Pikettismos: a desigualdade na mira”, por Ladislau Dowbor
As discussões levantadas pelo livro “O Capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, são tema de um artigo do economista Ladislau Dowbor publicado originalmente no portal Carta Maior.
Segundo Dowbor, o livro “não é apenas muito bom, é oportuno”, porque explica como “se dão os principais mecanismos que geram a desigualdade, como evoluíram no longo prazo, como se apresentam no limiar do século XXI, e em particular como o problema pode ser enfrentado”.
A desigualdade – aponta o economista – esteve presente nas discussões, mas “a teoria econômica terminou centrando-se muito mais no PIB, na produção de bens e serviços, e muito insuficientemente na repartição e nos mecanismos que aumentam ou reduzem a desigualdade”.
Daí a importância das reflexões de Piketty que, segundo Dowbor, traz a “força da juventude e uma saudável distância das polarizações ideológicas que tanto permeiam a análise econômica”. Neste artigo de avaliação da obra, Dowbor explica por que as propostas do economista francês são importantes, dentre elas, a tributação do capital parado nas cirandas financeiras e o pagamento de impostos pelos ricos.
“Ricos pagaram impostos é necessário”
Piketty mostra, aponta Dowbor, que “esperar que mecanismos econômicos resolvam o desequilíbrio crescente faz pouco sentido: precisamos criar ou expandir, segundo os casos, um imposto progressivo sobre o capital. O que inclusive seria produtivo, pois incitaria os seus detentores a buscar realizar investimentos produtivos em vez de observarem sentados o crescimento das suas aplicações financeiras”.
O economista francês, inclusive, propõe para a Europa o pagamento de “0% para patrimônios inferiores a 1 milhão de euros, 1% para os que se situam entre 1 e 5 milhões, e 2% para os acima de 5 milhões”. Para Dowbor, “os ricos pagarem impostos não é utópico, é necessário” e “tributar o capital parado nas cirandas financeiras, rendendo sem produção correspondente, é particularmente interessante”.
Com isso, seria gerado o equivalente a 2% do PIB europeu (cerca de 300 bilhões de euros), “o suficiente para liquidar por exemplo o endividamento público em pouco anos, e tirar os países membros das mãos dos intermediários financeiros”. Dowbor explica que a proposta não é nova, mas foi apresentada no livro do Piketty “de maneira muito legível (inclusive para não economistas), extremamente bem documentada, e com uma clareza na explicação passo a passo que transforma a obra numa ferramenta de trabalho de primeira ordem”.
As discussões levantadas pelo livro “O Capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, são tema de um artigo do economista Ladislau Dowbor publicado originalmente no portal Carta Maior.Segundo Dowbor, o livro “não é apenas muito bom, é oportuno”, porque explica como “se dão os principais mecanismos que geram a desigualdade, como evoluíram no longo prazo, como se apresentam no limiar do século XXI, e em particular como o problema pode ser enfrentado”.
A desigualdade – aponta o economista – esteve presente nas discussões, mas “a teoria econômica terminou centrando-se muito mais no PIB, na produção de bens e serviços, e muito insuficientemente na repartição e nos mecanismos que aumentam ou reduzem a desigualdade”.
Daí a importância das reflexões de Piketty que, segundo Dowbor, traz a “força da juventude e uma saudável distância das polarizações ideológicas que tanto permeiam a análise econômica”. Neste artigo de avaliação da obra, Dowbor explica por que as propostas do economista francês são importantes, dentre elas, a tributação do capital parado nas cirandas financeiras e o pagamento de impostos pelos ricos.
“Ricos pagaram impostos é necessário”
Piketty mostra, aponta Dowbor, que “esperar que mecanismos econômicos resolvam o desequilíbrio crescente faz pouco sentido: precisamos criar ou expandir, segundo os casos, um imposto progressivo sobre o capital. O que inclusive seria produtivo, pois incitaria os seus detentores a buscar realizar investimentos produtivos em vez de observarem sentados o crescimento das suas aplicações financeiras”.
O economista francês, inclusive, propõe para a Europa o pagamento de “0% para patrimônios inferiores a 1 milhão de euros, 1% para os que se situam entre 1 e 5 milhões, e 2% para os acima de 5 milhões”. Para Dowbor, “os ricos pagarem impostos não é utópico, é necessário” e “tributar o capital parado nas cirandas financeiras, rendendo sem produção correspondente, é particularmente interessante”.
Com isso, seria gerado o equivalente a 2% do PIB europeu (cerca de 300 bilhões de euros), “o suficiente para liquidar por exemplo o endividamento público em pouco anos, e tirar os países membros das mãos dos intermediários financeiros”. Dowbor explica que a proposta não é nova, mas foi apresentada no livro do Piketty “de maneira muito legível (inclusive para não economistas), extremamente bem documentada, e com uma clareza na explicação passo a passo que transforma a obra numa ferramenta de trabalho de primeira ordem”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário