quinta-feira, 18 de setembro de 2014

MÍDIA - O que o Garotinho falou é verdade.

Na Globo, Garotinho diz que emissora apoiou ditadura e pode ter sonegado impostos


Jornal GGN - O candidato ao governo do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) obrigou a apresentadora do programa RJTV 1ª Edição, Mariana Gross, a explicar que a TV Globo "não é sonegadora de impostos". A saia justa foi resultado de uma entrevista agressiva, ao vivo, com o postulante que lidera numericamente as pesquisas de intenções de voto. Garotinho, além de dizer que a Globo é alvo da Polícia Federal, também lembrou que ela apoiou a ditadura militar.
Sem demonstrar desconforto com perguntas espinhosas, Garotinho driblou 12 minutos de entrevista - dos quais cinco foram destinados a debater corrupção - com certa leveza. Nas duas situações em que foi emparedado, virou a mesa do jogo e usou críticas e denúncias contra a Globo como válvula de escape.
Na primeira situação, ele foi insistemente cobrado por ter indicado, quando governador do Rio, secretários que acabaram sendo processados. A esposa de Garotinho, ex-governadora Rosinha, não ficou de fora das acusações. 
Mariana lembrou que Gilson Cantarino foi secretário de saúde de Rosinha. Em 2008, ele foi preso por 45 dias. A acusação é de que ele fazia parte de um esquema que lesou os cofres públicos em 234 milhões de reais. O escândalo envolvia ainda a Secretaria de Trabalho e convênios irregulares com ONGs. “Por que tantas pessoas próximas a você e sua mulher estão envolvidas em escândalos?”, indagou.
“Não sei por que ‘tantas pessoas!’ Você citou um caso. O Dr. Gilson Cantarino é um excelente médico, pessoa competente, dedicada. Pode ter havido algum processo interno que tenha levado ele a cometer a assinatura de algum convênio irregular. Mas não acredito que ele tenha sido beneficiado de nada. Ele é um homem digno, vive pobre. É isso”, disse.
“Só nesse caso, candidato, há 13 condenações. O senhor e Rosinha também são réus", rebateu Mariana. “Não, não há condenação nenhuma contra mim”, revidou Garotinho, emendando que no sistema brasileiro, há um processo longo na justiça antes de sair uma condenação. “Sou réu e estou apresentando minha defesa”.
A jornalista resolveu "passar para outro assunto”. Agora, sobre a condenação de Rosinha no ano passado, por improbidade administrativa, em função de um contrato sem licitação para montagem de 254 salas de informática na Fundação Euclides da Cunha. A Justiça não conseguiu comprovar o gasto. Rosinha foi obrigada a ressarcir os cofres públicos e teve os direitos políticos suspensos por cinco anos. “Denúncia na educação, denúncia na saúde, denúncia na segurança, pergunto ao senhor: o senhor e sua mulher fiscalizaram mal ou escolheram as pessoas erradas para o primeiro escalão?”, perguntou a apresentadora.
Garotinho ironizou na resposta. "Devo ser incompetente para roubar”, citando nomes de adversários políticos que ostentam bens materiais, enquanto ele diz não saber onde foi parar esse dinheiro que dizem ter desviado. Foi aí que surgiu a primeira bordoada na Globo.
“Eu sou vítima de muitas perseguições. Acusações todo mundo tem. Agora mesmo acusaram a Globo de estar envolvida num desvio milionário, com laranjas, em paraísos fiscais. Eu não sei se a Globo é culpada, até acho que é. Mas é opinião minha. Quem vai dizer isso é o juiz, não eu. Não é? Disseram que a Globo sonegou bilhões…"
A apresentadora global tratou de respondeu que TV Globo não era o assunto da entrevista, e que a emissora tampouco "sonegou nada, deixo claro". "Não. Quem está dizendo isso é um inquérito aberto da Polícia Federal", tangenciou Garotinho.
"Globo apoiou a ditadura"
O candidato foi questionado, em seguida, por promessas que traz nessa campanha, mas que não tirou do papel enquanto governador. Exemplos: construção de moradias populares e  desconto no IPVA e vistoria obrigatória a cada dois anos. "Não falta coerência?", perguntou Mariana.
"Mas (para) quantas coisas, às vezes, a gente não faz uma auto-crítica? Por exemplo: a Globo apoiou a Ditadura. Depois, passou um tempo, fez uma auto-crítica e  reconheceu que não deveria ter apoiado. Eu, por exemplo, acho que se o IPVA diminuiu para empresários de ônibus, não é porque a empresa do Sérgio Cabral é advogada das empresas de ônibus que não poderá diminuir para todo mundo", devolveu.
A apresentadora, nos segundos finais da entrevista, reiterou "para o público que a TV Globo nada sonegou. A TV Globo paga seus impostos."

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