quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ECONOMIA - Nassif analisa debate sobre o câmbio.

Nassif analisa debate sobre o câmbio




dinheiro_2Estimulado pelos debates da Semana de Economia da FGV-SP e em mais um daqueles seus artigos certeiros, em que vai ao foco central da questão, o jornalista e economista Luis Nassif analisa as discussões recorrentes sobre o câmbio no país.
Já na parte da manhã do evento, conta o economista, pelas discussões sobre o impacto dos salários na produtividade, tinha ficado claro que “dificilmente (no Brasil) haveria espaço para grandes desvalorizações cambiais que, reduzindo o preço dos salários em dólares, tornassem os produtos brasileiros mais competitivos”.
Nassif cita a proposta do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira de “imposto de exportação sobre commodities, constituindo um fundo a ser aplicado no exterior, retirando o excesso de dólares em circulação”. E avalia que o fenômeno da “doença holandesa” – tese defendida pelo ex-ministro – é “bastante recente no país e está ligado à explosão dos preços de commodities nos últimos 10 anos”.
Segundo o jornalista, a apreciação da moeda brasileira é “tão antiga quanto o acordo de Bretton Woods – que determinou a concertação do câmbio entre as economias nacionais”. Naquele período (meados dos anos 40), destaca, havia “uma inflação interna que não foi considerada no momento zero da implementação do acordo”. Por isso, “o país entrou na nova ordem monetária internacional com sua moeda desalinhada”.

Duas oportunidades perdidas para correção do câmbio

Nassif aponta , também, que essa situação foi mantida por “interesses internos – de importadores e dos jornais – (que) sempre impuseram resistência a moedas desvalorizadas”. E destaca que o processo foi agravado no Plano Real, “com a apreciação de 15% da moeda”.
Lamenta, ainda, duas oportunidades perdidas para correção do câmbio. Uma em 2003: “no período anterior, erros do BC de Armínio Fraga e receios em relação a Lula – somados à crise internacional das montadoras – fez o câmbio explodir. Se Lula tivesse o mantido em patamares competitivos, a economia teria bombado”, comenta Nassif. A outra, na crise de 2008.

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