domingo, 12 de outubro de 2008

ARTIGO - Os bancos e a jogatina de Wall Street.

Via Der Spiegel da Alemanha, escreve Dirk Kurbjuweit:

O mundo parece à beira do desastre porque algumas poucas pessoas andaram fazendo apostas num nível altíssimo. Perderam na mesa de jogo suas apostas em maus empréstimos e agora bancos estão entrando em colapso, empresas enfrentam uma crise de liquidez, investidores perdem suas poupanças e uma recessão ameaça chegar.

Desta vez, há mais na balança do que apenas um dos ciclos de alta e baixa da economia. Desta vez, questões fundamentais estão em jogo. Será que uma economia de mercado livre não é nada mais do que um convite para a jogatina? E quanto aos princípios democráticos tão intimamente ligados à economia de mercado, um conceito que o Ocidente usou para conquistar seu domínio sobre o mundo? Esta visão de democracia também está a perigo. […]

A música tema, tocada por políticos, empresários e jornalistas, era uma orgia na forma de um pensamento sem nuances que glorificava o indivíduo e demonizava o Estado. […] Foi feito um acordo entre políticos e a indústria de um lado e desempregados e trabalhadores no outro. Seguia desta forma: talvez fosse doloroso, mas ao perder direitos trabalhistas, os trabalhadores teriam algo em troca. Sem aqueles direitos, a economia cresceria e novos e melhores empregos surgiriam. Confie em nós, sugeria o acordo. […]

Um grupo de banqueiros alemães reclama que o governo não lançou imediatamente um pacote para salvá-los. […] Agora, os maiores céticos na intervenção governamental terão ajuda do Estado, e isto provavelmente é o certo a fazer pois ninguém imagina que conseqüências teriam o colapso de um grande banco. Mas por que os banqueiros não estão humildes? Por que não se desculpam por suas monstruosidades?

E o que deve pensar alguém que tem vivido com um salário modesto nos últimos cinco anos e que permanece convivendo com o medo do desemprego? Esta pessoa manteve seu lado do acordo. Não teve escolha.
Fonte: Blog do Pedro Doria

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