, sofreram. No caso, a instituição financeira perdeu 7%, mesmo índice do prejuízo da Eletrobras.

Para a chamada tigrada do mercado, o caos com pretexto nas pesquisas só se aquece na reta final de uma eleição. É típico. A desorganização é o melhor ambiente para a irracionalidade. Já está claro que, para os moldes pretendidos, seria mais fácil realizar pactos com Dilma do que apostar na caixa preta de Marina, mas é exatamente o contrário o que mais interessa para quem está na gangorra."

POLÍTICA - Lula adverte leitores.

Lula adverte eleitores sobre 'semana da mentira'



O ex-presidente Lula afirmou, durante comício em Franco da Rocha, município 40 km ao norte da cidade de São Paulo, que essa semana que antecede as eleições será "a semana da mentira". Ao lado do candidato Alexandre Padilha (PT), o ex-presidente disse que o eleitor precisa escolher bem todos os candidatos e voltou a citar a ordem da votação: deputado estadual, federal, senador, governador e presidente.

Lula falou também situação econômica atual, assim como fez antes do comício, quando participou de um desfile em carro aberto, debaixo de chuva, pelo centro de Franco da Rocha. "Eles reclamam da inflação, mas se esquecem que no tempo deles a inflação era de 80% ao mês", disse.

Lula lembrou ainda os 12 anos do PT no governo e disse que o Pais não pode permitir retrocesso. "Não foi fácil chegar até aqui e fazer o povo brasileiro acreditar em nós", disse, lembrando que muitos trabalhadores tinham receio de votar em alguém sem diploma. Usando seu próprio exemplo, Lula disse que a inteligência não está ligada a um diploma e ressaltou que passou a ser uma pessoa respeitada no mundo.

Lula voltou a defender a escolha da presidente Dilma Rousseff como sua sucessora e reafirmou que ela é a mais preparada. Ele observou que muita gente diz a Marina (Silva, PSB) é tão parecida com ele, tão amiga, foi fundadora do PT e se pergunta porque ele está apoiando a Dilma. "Escolher sucessora é como escolher um padrinho para seus filhos", respondeu Lula a esses questionamentos.

Falando com os comerciantes das lojas e com os populares, Lula destacou a geração de empregos no governo Dilma e disse que antes o povo não tinha dinheiro para comprar as coisas.

Ele também apresentou Padilha. Lembrou que o candidato ao governo do estado de São Paulo foi seu ministro e ministro da presidente Dilma. Lula disse ainda acreditar que em São Paulo essa será a eleição da virada, já que Padilha está na terceira colocação, com apenas 9% das intenções de voto.

Ao destacar que Padilha era ministro quando o programa mais médicos foi implantado, Lula observou que é preciso garantir cada vez mais tratamentos de qualidade para todas as pessoas. Ele disse ainda conhecer muito bem os médicos, pois era atendido quando metalúrgico e quando presidente.

Lula ainda disse que tem gente que diz que é bem tratando porque paga um plano médico. Segundo ele, isso mentira, pois as pessoas que pagam um plano médico, descontam o que pagam no imposto de renda e quem termina pagando é o povo.

Mais uma vez usando seu próprio exemplo, Lula disse que quando é atendido no Sírio Libanês, deduz as despesas no imposto de renda. "Quem paga o bom tratamento que eu tenho é o povo que não tem o mesmo tratamento que deveria ter", disse.

O ex-presidente, sem citar o governador Geraldo Alckmin, disse que São Paulo não pode ter esse descaso. "Ele não garante nem mais água para as pessoas", observou.

Lula lembrou que quem ainda está em dúvida em quem votar não pode esquecer o que era esse país antes do PT", disse. Após a agenda em Franco da Rocha, Lula e Padilha se encontram com a presidente Dilma para outro comício no Campo Limpo, zona sul da cidade de São Paulo.

POLÍTICA - PT-RJ poderia estar ajudando na eleição da Dilma.

Blog do Marcio Tavares.




PT-RJ impede vitória de Dilma no primeiro turno


Pela primeira vez, desde 1994, um candidato a presidente do PT perde ou ganha por pequena margem no Rio de Janeiro no primeiro turno. Pelo menos é o que mostram as pesquisas.

Caso Dilma estivesse melhor nas pesquisas aqui no RJ, a eleição teria muito mais chances de ser decidida a favor da candidata do PT logo no primeiro turno.

E por que isso não acontece? O motivo é a conhecida incompetência  do PT fluminense. Uma sessão do partido que não aprende com os erros. Persistiram no erro cometido na eleição para governado de 1990 onde o Brizola convidou o PT para compor a chapa e, reunidos na UERJ, os estúpidos petistas optaram por lançar Jorge Bittar a candidato a governador. Isso, depois de Brizola ter pego Lula pela mão um ano antes e o levado aos seus redutos que eram a Zona Oeste e Baixada Fluminense. A votação de Lula contra Collor no RJ em 2002 foi arrasadora.

Depois, foi aquilo que se viu: Beth Carvalho cantando
Vou Festejar (Chora, não vou ligar... você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão) no horário eleitoral do PDT.

Agora a história se repete. Após anos participando do governo de Sérgio Cabral (PMDB), o PT resolve se embalar na onda de linchamento do governador e lança um paraibano criado na Bahia para governador. O mesmo Cabral que, apesar de suas conhecidas deficiências (quem não as tem?) esteve ao lado de Lula e Dilma todo o tempo. O mais ridículo: o PT de Quaquá resolve romper com o governo estadual, mas só entregar os cerca de 700 cargos um mês depois. O governador, claro, enxotou-os na mesma hora.

A massa não gosta de traidores. Está aí o exemplo de Marina Silva. Aliás, o paraibano tem uma trajetória política muito parecida com a Fadinha da Floresta. Inclusive no quesito troca-troca de partido.

Pezão do PMDB - que à revelia do PMDB apoia Dilma - está em primeiro lugar nas pesquisas. O paraibano está em quarto lugar. Mas não há quase material de campanha com Dilma pelo estado. Dilma perde para Marina em algumas pesquisas ou ganha de pouco, o que também não deixa de ser uma derrota em relação às eleições anteriores. Como ficarão os candidatos a cargos proporcionais (deputados federal e estadual)? A inepta direção do PT-RJ deve saber. Não sei se vai aprender.

Em tempo: o candidato a senador da chapa faz oposição sistemática ao governo federal.

ECONOMIA - Apesar do terrorismo da oposição.



Brasil tem inflação menor do que maioria dos países em desenvolvimento


Embora oposição ainda mantenha alarmismo em relação aos preços, assunto está em baixa nas pautas dos jornais e dos debates

por Helena Sthephanowitz    




                           

debate record
Em debate, candidatos da oposição ainda citam a inflação como alvo de críticas, apesar do contexto mundial

A inflação está em baixa, inclusive, na pauta eleitoral da oposição partidária e midiática. Parece não sensibilizar mais a maioria do eleitorado que a enxerga estável e vê seu poder aquisitivo aumentado nos últimos anos, com ganhos reais nos salários.
Mesmo assim, candidatos da oposição ainda citam a inflação como alvo de críticas. No debate entre presidenciáveis na TV Record na noite de domingo (28), Aécio Neves (PSDB), em suas considerações finais, falou em “apresentar uma proposta ao país que permita que a inflação volte a ser controlada”. Pastor Everaldo (PSC), que tem feito “tabelinha” com o tucano nos debates, focou mais tempo nessa pauta. Acontece que o assunto se tornou secundário, tanto no debate quanto na campanha.
Será que haveria fundamento nas críticas ou um alarmismo foi desencadeado pela imprensa oposicionista para abastecer os candidatos da oposição, desde o aumento momentâneo do tomate no ano de 2013? Ou será que o mercado financeiro bate nesta tecla para fazer pressão por juros mais altos e para colocar a raposa tomando conta do galinheiro, capturando o Banco Central para o sistema financeiro privado?
Do ponto de vista da economia interna do Brasil, a inflação vem sendo mantida controlada dentro da meta estabelecida, sempre dentro da faixa perseguida até 6,5% ao ano. Considerando os desafios de manter e criar empregos em um ambiente de crise internacional, faz sentido para qualquer governo responsável com o bem-estar social equilibrar a criação de empregos com o limite tolerável de inflação, em vez de forçar a taxa cair para o centro da meta (4,5%) ao custo de maior desemprego.
Mais curioso é jornalistas de economia, como Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, que sempre comparam a outros países quando há números desfavoráveis ao Brasil, ignorarem completamente o que se passa no mundo na hora de falar sobre inflação.
Entre as grandes potências mundiais em desenvolvimento composta pelos Brics, só a China, com 2,3%, está melhor do que o Brasil no quesito inflação. A Rússia está com uma taxa de 7,6% ao ano. A Índia, 7,8%. A África do Sul, 6,4%. Mesmo a China que adota a política econômica de “um país, dois sistemas”, tem em uma inflação de 6,07% em Macau e 3,9% em Hong Kong.
Entre outros países em desenvolvimento do G-20, os maiores também administram uma inflação maior do que o desejável nas épocas de fartura. Nigéria tem hoje uma taxa de 8,5%; Egito, 11,49%; Indonésia, 3,99%; Irã, 14,60%; Paquistão, 6,99%; Turquia, 9,54%; México, 4,15%; Chile, 4,5%, e Argentina, 10,9%.
Entre as grandes economias, quem está com inflação realmente baixa no mundo, salvo exceções, é quem adotou políticas recessivas e enfrenta alto desemprego, como a Europa e Estados Unidos. Até o Japão tem uma inflação alta para seus padrões (3,3%). A Europa já quer desesperadamente elevar a inflação, que está abaixo da meta, para aquecer a economia.
Praticamente todos os países cujo povo menos sofre as consequências da crise estão com inflação um pouco acima do que seria normal em outras circunstâncias mais favoráveis. Por isso, é falsa como uma nota de R$ 3 a ideia de que estejam com inflação descontrolada. O que há é um equilíbrio entre medidas de controle da inflação e, ao mesmo tempo, preservação de empregos. As propostas da oposição estão em linha com a ruptura desse equilíbrio, sacrificando empregos, salários e aposentadorias, para agradar ao apetite insaciável do mercado financeiro.

POLÍTICA - Debate da Record.

POR BOB FERNANDES

O debate presidencial na Record provocou tristeza e vergonha, tamanho o despreparo de certos candidatos. Em alguns momentos chegou a dar ânsia de vômito.
Um e outro dos chamados "nanicos" avacalham qualquer conversa já ao abrir a boca.
Avacalham pela profunda ignorância, grosseria, falta de inteligência e ausência de senso do ridículo.
Alguns nanicos dão sentido ao apelido, "nanicos". E são uma tomografia do bioma político-partidário.
Aqui e ali alguma tentativa de discutir o Brasil – em míseros um minuto e meio ou 30 segundos. No mais, uma sinalização do que será a reta final, com Aécio chegando e ameaçando Marina.
Não há um projeto redentor como foram e têm sido a estabilização da moeda, o Real, e o arrancar dezenas de milhões de brasileiros da miséria, da fome e da senzala.
Na ausência de uma nova ideia-síntese, a corrupção como tema central.
Como se TODOS os partidos grandes, também alguns pequenos, não tivessem dezenas de escândalos no prontuário.
O escândalo da Petrobras é fato grave. Está sendo investigado e será estrela e arma até o final da eleição.
A fatura política desse escândalo vai pra quem está no governo, Dilma. Como foi para o PT a conta do chamado "mensalão".
Mas por que, ao debater corrupção, escolher quais escândalos criticar, manchetar, e quais esconder ou "esquecer"? Imaginam que o eleitor não percebe isso?
O escândalo na Petrobras, se investigações comprovarem todas as manchetes, atinge também a refinaria em Pernambuco e também o PSB onde Marina está.
E o jatinho que matou Eduardo Campos? E o mensalão do PSDB mineiro? E a milionária gatunagem no metrô e trens do PSDB em SP? E o mensalão do DEM?
E e o Cachoeira? E a chamada "privataria tucana" ? E a compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique?
Alardear apenas a corrupção do "outro" enquanto esconde a própria corrupção é mais uma vez ensaiar uma farsa. É apostar que o eleitor é otário.

POLÍTICA - "Eu nunca votei na direita"


10 razões para votar em Dilma

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:
A vida é feita de escolhas, que vão das mais simples - decidir se o café deve ser com açúcar, adoçante ou sem nada - às que trazem consequências e produzem efeitos concretos sobre o futuro de milhões de pessoas.

Estamos às portas da hora de uma dessas escolhas que vão muito além de como (e se) adoçar o café: em quem votar para presidente.

E, sem vislumbre algum de dúvida, declaro meu voto em Dilma Rousseff. Tenho carradas de razões para ter feito essa escolha. Menciono aqui treze delas.

A primeira é simples: porque é necessário assegurar as transformações sociais que o país vive desde 2003, com a chegada de Lula da Silva à presidência, e que foram aprofundadas com Dilma Rousseff. Das três opções que me oferecem, uma – e apenas uma – significa essa garantia: as outras duas significam voltar ao passado.

O pedigree do candidato não permite dúvidas com relação a isso, e o da outra candidata é tão indefinido, tão incerto e errático, que me permite duvidar de tudo que ela diz. Impossível confiar em quem trai e desmerece a própria biografia.

A segunda é igualmente simples: porque, além de preservar o que foi conquistado, é preciso avançar muito, aprimorando os benefícios alcançados por dezenas de milhões de brasileiros e ampliando as perspectivas concretas de futuro. É preciso implementar reformas que assegurem não apenas emprego, mas possibilitem aos brasileiros acesso a educação, saúde, transporte e segurança públicas. E não vejo, nos outros dois postulantes, nem consistência, nem coerência, e muito menos compromisso com a busca incessante de justiça social e de futuro.

Terceira razão: porque Dilma Rousseff é a candidata mais bem preparada, a de trajetória mais sólida e coerente, a única de real e efetivo compromisso com o projeto de país que está sendo implantado e que precisa se consolidar e avançar de maneira incessante, contra os ventos e as marés daquela parcela da sociedade que sempre se negou a ouvir a voz dos deserdados e que, nesta eleição, encontrou nos outros dois candidatos seus porta-vozes ideais. Um, com legitimidade. A outra, graças à própria inconsistência e à sua olímpica incoerência.

Quarta: porque ainda há muito caminho a ser percorrido. Se os programas sociais levados adiante pelas três últimas presidências – duas de Lula, uma de Dilma – serviram para abrir as grandes alamedas da esperança, falta implementar reformas essenciais, a começar pela reforma política e o sistema de financiamento das campanhas eleitorais. Falta terminar de recuperar e redesenhar o papel do Estado na economia e em defesa dos interesses da sociedade. Esta é uma batalha árdua, e só será possível obter os resultados necessários com um governo efetivamente comprometido com a maioria dos brasileiros, e não com os setores que, por tradição, reservam a si os benefícios que deveriam estar ao alcance de todos.

Quinta razão: porque o Brasil vem consolidando seu espaço no cenário internacional, com uma política que tem sabido aliar pragmatismo com soberania e autoestima. No momento em que as forças do atraso buscam retomar seu poder em diversos países latino-americanos, e que a maioria dos países europeus padece as perversidades de um sistema que privilegia o capital, ceifando conquistas e transformando-se em estados de mal-estar social, é de importância primordial que o Brasil mantenha sua atual política externa.

Sexta: porque a renda do trabalhador brasileiro obteve ganhos reais. Existe um dado que mostra de maneira clara o trânsito experimentado pelos desfavorecidos: em oito anos, 42 milhões e 800 brasileiros abriram, pela primeira vez na vida, uma conta corrente em um banco. Ou seja: um contingente de brasileiros, que equivale a uma Argentina inteira, experimentou um câmbio efetivo em sua economia familiar.

Sétima: porque, pela primeira vez em meio século, o Brasil teve e tem um governo voltado para os brasileiros. Um governo que, apesar de certos equívocos, agiu sempre na direção do bem comum. E que, quando acertou – e acertou infinitas vezes mais do que errou –, beneficiou os que, até agora, integravam os imensos batalhões dos desvalidos de sempre.

Oitava razão: porque vejo em Dilma Rousseff a única possibilidade de corrigir rotas sem mudar ou perder o rumo. De retificar sem destruir.

Nona: porque é ela, dos três candidatos, a única que realmente sabe de onde veio o atual projeto de país, e portanto saberá leva-lo a bom porto. A única que sabe onde este projeto pretende chegar, e qual o país que pretende construir e legar às gerações que virão.

Décima razão: porque nunca na vida votei na direita.

GEOPOLÍTICA - Ilegalidade de ataques dos EUA na Síria.



Europeus denunciam ilegalidade de ataques dos EUA na Síria


Estados Unidos mata dezenas de civis na Síria com seus bombardeios contra o Estado Islâmico (EI) sem a autorização do Governo de Damasco nem das Nações Unidas, afirma nesta segunda-feira (29) o jornal digital espanhol Público.es.


Explosão em cidade síria Explosão em cidade síria
O texto, escrito pela jornalista Nazanín Armanian, destaca que nestas operações, os caças norte-americanos pisoteiam o direito internacional, e por ser quem é, o algoz, e quem são as vítimas, as grandes redes informativas como a CNN ou a BBC não têm mostrado os vídeos da morte destas pessoas.

Washington tem como fim controlar a totalidade do levante mediterrâneo, que foi também um dos motivos para derrubar o líder líbio Muamar Kadafi, tentar humilhar a Rússia em sua área de influência, destruir o Exército sírio e controlar militarmente o mundo para compensar seu fracasso econômico, acrescenta.

A autora recorda que em 2007 a Casa Branca pôs em marcha o Plano A contra a Síria, que incluía operações encobertas, financiar grupos armados para derrubar o presidente Bashar Al Assad, bem como provocar o terror entre a população e gerar o caos.

Acrescenta que o Plano B agora em marcha tem como fim transladar o "califado americano" do EI da Síria ao Iraque, ao deixar que os jihadistas ocupem tranquilamente 90 mil quilômetros quadrados de ambos os países, sob o olhar aterrorizado de aproximadamente oito milhões de pessoas.

De acordo com Armanian, outro objetivo de Washington é organizar uma campanha de propaganda sobre a crueldade do EI, como fez com as lapidações que supostamente faziam os talibãs para justificar o ataque "libertador" ao Afeganistão em 2001, ou a matança de bebês kuwaitianos por Saddam Hussein em 1991.

Desde o dia 23 de setembro passado, os Estados Unidos, com o apoio da Arábia Saudita, Catar, Jordânia e Emirados Árabes Unidos, tem realizado aproximadamente 50 ataques aéreos contra alvos dos fundamentalistas em território sírio, sem o consentimento do Governo de Damasco.

As autoridades sírias têm expressado sua determinação em colaborar nas ações a nível global contra o terrorismo, sobre a base do respeito a sua soberania e o direito internacional.

Fonte: Prensa Latina

GEOPOLÍTICA - Quem Obama está bombardeando na Siria?



Quem Obama está bombardeando na Síria?


Alguns dias atrás, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, teve de lembrar aos norte-americanos que bombardeios do território sírio sem um pedido oficial do governo desse país ou sem uma respectiva decisão do Conselho de Segurança da ONU seriam uma violação do direito internacional.
Por Mario Sommossa


Vídeo
   
Pode parecer estranho que isso tem de ser lembrado àqueles que gritaram mais alto que todos sobre violação do direito internacional após a anexação da Crimeia à Rússia, no entanto, isso não é surpreendente se nos lembrarmos de quantas vezes os Estados Unidos têm agido segundo a lógica de duplos padrões.

O que é realmente estranho é o contexto em que se estão desenvolvendo os mais recentes eventos.

É evidente que se queremos realmente lutar contra os terroristas do Estado Islâmico no Iraque, é necessário atacar suas posições também na Síria. Mas do ponto de vista da lógica comum é muito difícil entender por que se afirma, ao mesmo tempo, que o inimigo principal permanece o regime de Bashar Assad.

Para qualquer observador é óbvio que os ataques contra os piores inimigos do regime sírio objetivamente reforçam a posição desse regime, mas o que totalmente escapa à compreensão é a declaração dos Estados Unidos de que eles pretendem, ao mesmo tempo, ajudar outros grupos de oposição, moderados, guerreando contra Damasco.

A estes grupos pretende-se fornecer novos tipos de armas e outras formas de assistência, mas o passado recente ensinou-nos que é justamente dessa oposição que os fundamentalistas receberam uma grande parte de armas ocidentais com as quais agora estão lutando contra o exército do Iraque.

E há mais ainda. Recentemente soube-se que muitos dos chamados “moderados” negociaram com os extremistas do Estado Islâmico um cessar-fogo mútuo em todo o território da Síria, e concordaram em parar todas as “ações fratricidas”.

A situação é verdadeiramente absurda: com uma mão eles estão bombardeando seu pior inimigo, e com a outra estão passando armas àqueles que mesmo formalmente são aliados dele.
A razão para este conflito é dupla. Por um lado, para garantir o apoio da Arábia Saudita e outros países sunitas, os norte-americanos devem mostrar que, independentemente dos problemas do Estado Islâmico, Assad continua sendo o inimigo, e os grupos armados próximos aos países árabes acima mencionados, pelo contrário, continuam sendo amigos dos Estados Unidos.

Por outro lado, pedir autorização prévia ao governo de Damasco para realizar bombardeios seria reconhecer o regime sírio como um interlocutor e potencial aliado, e mais importante, seria necessário negociar com seus dois principais protetores: o Irã e a Rússia. O Irã iria colocar a questão do seu programa nuclear, negociações as quais estão avançando com muitas dificuldades, e a Rússia exigiria que os Estados Unidos moderassem suas ambições na Ucrânia.

E por cima de tudo, a Turquia recusa-se a apoiar as operações dos EUA contra o EI. Tanto porque teme retaliações dos militantes em seu território (os turcos se lembram muito bem o que aconteceu no Paquistão), como porque tendo atravessado seu próprio Rubicão nas relações com Damasco, Ancara teme que o regime de Assad pode de alguma forma se fortalecer e anular as pretensões da Turquia à hegemonia nos países vizinhos e em toda a região.

Tudo isso resulta numa situação surreal. É muito difícil de entender quem está a favor de quem e qual é o objetivo final. Resta acrescentar que só bombardeios por si não podem derrotar completamente os terroristas, e mais cedo ou mais tarde surgirá a necessidade de realizar uma operação em terra. Mas mesmo neste caso é também absolutamente incompreensível quem e onde irá realizar esta operação.


Fonte: Voz da Rússia

GEOPOLÍTICA - Duplo critério cegou os EUA.

Para a Rússia, o duplo critério cegou os EUA sobre Estado Islâmico


O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, assegurou que a política de duplo critério dos Estados Unidos lhe impediu apreciar a ameaça real que representava o Estado Islâmico (EI).


RIA Novosti/Vladimir Pesnya
   
Os países ocidentais começaram a reagir somente após a televisão difundir o repugnante vídeo da execução dos jornalistas estadunidenses, afirmou o chanceler em declarações à rede russa Canal 5.

Depois de qualificar de inaceitável e desumano esse crime, Lavrov perguntou por que os estadunidenses não se deram conta antes dessa ameaça?, e respondeu que a causa foi a política de duplo critério aplicada por Washington na batalha antiterrorista.

Recordou que os Estados Unidos e seus aliados ignoraram os chamados de Moscou a unir esforços e ajudar o governo sírio a criar junto à oposição moderada e patriótica uma única frente para combater os terroristas que invadiram o país árabe.

Lavrov sublinhou que o EI, proclamado agora inimigo número um de Washington, se fez forte graças ao financiamento estrangeiro atribuído durante a derrubada do governo líbio e as tentativas de repetir esse roteiro na Síria.

O chanceler russo se referiu aos reiterados chamados de atenção de Moscou a respeito da presença de muitos extremistas e terroristas entre os que combatiam as autoridades oficiais da Líbia e da Síria.

Nos asseguraram que esse assunto se solucionaria após a queda dos regimes, afirmou ao lamentar que os governantes ocidentais não atenderam a Rússia.

Ao se referir à criação nestes momentos de uma coalizão antiterrorista, Lavrov expressou que "mais vale tarde que nunca", mas insistiu na necessidade de obter o consentimento das nações em cujo território se luta contra os terroristas, e em particular, a autorização da Síria.

Sobre a posição do Kremlin neste tema, o chanceler recordou que a Rússia fornece há muito tempo armamentos ao Iraque, Síria e outros países da região para ajudá-los a reforçar seu potencial no combate aos terroristas.

Lavrov criticou na entrevista que alguns políticos ocidentais pretendam igualar o que denominam "ameaça russa" com os crimes dos extremistas do EI.

Criticou um artigo com esse ponto de vista publicado pelo presidente estadunidense, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e concluiu que essa calúnia "está totalmente fora de lugar, para além do limite do bem e do mal".

Fonte: Prensa Latina

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

POLÍTICA - A escolha de Sofia da oposição.

Blog do Gadelha


A ESCOLHA DE SOFIA DA OPOSIÇÃO


“tudo muda o tempo todo no mundo
não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo”.

Lulu Santos / Nelson Motta

Uma semana para a eleição. A última pesquisa Datafolha apresenta, entre os votos válidos, 45% para Dilma, 30 para Marina, 20 para Aécio e 5% para os outros candidatos. Nesse quadro, Dilma precisa ganhar apenas 5 pontos dos adversários para vencer no primeiro turno. Não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Dilma teria que conquistar um pouco dos Não-Votos e um pouco de voto útil em cima dos adversários. A oposição no entanto não tem nisso a sua maior preocupação. Pensa apenas no segundo turno e o seu dilema é: quem vai ser rifado, Marina ou Aécio? Contas e mais contas, reuniões e mais reuniões estão sendo feitas para se chegar a um denominador comum. Os defensores de Aécio argumentam que ele é que tem maior capacidade administrativa, estaria mais preparado para derrotar Dilma e para domar o Congresso. Marina, para seus defensores, seria a novidade capaz de criar uma forte onda anti-PT e conseguir a vitória no segundo turno.
Mas acredito que a luz amarela está cada vez mais intensa na campanha da candidata da Rede. Ela começa a balançar em um momento que é difícil conseguir reverter o movimento. Há duas semanas escrevi que “Marina não foi favorecida pelo Horário Eleitoral. Primeiro, porque o tempo é curto (...) e o desempenho de Marina foi abaixo da crítica. Seu discurso é rancoroso, sem motivar ninguém”. Mas admiti que em “um possível segundo turno o programa de Marina pode melhorar bem. Primeiro, porque todo programa eleitoral que sai dos atuais 2 minutos para os 10 minutos do segundo turno ganha ares de vitorioso”. Ainda acho (sem muita convicção) que o mais provável é um segundo turno entre Dilma e Marina, mas não é o que pensa, por exemplo, Fernando Brito, do Tijolaço, que neste domingo me alertou para os arredondamentos estranhos do Datafolha em votos válidos, mostrando Marina e Aécio com 31% e 21%, quando deveriam ter 30% e 20%. Parece uma tentativa de reduzir o ritmo de avanço de Dilma, principalmente quando vemos na pesquisa anterior que a candidata petista teve seu índice reduzido em um ponto. Fernando Brito acredita que Aécio passa Marina.
O sociólogo Fabio Gomes, do Instituto Informa, aparentemente também acredita nessa possibilidade, embora prefira, em vez de fazer previsões, fazer reflexões. Ele me enviou esse texto com um gráfico de Padrões de Escolha Eleitoral (clique na imagem para ampliar):

Em recente palestra sobre comportamento eleitoral para executivos, evitei fazer previsões. Fiz, no entanto, reflexões com base em uma plataforma analítica que desenvolvi, alinhando a experiência nos últimos 17 anos de investigação do comportamento do eleitor e algumas Teorias das ciências políticas. Os quatro eixos para a escolha de uma candidatura podem subsidiar reflexões sobre o andamento das campanhas. Marina tem dificuldades com os dois primeiros (“competência para o exercício” e “competência política”) - e será muito testada e atacada nesses eixos nos próximos dias. Dilma, pela insatisfação com o governo, deverá argumentar os quatro eixos. Já Aécio, encontra dificuldades nos dois últimos eixos: “sentimentos despertados” e “imagem pessoal”. Melhor refletir do que prever. O comportamento eleitoral não é tão previsível como desejam alguns.Pelo que entendi, a partir dessas reflexões, os participantes da palestra, que tenderiam para Marina, passaram a acreditar que Aécio teria mais condições para o cargo, poderia fazer mais frente a Dilma.
 Agrego a isso percepções positivas de superação, que ele receberia por ultrapassar Marina na reta final. O que acho complicado é o tempo curto e a falta de unidade da oposição. Esse marécio em que a oposição navega contribui cada vez mais para que a sua escolha de Sofia transforme-se em escolha de Dilma...

POLÍTICA - Dilma aciona o tratoraço.

Dilma aciona tratoraço contra Marina e Aécio para tentar vitória no primeiro turno; fala de Fidelix causa indignação

 
bastidores
Candidatos conversam com assessores durante intervalo de debate na TV Record
por Luiz Carlos Azenha
Sorteada para fazer a primeira pergunta no debate promovido pela TV Record, no domingo à noite, a candidata Dilma Rousseff acionou o tratoraço contra a adversária Marina Silva. No preâmbulo da pergunta, disse que a candidata do PSB “mudou de partido” e de posição e perguntou porque Marina, quando senadora, “votou quatro vezes contra a criação da CPMF”, o imposto do cheque já extinto cujos recursos eram voltados exclusivamente para o orçamento da Saúde.
Marina não respondeu diretamente à pergunta.
Eram 11h50 da noite quando, num dos intervalos do debate, entrou um comercial de 15 segundos da campanha de Dilma batendo na mesma tecla. Depois de demonstrar que Marina falou uma coisa em um debate anterior — que apoiava a CPMF — e de mostrar os registros de votos contrários dela no Senado, o narrador concluiu: “Agora, falar que fez o que nunca fez, isso tem nome”. O comercial leva o telespectador a concluir que Marina mentiu.
A agressividade de Dilma Rousseff, que buscou confrontos diretos com Marina e Aécio Neves (PSDB) durante o debate da Record, é reveladora da estratégia petista na reta final. Expressa a crença na cúpula da campanha de que é possível garantir a vitória já no primeiro turno.
As pesquisas mais recentes mostram que Dilma cresceu tomando votos de Marina e convencendo indecisos. Na mais recente pesquisa Datafolha a presidente atingiu 45% dos votos válidos. Para chegar aos 50%, é indispensável que continue ganhando votos diretamente de Marina no mesmo ritmo que ganhou na semana passada.
A audiência do debate na Record demonstra interesse do eleitor na reta final. O programa bateu em 10 pontos, chegou a líder da audiência na Grande São Paulo e quando terminou, por volta das 12h30 de segunda-feira, estava em segundo lugar com 8 pontos. Cada ponto equivale a cerca de 100 mil domicílios da região metropolitana.
A estratégia dos marqueteiros de Dilma Rousseff tem sido a de usar os debates para produzir trechos de fala que serão reaproveitados no programa eleitoral da candidata, de mais de 12 minutos. Por isso, no debate da Record Dilma falou mais de uma vez em sua estratégia para combater a corrupção atacando a impunidade.
É a defesa antecipada numa semana que deve ser marcada por novas denúncias de corrupção envolvendo a coalizão governista, como é tradicional desde que o ex-presidente Lula assumiu o Planalto, em 2003.
Em 2006 e 2010, os eleitores foram às urnas em meio às denúncias de escândalos propagados pela mídia corporativa, especialmente pela coalizão Globo-Abril-Folha-Estadão.
Uma dica de que novas denúncias virão foi dada pelo próprio candidato Aécio Neves, que durante o debate na Record confrontou Dilma, lembrando que uma revista “de credibilidade” — certamente ele se referia à Veja — tinha noticiado que a campanha do PT em 2010 teria pedido dinheiro, através do ex-ministro Antonio Palocci, ao esquema montado na Petrobras pelo então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, com a participação do doleiro Alberto Youssef.
Desta feita, tudo indica que a “bala de prata” normalmente disparada pela mídia em véspera de votação será relacionada ao doleiro Youssef, que desde o escândalo do Banestado operou amplamente nos bastidores da política e do empresariado brasileiros.
No debate da Record, Aécio argumentou que só o dinheiro desviado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, daria para colocar 450 mil crianças em creches e construir 50 mil casas do Minha Casa, Minha Vida. Com isso, sinalizou que na reta final deverá concentrar seus esforços para chegar ao segundo turno usando o tradicional “mar de lama” contra os governistas.
O tucano relacionou o desperdício de recursos públicos essenciais com a corrupção na Petrobras durante resposta à candidata Dilma, que quis saber se Aécio assumia o compromisso público de não privatizar a petrolífera.
Para a presidente, bater ao mesmo tempo em Marina e Aécio faz sentido, para evitar que o tucano fique com os eleitores que desistirem da candidata do PSB.
No embate com Aécio, Dilma sugeriu que por trás das denúncias contra a Petrobras existem os que pretendem enfraquecer a estatal para depois vendê-la. Teve a oportunidade de encaixar dois fatos notórios, o de que os tucanos venderam ações da petrolífera na bolsa de Nova York e tentaram mudar o nome da empresa para Petrobrax.
Marina Silva usou seu tempo no debate para dizer que vem sendo vítima de boatos: desmentiu que pretende mexer com o Bolsa Família e com o direcionamento do crédito público, que sustenta tanto o crédito rural quanto programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida.
Foram entrevistas de assessores de Marina Silva que levaram outros economistas, como André Biancarelli, da Unicamp, a sustentar que mudanças no direcionamento de crédito poderiam colocar em risco setores importantes da economia brasileira.
Durante o debate na TV Record, em um dos embates que travou com Marina, a presidente Dilma lembrou que o crédito direcionado dos bancos públicos representa mais de R$ 1,3 trilhão.
Não há qualquer dúvida de que o programa de governo de Marina Silva considera “exausto” o modelo de crédito que vigiu durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. É só conferir:
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Segundo o programa da coalizão liderada pelo PSB, um dos objetivos de Marina será o de reduzir o custo do crédito para as classes mais baixas.
Durante o debate, além de reclamar de que é vítima de boatos infundados, Marina Silva prometeu extinguir o papel do BNDES como favorecedor “de meia dúzia” de empresários, reafirmando acusação que já foi rebatida pelo assessor da presidência, Fábio Kerche, que acusou Marina de ser “imprecisa” sobre a atuação do BNDES 4 vezes em uma única frase.
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Demonstrando qual será o foco dos ataques contra Marina nos próximos dias, ainda na madrugada a equipe de Dilma distribuía por e-mail o seguinte texto:
Marina diz que votou a favor da CPMF, mas votou contra, e Dilma diz que ‘governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme’
Durante o debate entre candidatos à Presidência da República promovido pela Rede Record, Dilma Rousseff questionou a constante mudança de posicionamento da candidata Marina Silva sobre assuntos importantes ao País, e afirmou que “Governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar”.
A candidata do PSB afirmou ter votado a favor do Fundo de Combate à Pobreza, cuja composição seria feita por meio de recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e impostos sobre cigarro. Contudo, Marina Silva votou contra a CPMF. Registros do site do Senado Federal (“votações nominais”) mostram que Marina ficou contra o tributo em 1995 e em 1999. Em 2002, a candidata do PSB não registrou seu voto, o que, no caso de propostas de emenda constitucional, equivale a ser contrário, uma vez que é preciso ter 49 votos “sim” para a aprovação.
Confira abaixo a tramitação da CPMF no Senado e os votos da então Senadora Marina Silva:
PEC 40/1995: Dispõe sobre a instituição de contribuição social para o financiamento das ações e serviços de saúde. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 12/1996).
Votação em 1º turno (18/10/1995) = Senadora Marina Silva votou contra
Votação em 2º turno (08/11/1995) = Senadora Marina Silva votou contra
PEC 34/1998: Prorroga, alterando a alíquota, a cobrança da contribuição a que se refere o artigo 74 do ato das disposições constitucionais transitórias por 36 meses. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 21/1999).
Votação em 1º turno (06/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra
Votação em 2º turno (19/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra
PEC 18/2002: Altera os artigos 100 e 156 da Constituição Federal e o artigo 81 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e acrescenta os artigos 84, 85, 86, 87 e 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (Prorroga a vigência da CPMF até 31/12/2004). Proposta foi aprovada.
Votação (04/06/2002) = Senadora Marina Silva estava presente no plenário, mas não registrou voto.
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Nos bastidores do debate, quando os bancos e banqueiros foram citados pela primeira vez, a platéia buscou registrar a reação da educadora Neca Setubal, acionista do Banco Itaú, que chegou junto com a candidata Marina Silva. Entre Neca e o presidente do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, uma cadeira vazia foi ocupada por uma bolsa. “Entre a banqueira e o socialista, há uma Prada”, observou uma ferina observadora da cena.

POLÍTICA - Dilma cresce e se distancia.

Pesquisa CNT: Dilma cresce e se distancia ainda mais de Marina; Aécio tem chance de ir ao segundo turno

 
dilma e aécio
Da Redação
A pesquisa da CNT que acaba de ser divulgada mostra Dilma Rousseff com 40,4%, Marina Silva com 25,2% e Aécio Neves com 19,8%.
Em relação à pesquisa anterior, Dilma cresceu 4,4%, Marina perdeu 2,2% e Aécio ganhou 2,2%.

POLÍTICA - Dilma, minha candidata.

Dilma Rousseff, minha candidata!

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Os tons do cenário se alternam em torno do Lago de Bourget, na Savoia francesa. Dias amanhecem cinzentos, com raios prata filtrados pelas nuvens, penetrando as águas límpidas, diz-se que das mais puras da Europa. Outros são dias fulgurantemente azuis, iluminando o biombo de montanhas que cerca o lago, cobertas por pinheiros e plátanos de várias tonalidades de verde, espetáculo indescritível, visão de cortar o fôlego de qualquer olhar. Que privilégio estar aqui, viver aqui, escolher amadurecer por aqui!
Foi na contemplação dessa beleza que o poeta Lamartine escreveu sua obra-prima: Le Lac. Suas estrofes podem ser encontradas por toda a parte na região. Em Aix Les Bains, na parede do Casino ou gravadas em placas de aço de sinalização, na marina onde tremulam velas de barcos ancorados; em Tresserve, inscritas em pedras convidativas para casais apaixonados namorarem, em algum parque à beira do lago; na fachada de uma casinha singela e centenária em Chambery.

Uma delas:

“Ô Temps ! suspends ton vol, et vous, heures propices !

Suspendez votre cours:

Laissez-nous savourer les rapides délices

Des plus beaux de nos jours !”…

“Ó Tempo! suspenda teu voo, e vós, Horas Propícias! / Suspendam vosso curso: / Deixem-nos saborear as rápidas delícias / Dos mais belos de nossos dias!” – Suspirou em seu poema o inspirado Alphonse de Lamartine.

Esqueci-me, entretanto, de quando jovem fazer o mesmo pedido ao Tempo ou às Horas Propícias, diante do magnífico Lago de Bourget, onde escolheu viver minha doce e amorosa irmã.

Minha alternativa de vida foram as águas sempre turbulentas do meu país. Correntezas ingratas e contraditórias.

Vivemos momento de águas encrespadas no Brasil. Iemanjá deve estar nervosa, descompensada. Pela primeira vez vejo empresários de alto porte desancarem abertamente governo e governante, fazerem ameaças, descerem de sobre seus convenientes muros.

Banqueiros, presidentes de multinacionais, de entidades classistas tomam posição com todas as letras, em escancarado português.

Jornalistas “vaselina” de notória tradição jogam sobre a conta do governo da presidenta Dilma a responsabilidade por “roubalheiras”. O jogo é pesado.

Em saudável exercício democrático, a direita finalmente aparenta correr riscos em nome de suas convicções. O que me leva a ficar preocupadíssima!…

Se a velha e precavida extrema direita não está mais se equilibrando sobre o muro é porque se julga em solo firme no lado que escolheu pisar. Ocorre que nas únicas e poucas vezes em que ela falou francamente aconteceu de ser às vésperas de algum golpe de Estado. Estava muito bem respaldada, não precisava de muro.

No seu vocabulário, muro. Fio da navalha, no meu.

Os livros de História contam que a direitona foi toda franqueza, coragem e virulência quando planejou destronar Getúlio. Agiu da mesma forma no pré 64, falando grosso e empinando o peito como um Baixo profundo.

Vamos, no próximo dia 5, para um novo embate nas urnas. Cinco décadas se passaram desde o último golpe de estado. As novas gerações não viram, não sabem, ignoram. Em nome da boa saúde mental, muitos da velha geração se esqueceram daqueles anos linha dura. Outros não se lembram porque já morreram. Alguns outros foram mortos. Os que se omitiram, não viram ou não quiseram ver. Os coniventes até gostaram. Os sucessores dos vilões se empenham em lhes retocar as imagens. Os herdeiros das cicatrizes dessas tragédias carregam a missão pesada de alardeá-las, para que não se repitam.

Não, não há clima para novo golpe, todos dizem e repetem. Contudo, uma ditadura não precisa se originar obrigatoriamente de um golpe de Estado de generais – com escaramuças quase anedóticas na tomada do poder, como foram aquelas de 1964 -, e suas consequências nefastas em todos os aspectos: humanos, culturais, morais, econômicos, cívicos.

Hoje, são os grandes interesses financeiros internacionais, e também os nacionais, que desejam se tornar os ditadores do Brasil. De cara, anunciam pretender reverter conquistas históricas de nosso povo, como as leis do trabalho – a CLT; pretender entregar a exploração do Pré-Sal às empresas estrangeiras e, consequentemente, seu lucro, (indo por terra a esperança de educação e saúde para todos os brasileiros); pretender a autonomia do Banco Central, expondo o povo à face mais selvagem do capitalismo.

Não gosto de rótulos. Direita, esquerda, centro. Você não precisa ser, obrigatoriamente, totalmente de direita, de esquerda, de centro.

Capitalismo, socialismo, comunismo, sinceramente, qualquer que seja o sistema econômico, ele poderá ser nocivo ou construtivo, dependendo do peso que tenha, na balança do governante, o Fator B.

Não, não falo do Fator P, Fator Previdenciário, que calcula aposentadorias por tempo, contribuição, idades e também está em pauta nesta campanha.

O Fator B ao qual me refiro é o Fator Bondade. Não haverá sistema econômico, regime de governo, posição ideológica, projeto político, que contemple um governo neste milênio atormentado, que mereça alguma simpatia ou atenção se não priorizar o ser Humano, sua felicidade, seu bem estar, deixando em segundo plano a voracidade do lucro, a malignidade das ambições de poucos privilegiados, que atuem em detrimento de milhões de vidas humanas.

Por esse singelo motivo, não me representa quem não tem programa, nem coerência, nem ideologia e cujo único projeto é ganhar, custe o que custar, ligue-se a quem se ligar, colocando como prioridade na balança a equação perversa que soma o Fator L, de Lucro desmedido em detrimento do bem estar do povo, + o Fator I, de Indiferença com as vidas humanas, + o Fator P, de privilégios para muito poucos.

Também não me representa quem terceiriza às seitas pentecostais razões do progresso científico (células tronco), do casamento entre homossexuais e a questão da mulher, quando o aborto é a quinta causa de morte feminina neste templo da hipocrisia chamado Brasil, onde a mulher rica (somente ela) pode abortar em segurança na sexta e, no domingo, ir orar na igreja de sua devoção.

Todos esses motivos só reafirmam minha confiança na continuidade do programa empreendido por Dilma Rousseff, minha candidata.

MÍDIA - Noblat e a crítica covarde.


Noblat e a crítica covarde a blogueiros

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O jornalista Ricardo Noblat disse que os blogueiros que foram entrevistar Dilma são pagos pelo PT. Também disse que a entrevista foi uma farsa, embora tenha revelado um furo: a confirmação de que, se for reeleita, Dilma irá encaminhar o projeto de regulamentação econômica da mídia - tarefa que o Congresso brasileiro deve ao país desde 1988, quando a Constituição definiu que a comunicação social não pode ser objeto de monopólio nem de oligopólio.
Eu acho que a crítica ao trabalho de blogueiros que têm um posicionamento político favorável a Dilma e Lula seria menos covarde se levasse o Manchetômetro em conta.

Explico.

Se você examinar a ultima edição do Manchetômetro, que contabiliza o trabalho dos grandes jornais do país e também do tele-jornal de maior audiência — empresas que remuneram os principais críticos dos blogueiros — verá o seguinte resultado:

1) no Jornal Nacional, Dilma recebeu 15 notícias negativas. Mais de duas por dia. Marina e Aécio não tiveram notícias negativas.

2) na primeira página da Folha de S. Paulo, Dilma teve 8 negativas para 10 definidas como neutras. Marina não tem uma única notícia negativa. Aécio recebeu 1 negativa para 3 neutras.

3) no Globo, Aécio recebeu duas neutras e duas negativas. Marina, 7 neutras e 1 negativa. Dilma recebeu 30 negativas e 9 neutras.

4) no Estado de S. Paulo, Aécio recebeu oito notícias neutras e quatro negativas. Marina, 3 neutras e 9 negativas. Já Dilma ficou com 34 negativas para 16 neutras.


Estamos falando justamente de um período da campanha no qual Dilma consolidou a liderança nas pesquisas, cravando uma diferença de 13 pontos sobre a segundo colocada. Chegará com folga no segundo turno e, se ocorrer um terremoto na reta final, pode levar até no 1 turno. Enquanto isso, Aécio e Marina brigam pelo osso.

Uma semana de notícias negativas para quem? Positivas para quem?

Eu acho estranho que, sempre a postos para criticar uma duzia e meia de blogueiros, nossos críticos façam um silêncio encandaloso diante desses números.

Não conseguem achar nada de errado aí, nada a comentar?

Esse é o significado da palavra “isento” em seus manuais de redação?

Será que é assim que eles acham que estão fazendo sua parte para construir um Brasil melhor, como dizia dona Celina, minha inesquecível professora de História no Guaracy Silveira, fazendo fé naquilo que lia nos editoriais escritos pelos pais e avós dos jornalistas de hoje?

A crítica aos blogueiros é prova de uma imensa covardia.

Parte de profissionais que adoram criticar o que chamam de jornalismo chapa branca mas atuam como pelegos de patrão.

Dão o braço a quem é forte - e paga seus vencimentos - para tentar atingir quem é fraco.

Perdidos numa vaidade imensa, estão sempre dizendo que a opinião adversária não é legítima e foi comprada.

Com o argumento do dinheiro escuso, tenta-se sugerir que a condição profissional na grande mídia se justifica pelo “talento imenso “, pela “profundidade de suas análises”, “pela qualidade de sua informação”, pela sua “independência” e outras meias-verdades (ou mentiras totais, conforme o caso) do jornalismo real.

Do ponto de vista da circulação de informações e debate de ideias numa sociedade, o Manchetômetro mostra só a ponta do iceberg.

Estamos falando de uma sociedade na qual o controle da informação é amplo e profundo.

No conteúdo, o noticiário é abertamente dirigido em função do interesse político. (Você não vai dizer que 30 a 9 ou 15/20 contra Dilma são “expressão possível da verdade, ” a definição clássica para o jornalismo, certo?)

Mas é este jornalismo pervertido que é reenviado para os sites de jornais, revistas, canais de TV, que também possuem grandes audiências, num processo de alavancagem mútua. Transfere-se depois para a TV e o rádio, onde repórteres e colunistas do papel vestem a roupa de comentaristas e apresentadores e atuam com as mesmas ideias, valores e opiniões.

O debate, então, é outro.

A concentração política dos meios de comunicação atingiu um padrão grotesco, irrespirável. Vinte e nove anos depois da ditadura militar, temos um aparato de comunicação social que é privado, pelo regime de propriedade, e autoritário, como instituição política.

É coerente com sua visão de mundo, extraída da mesma árvore política: liberal no plano dos direitos individuais, reacionária na visão de Estado e de proteção social aos fracos e excluídos.

São erros cometidos e repetidos com a certeza da impunidade, o veneno da arrogância.

Tenho críticas a determinados blogueiros e só posso fazer elogios a outros. Mas, como regra, eles causam incômodo pelo lado certo. Arranham o que precisa ser arranhado.

Falam por uma parte do país que não tem voz. E vamos combinar que, mais uma vez, as pesquisas eleitorais mostram que é uma parte grande, certo?

Do ponto de vista da liberdade e da democracia, que é a substância do jornalismo, o pior blogueiro faz um trabalho muito mais relevante para o Brasil e os brasileiros do que o medalhão que regulado pelas mensagens telepáticas enviadas pelo comando da empresa onde trabalha.

Eu sei disso, você sabe disso. Eles sabem disso.

É por isso que os blogueiros merecem respeito, e não críticas medrosas, típicas de cães sabujos, que têm receio de perder o filé mignon do pensamento único.

domingo, 28 de setembro de 2014

POLÍTICA - Tomara que ele esteja certo.

                                   

Uma análise de tendências e de valores, por Ion de Andrade


Por Ion de Andrade
Uma análise de tendências e de valores
A maioria silenciosa acordou e talvez não haja segundo turno
O G1 publicou quadro proporcional dos votos por região, detalhando a pesquisa do Datafolha. Quem tiver curiosidade pode acessar o seguinte endereço eletrônico: http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/blog/eleicao-em-numeros/1.html .
Produzi para elaborar esta análise uma tabela com a projeção populacional, como disponível no Datasus para 2014 segundo dados do TCU e corrigi esta população convertendo-a em eleitores conforme quantitativo de eleitores disponibilizado pelo TSE. O Cálculo é aproximado, (razão porque não vai publicada) pois multipliquei para a distribuição, a população total por fator 0,704 (que é a exata proporção entre a população total e a de eleitores), isto produz entretanto um pequeno desencontro entre os totais populacionais e o de eleitores (mas não altera as proporções). Obtidos estes dados, distribui entre as regiões conforme o peso populacional percentual de cada uma.
Por esta projeção, cujos dados percentuais foram obtidos do G1, e excluídos os indecisos, Dilma tem 44,7% dos votos e Marina 30,7%, não me dei o trabalho de calcular os votos de Aécio, por não ser objeto da ideia que trabalho aqui. Isto confirma a análise do DAtafolha que diz que Dilma precisa de 5 pontos para evitar o segundo turno.
A questão central em jogo é a de que falta pouco para a vitória de Dilma no primeiro turno.
Na semana Dilma ganhou votos expressivamente a) No Nordeste, que representa 27,7% da pop
ulação b) No sudeste que representa 41,9% da população, c) Entre a população que se declara católica, 65% da população, onde cresceu 16% e d) Entre a população que se declara de religião de matriz africana, onde a sua candidatura explodiu.
Marina perdeu votos em todos os agrupamentos, exceto na região Centro-Oeste onde está estável. As maiores perdas de Marina se encontram nas regiões onde Dilma cresce e entre as pessoas que a) Se declaram evangélicas não pentecostais (o protestantismo clássico); b)Se declaram sem religião e c) Entre as pessoas que se declaram Kardecistas. Os dados podem ser consultados no G1.
De concreto há: a) Dilma precisa acrescentar algo como 5% ao seu eleitorado para vencer no primeiro turno, b) Os números parecem apontar para uma reta final onde este percentual será alcançado se a tendência da semana passada for mantida e c) a julgar pelo Vox Populi, os dados podem ser melhores do que os que o Datafolha mostra... o que reduziria o percentual a índice inferior a 5 pontos.
Três elementos em jogo apontam para esta possibilidade: a) a queda de Marina nos segmentos do protestantismo clássico foram explosivas, (oito pontos, de 44 para 36, em duas semanas) b) o crescimento de Dilma no Nordeste (6 pontos em 49) e c) entre católicos (5 pontos em 40) e entre brasileiros de religiões africanas (17 pontos em 32) parece, graficamente, mostrar-se como os primeiros degraus de crescimento exponencial.
Ao ameaçar a integridade do Estado laico submetendo-o a um direito de matriz religiosa neopentecostal e ao relativizar os programas sociais e os direitos trabalhistas, Marina despertou uma lógica "maioria/minoria" inédita nas eleições do Brasil: nem os evangélicos tradicionais, nem os católicos, nem os kardecistas, nem os brasileiros de religiões de matriz africana querem relativizar o Estado laico e nem os programas sociais que criaram o Brasil contemporâneo, o que pode ser enxergado no Nordeste, mas também no Sudeste onde Dilma cresce.
Independentemente de haver segundo turno, estas tendências são de difícil inversão pois tocam a questões identitárias profundas e não mais a questões direitaxesquerda.
Na Itália, o velho PCI nunca conseguiu chegar ao governo, exceto em prefeituras. Isto se deu, em parte, devido às tais questões identitárias profundas.
O vínculo da candidata Marina ao movimento neopentecostal parece ter consolidado uma frente que se tece para além dos valores da política, cujo cerco se estabelece numa espécie de silêncio resignado e não é desfeito pelo discurso dos políticos mas evoca tradições a respeitar. Não se trata somente de uma opção em favor de Dilma, mas uma opção contra o risco do Brasil converter-se num país de privilégios e submissão a um segmento que, embora legítimo, não representa a maioria.
Se eu estver certo Marina terá tido um papel extraordinário na história da República: mostrar o Brasil que não queremos.
A ver.

POLÍTICA - Três armações midiáticas e uma análise.


Três armações midiáticas e uma análise

 
Sugerido de Edivaldo Dias Oliveira 
 
Armações ilimitadas. Prepare-se para as armações ilimitadas da mídia contra o PT, nesta última semana. Seja forte. Isso vem desde de 1989 quando Lula concorreu pela primeira vez. Retrospectiva: 
 
Rede Brasil Atual
Em 1989, sequestro de Abílio Diniz foi relacionado ao PT e desmentido logo após eleições, mostra pesquisa
Investigação apontou que não houve envolvimento do Partido dos Trabalhadores no sequestro de Diniz. Envolvidos acusaram polícia de obrigá-los a vestir camisa da campanha de Lula. Clique aqui.
 
Teoria e Debate 
2002: Lula derrota a velha mídia
Apesar de simular neutralidade, como mostramos no artigo anterior, depois de ajudar a eliminar Roseana Sarney e afastar Ciro Gomes, o partido midiático coloca toda a sua artilharia contra o inimigo principal, Lula, até porque sua possibilidade de vitória era real, e esse risco a mídia não queria correr. Mas Lula, no segundo turno, no dia 27 de outubro, obteve mais de 61% dos votos válidos, contra pouco mais de 38% para Serra. Clique aqui.
 
Carta Capital
Aloprados e aloprados
Em 2006, jornalista contou a araponga de Cachoeira como escândalo da mala de dinheiro foi usado para prejudicar campanha petista. Clique aqui.
 
 
 
 
Tão logo as pesquisas revelaram que uma das candidatas à presidência da República havia atingido índices de intenção de voto difíceis de serem revertidos, e que os resultados indicavam a possibilidade de decisão ainda no primeiro turno, a grande mídia e seus "formadores de opinião" reagiram prontamente. Insistiram eles que fatos novos poderiam ocorrer e que ainda era muito cedo para cantar vitória.
 
Um exemplo: sob o título "Festa na véspera", a principal colunista de economia do jornal O Globo escreveu em sua coluna "Panorama Econômico" do dia 31 de agosto:
 
"Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? (...) Fala-se do futuro como inexorável. O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante."
 
Simultaneamente, a poucas semanas do primeiro turno das eleições, os jornalões, a principal revista semanal e a principal rede de televisão abriram fartos espaços para a divulgação de "escândalos" com a óbvia intenção de atingir a reputação pública da candidata favorita.
 
O primeiro, diz respeito a vazamento de informações sigilosas da Receita Federal ocorridos em setembro de 2009 [antes, portanto, da escolha oficial dos candidatos e do início da campanha eleitoral]. O "escândalo" foi imediatamente comparado com o caso Watergate, que levou à renúncia o presidente dos EUA Richard Nixon, em 1974, e também à prisão de integrantes do PT em hotel de São Paulo, em 2006. A narrativa midiática logo passou a referir-se a ele como "Aloprados II" e/ou "Receitagate".
 
O segundo, que surge tão logo o primeiro parece não ter atingido os objetivos esperados, faz um incrível malabarismo ao tentar incriminar a candidata favorita através de ações de lobby e tráfico de influência atribuídos ao filho de sua ex-auxiliar. Um exemplo: a manchete de primeira página da Folha de S.Paulo de domingo (12/9): "Filho do braço direito de Dilma atua como lobista".
 
O que estaria acontecendo na grande mídia brasileira?
 
Controle e dinâmica
 
Em abril de 2006, no correr da "crise do mensalão", escrevi neste Observatório [ver "Escândalos midiáticos no tempo e no espaço"] sobre o conceito de "escândalo político midiático" (EPM) desenvolvido pelo professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, John B. Thompson, em seu aclamado O escândalo político – Poder e visibilidade na era da mídia (Vozes, 1ª edição, 2002).
 
O momento é oportuno para retomar os ensinamentos de Thompson.
 
Os EPM surgem historicamente no contexto do chamado jornalismo investigativo, combinado com o crescimento da mídia de massa e a disseminação das tecnologias de informação e comunicação. E, sobretudo, no quadro das profundas transformações que ocorreram na natureza do processo político, ainda dependente, em grande parte, da mídia tradicional. Envolve indivíduos ou ações situados dentro de um campo ligado à aquisição e ao exercício do poder político através do uso, dentre outros, do poder simbólico. Fundamentalmente, o exercício do poder político depende do uso do poder simbólico para cultivar e sustentar a crença na legitimidade.
 
O poder simbólico, por sua vez, refere-se à capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações e crenças de outros e também de criar acontecimentos, através da produção e transmissão de formas simbólicas. Para exercer esse poder, é necessário a utilização de vários tipos de recursos, mas, basicamente, usar a grande mídia, que produz e transmite capital simbólico – vale dizer, controla a visibilidade pública. A reputação, por exemplo, é um aspecto do capital simbólico, atributo de um indivíduo ou de uma instituição. O que está em jogo, portanto, num EPM é o capital simbólico do político, sobretudo sua reputação.
 
Como a grande mídia se tornou a principal arena em que as relações do campo político são criadas, sustentadas e, ocasionalmente, destruídas, a apresentação e repercussão dos EPM não são características secundárias ou acidentais. Ao contrário, são partes constitutivas dos próprios EPM.
 
Escândalo político midiático, portanto, é o evento que implica a revelação, através da mídia, de atividades previamente ocultadas e moralmente desonrosas, desencadeando uma seqüência de ocorrências posteriores. O controle e a dinâmica de todo o processo deslocam-se dos atores inicialmente envolvidos para os jornalistas e para a mídia.
 
Jogo de poder
 
Na verdade, a grande mídia ainda detém um enorme poder de legitimar a esfera propriamente política através do tipo de visibilidade pública que a ela oferece. Os atores da esfera política dependem de visibilidade na esfera midiática para se elegerem e/ou se manterem no poder. Através desse poder, próprio da esfera midiática, a grande mídia tenta submeter e controlar o processo político, em particular os processos eleitorais. É aí que surgem os EPM.
 
Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia – declaradamente oposicionista pela voz da presidente da ANJ – estaria a exercer na construção de EPM a poucas semanas das eleições?
 
Será que o Brasil de 2010 é o mesmo de 2006, quando tentativa semelhante levou as eleições presidenciais para o segundo turno?
 
O que está realmente em jogo é o poder da mídia tradicional – e, por óbvio, dos grupos dominantes do setor – em tempos de profundas transformações nas comunicações. Em tempos de internet.
 
Quem viver verá.