quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

INTERNET - Companheira ou vilã?

Guilherme Martins
Itu.com.br

Você tem Orkut ou MSN?”. Estas são as novas perguntas inseridas no meio social em que vivemos. Foi-se o tempo em que perguntavam o número do telefone ou do celular. A febre agora é a internet e a vida on-line.

A empresa eMarketer divulgou uma pesquisa informando que o número de pessoas no mundo com acesso a internet chegou a um bilhão, sendo que 25% delas operam através de banda larga ou conexões de alta velocidade.

Uma outra pesquisa realizada em outubro de 2008 pelo IBOPE/NetRatings revelou que a média de horas de navegação - em tempo individual - do brasileiro no referido mês foi líder mundial com a marca de 24 horas e 40 minutos.

Os países que mais se aproximaram do Brasil em tempo individual de navegação foram a França, que chegou a 23 horas e 10 minutos, e o Reino Unido, que ficou com 23 horas e 4 minutos.

Os sites de relacionamentos lideram a lista dos mais acessados. O estudo revela que 34,5% do tempo de navegação dos computadores domésticos é gasto em páginas como Orkut, MySpace e Facebook, além de blogs e fóruns.

A pesquisa revelou também que o total de pessoas de 16 anos ou menos com acesso em todos os ambientes (residências, trabalho, escolas, lan-houses, bibliotecas, telecentros), subiu para 43,1 milhões no terceiro trimestre de 2008.

O jovem Gabriel Rodrigues, de apenas 07 anos, já possui uma página no Orkut e não deixa de visitá-la diariamente. Seus pais apóiam a iniciativa, porém sob vigilância constante. “A internet é uma ferramenta que abre um leque de possibilidades se for usada corretamente, com supervisão adequada e de forma saudável e segura”, afirma Gislaine Rodrigues, mãe de Gabriel.

Ana Laura Alves é outro exemplo. Com 10 anos, a estudante possui mais de trezentos amigos em sua página do Orkut. “Adoro mexer no Buddy Poke (personagens em desenhos criados a partir do perfil de cada usuário), ver meus amigos e fuçar o Orkut dos outros principalmente”, brinca.

Liberdade com segurança
Todo este avanço, liberdade e acessibilidade trazem alguns contras. Vários casos de abusos, fraudes econômicas ou uso indevido destes referidos sites já foram documentados no Brasil e no mundo.

Numa tentativa de evitar este tipo de ação, no dia 10 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial da Internet Segura. O movimento foi criado em 2003 pela Comissão Européia e teve neste ano a participação de 65 países, dentre eles o Brasil.
O principal objetivo é a conscientização dos internautas para o uso seguro e responsável da rede mundial de comunicações, e foram realizadas diversas atividades em parceria com uma série de instituições como Google Brasil e Comitê Gestor da Internet. O site oficial do evento apresentou links com materiais relacionados à segurança e um canal específico sobre o tema foi criado no YouTube.

A jornalista Patrícia Ribeiro, com mestrado em comunicação digital, afirma que os usuários têm que se conscientizar em relação à liberdade que a Internet propõe. “Falta domínio da tecnologia presente no dia-a-dia. Nunca estivemos tão expostos como agora, com as informações que passamos pelos diversos sites de relacionamento. A tecnologia representa a falta de privacidade e a rede permitiu uma vida mais aberta”, analisa.

Recentemente a Microsoft liberou para a Polícia Federal brasileira o acesso a um banco de dados a fim de rastrear casos de pedofilia pela internet. O acordo permitiu o uso do Sistema de Rastreio de Exploração Infantil (Cets, em inglês), para cruzar dados sobre esse tipo de crime.

No Reino Unido 138 crianças foram identificadas e resgatadas de situações de abusos e 240 pessoas foram presas graças à participação do Cets, segundo o mentor do programa, o canadense Paul Gillespie, presidente da Aliança para a Segurança de Crianças na Internet.

Quando questionada a respeito do uso desta ferramenta pelas crianças, Patrícia é metódica. “Não há como proibir uma criança de ter acesso porque assim ela estaria fora do contexto social em que vive, mas é necessário extremo cuidado e vigilância dos pais”.

Por fim, Patrícia salienta que, por se tratar de um meio onde todos podem colaborar fornecendo informações ou alterando o produto, o filtro da internet é a ideologia e ética de cada usuário. “Não há regras na internet, logo, seus valores fazem o controle deste meio de comunicação”, finaliza.
Fonte:FNDC (Fórum Nacional Democratização da Comunicação.

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