“Profissão Repórter” é alvo dos fascistas
Por Altamiro Borges
Conforme registrou o site de
entretenimento F5, da Folha, o fascista Marcelo Mello – condenado em 2013 por
manter uma página na internet com mensagens contra nordestinos, negros, judeus,
mulheres e homossexuais – não perdoou o repórter Guilherme Belarmino pela
tentativa de entrevista-lo. “No programa, ele é filmado partindo para cima da
equipe de reportagem e, desde o episódio, tem se manifestado em sua conta no
Twitter, escrevendo sobre ‘desovar esses tipos’ e dar ‘muita porrada’ em
Belarmino. ‘Eu jamais daria uma banana para @guibelar, não sou racista, eu daria
é muita porrada mesmo’, ameaçou Mello via rede social. ‘Lá na cadeia eu fiquei
com uns ex-pms que lidavam direto com estes tipos como o @guibelar. É só desovar
que não dá nada’, escreveu”.
Na última terça-feira (15), o programa “Profissão
Repórter”, comandado pelo jornalista Caco Barcelos, exibiu uma excelente
reportagem sobre a onda de ódio e preconceito que contagia o país. Entre outras
graves denúncias, ele destacou o drama vivido pela blogueira cearense Lola
Aronovich, que desde 2011 recebe ameaças de morte por seu ativismo feminista.
Também registrou as provocações contra a Marcha Nacional das Mulheres Negras,
realizada em novembro, que foi atacada com bombas e disparos de tiros por
fanáticos que estavam acampados em Brasília exigindo o impeachment de Dilma. O
programa foi exibido na TV Globo, uma das principais culpadas pelo clima de
intolerância no país, e gerou ataques na internet aos jornalistas do “Profissão
Repórter”.
Diante das ameaças racistas, o repórter reagiu indignado.
“’Já imaginava que podia acontecer por conta desse histórico. Já fui um pouco
preparado, mas foi um choque, como sempre é’, disse Belarmino ao F5. ‘Já tinha
sido intimidado como jornalista, mas até então nunca havia sido atacado
diretamente por ser negro’. Após o programa ser exibido, mensagens postadas por
Mello e outros participantes do fórum falavam sobre ‘estourar o crânio’ do
repórter e botá-lo na cova. Também há comentários sobre a repórter Valéria
Almeida, parte da equipe do ‘Profissão Repórter’, mas que não participava deste
episódio. ‘Agora é moda incluir uma crioula com esse cabelo de Ninho de
Mafagafos em tudo quanto é lugar’, diz um dos posts”.
O respeitado Caco Barcelos, que costuma dar aulas de
jornalismo no programa “Profissão Repórter”, já anunciou que abrirá processo
contra os agressores da sua equipe. Guilherme Belarmino também informou nas
redes sociais que levará o caso à Justiça e agradeceu as mensagens de
solidariedade dos internautas. Ele ainda relembrou os ataques racistas sofridos
por outros colegas da TV Globo, como a apresentadora Maju Coutinho e as atrizes
Taís Araújo e Cris Vianna. O fascista Marcelo Mello até já pegou uns dias de
cadeia em decorrência de uma operação da Polícia Federal contra as mensagens de
ódio na internet. Hoje, porém, ele está livre e solto. Já outros fanáticos
envenenam a internet com as suas ameaças terroristas, principalmente contra a
presidenta Dilma.
***
Em tempo-1: Na semana passada, o Ministério Público de São
Paulo recolheu computadores e ouviu alguns suspeitos pelos ataques racistas
contra a jornalista e apresentadora da previsão do tempo do ‘Jornal Nacional’,
Maria Julia Coutinho, a Maju. Até agora, a Justiça já determinou 25 mandados de
busca e apreensão em oito Estados: São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Ceará e Amazonas. “Não, meu grupo não [fez os
ataques racistas], agora, o grupo que publicou, eu sei quem foi, e eu vou falar.
Lógico, não vou segurar o rojão de ninguém", afirmou um dos investigados. Ele
tem 21 anos, mora na zona norte de São Paulo e teve o computador apreendido. Há
indícios de que vários racistas deverão ser presos nas próximas
semanas.
Em tempo-2: Bem que o poderoso diretor de jornalismo da TV
Globo, Ali Kamel, poderia aproveitar esta deprimente onda de ataques contra os
profissionais da emissora para fazer uma autocrítica do seu livro “Não somos
racistas”. Ajudaria a limpar a imagem do império global como um dos principais
incentivadores do racismo no Brasil.
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