“As empresas não votam, mas são elas que elegem”. Entrevista especial com Gil Castello Branco
“É preciso que um conjunto
de medidas aconteça para que se possa moralizar as eleições
brasileiras”, diz o secretário-geral da ONG Contas Abertas.
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O ciclo eleitoral completo, com base nas
últimas eleições presidenciais e municipais, demonstra que o valor
gasto nas campanhas políticas gira em torno de 10 bilhões de reais, diz Gil Castello Branco à IHU On-Line, na entrevista a seguir, concedida por telefone.
“As eleições não só são caras, como
estão cada vez mais caras, fazendo com que o poder econômico se torne, a
cada eleição, mais significativo”, pontua. Para ele, o financiamento
privado de campanha revela que “os empresários, cada vez mais, não doam,
mas investem, ou seja, repassam recursos com a expectativa de ganhos
futuros. Não é apenas por espírito democrático que eles fazem doações,
inclusive, a candidatos adversários. Eles doam apenas com o intuito de
manter uma boa relação com qualquer um dos candidatos que seja eleito".
Segundo ele, essa relação de interesse
pode ser vista no processo eleitoral deste ano, “quando o maior dos
financiadores, o grupo JBS, conforme demonstra a
primeira prestação de contas do dia 6 de agosto, investiu 53 milhões de
reais em diversos candidatos, em diversos estados, inclusive em estados
onde a empresa tem interesses comerciais. O grupo doou 5 milhões de
reais para a candidatura da presidente Dilma, 5 milhões para a candidatura do candidato Aécio Neves e menos de 1 milhão de reais para o PSB, inclusive em diversas candidaturas”.
Na entrevista a seguir, Castello Branco
comenta as alternativas ao atual financiamento de campanha e enfatiza a
necessidade de cumprir a legislação de 1965, que determina limites para
o financiamento. “Poderíamos ter, efetivamente, em primeiro lugar, um
limite para a campanha, como a legislação prevê desde 1965;
precisaríamos ter a transparência plena para que houvesse uma comparação
entre as candidaturas; ter melhor uso do fundo partidário; e um melhor
uso do horário eleitoral gratuito, para que então conseguíssemos
realmente ampliar as doações individuais. Todos esses fatores deveriam
fazer parte de uma reforma eleitoral, como também é absolutamente
injusto, como hoje acontece, que parlamentares que estão em exercício de
mandato, como é o caso de deputados, senadores, governadores e até da
presidente da República, nesta situação atual, poderem concorrer enquanto exercem o mandato”.
Gil Castello Branco é economista, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, que acompanha a execução orçamentária e financeira da União, fomentando a transparência, o acesso à informação e o controle social. A ONG, fundada em 9 de dezembro de 2005 – Dia Internacional de Combate à Corrupção – recebeu prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (2008), o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa (2007), o Prêmio
Transparência e Fiscalização Pública (concedido pela Mesa Diretora e
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados), além de ter sido finalista do prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo (2007).
Confira a entrevista.
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IHU On-Line - Quanta custa uma eleição para presidente no Brasil hoje?
Gil Castello Branco –
Esse custo é sempre difícil de ter à mão porque, veja só, os nossos
candidatos anunciaram que vão gastar cerca 72 bilhões de reais. Esse
valor é absurdo, equivaleria a quase três Copas do Mundo, considerando as obras com aeroportos, os estádios, as obras de mobilidade urbana e a segurança pública.
Estou presumindo que vamos ficar, neste ano, em algo próximo a 7 bilhões de reais. No caso específico dos 11 candidatos à Presidência da República,
eles anunciaram que poderão gastar até 917 milhões de reais. No
entanto, na primeira prestação de contas, o volume total de gastos dos
11 candidatos foi de 31 milhões. Então, na realidade esse valor
anunciado é absolutamente irreal.
Fizemos uma avaliação de que o Ciclo Eleitoral Completo,
incluindo campanhas federais, estaduais e municipais, custa
aproximadamente 10 bilhões de reais. Essa é a soma do que foi
efetivamente gasto — e declarado —, mais o horário eleitoral gratuito,
que na verdade não é gratuito, pois as emissoras de comunicação recebem
uma isenção fiscal correspondente ao que eles ganhariam comercialmente
naquele horário. Então, em 2014, por exemplo, se somarmos o fundo partidário com o horário eleitoral gratuito, quer dizer, o que efetivamente já saiu do orçamento da União e aquilo que vai deixar de entrar no horário eleitoral gratuito, chega a quase 1 bilhão de reais.
Então, as eleições não só são caras,
como estão cada vez mais caras, fazendo com que o poder econômico se
torne, a cada eleição, mais significativo. Costumo dizer que as empresas
não votam, mas são elas que elegem.
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“O Congresso Nacional está ficando povoado de empresários, até porque eles começam a perceber que ao invés de financiar terceiros podem financiar a si mesmos” |
Gil Castello Branco –
Quanto mais competitiva a eleição — e essa certamente será uma eleição
muito disputada até o final do segundo turno —, mais cara ela se torna.
Outra situação muito evidente é que os empresários, cada vez mais, não
doam, mas investem, ou seja, repassam recursos com a expectativa de
ganhos futuros. Não é apenas por espírito democrático que eles fazem
doações, inclusive, a candidatos adversários. Eles doam apenas com o
intuito de manter uma boa relação com qualquer um dos candidatos que
seja eleito.
Vemos isso claramente nas eleições deste ano, por exemplo, quando o maior dos financiadores, o grupo JBS,
conforme demonstra a primeira prestação de contas do dia 6 de agosto,
investiu 53 milhões de reais em diversos candidatos, em diversos
estados, inclusive em estados onde a empresa tem interesses comerciais. O
grupo doou 5 milhões de reais para a candidatura da presidente Dilma, 5 milhões para a candidatura do candidato Aécio Neves e menos de 1 milhão de reais para o PSB,
inclusive em diversas candidaturas. Estou curioso para ver o que vai
acontecer nessa segunda prestação de contas, porque com o crescimento da
candidata Marina, quero ver se o JBS vai acompanhar também esse crescimento e ampliar as doações que tinha feito ao PSB.
Por outro lado, também são feitas
doações, inclusive por pessoas físicas, de valores absolutamente
incompatíveis com a realidade. Por exemplo, nas eleições passadas teve
uma pessoa doando 3 milhões de reais. Trata-se de um financiador de
campanhas que tem imóveis e shoppings de luxo em São Paulo,
ou seja, a pessoa atua nessa área, mas não doou como empresa, doou como
empresário, como pessoa física. Desses 3 milhões de reais, 1 milhão e
800 mil foram para a candidatura do PT e aproximadamente outro milhão para a candidatura adversária.
Um estudo realizado por um instituto
americano aponta que para cada 1 real doado, a empresa acaba recebendo
cerca de 8 reais em contratos com o governo. É claro que essa é uma
média e não se pode dizer que isso vai acontecer com todas as empresas.
De todo modo, o que o acontece no Brasil é exatamente isso: empreiteiras, empresas do setor financeiro e empresas do ramo da alimentação doam para ter algum retorno.
A decisão que já foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal — que já é coletiva, embora ainda não tenha sido adotada porque o ministro Gilmar Mendes
pediu vistas e acabou impedindo que a decisão valesse para essa eleição
— vai proibir o financiamento de empresas para as futuras campanhas, e
realmente espero que isso aconteça, porque cada vez mais vemos que o Congresso Nacional
está ficando povoado de empresários, até porque eles começam a perceber
que, ao invés de financiar terceiros, podem financiar a si mesmos.
Então, nós vemos uma enorme quantidade de empresários e de ruralistas
que certamente não espelham toda a sociedade brasileira.
IHU On-Line - A Ação Direta de
Inconstitucionalidade do Supremo Tribunal Federal, que pretende tornar
ilegal a doação de empresas privadas a partidos e candidatos, pode ter
uma repercussão negativa no sentido de favorecer doações ilegais? Nesse
sentido, como deveria ocorrer o financiamento de campanha?
Gil Castello Branco – É
preciso que um conjunto de medidas aconteça para que se possa moralizar
as eleições brasileiras. A transparência é o principal antídoto contra a
corrupção, então essas doações deveriam ser absolutamente claras. Nesta
eleição isso era prometido, mas não está acontecendo. Continuam
existindo as chamadas “doações ocultas”: empresas e
pessoas físicas doam para os comitês, doam para os partidos e quando os
partidos repassam os recursos aos candidatos, eles não estão fazendo o
que o Tribunal de Contas do Estado - TCE previa, que era colocar claramente o CNPJ ou CPF
do doador original. Quer dizer, essa triangulação doador, comitê ou
partido ou candidato, era para que quando o dinheiro chegasse ao
candidato, aparecesse o CNPJ ou CPF do doador. Isso não está acontecendo em todas as situações. Então, continuam ocorrendo doações ocultas.
Desde 1965 são previstos limites para as
campanhas, limites esses que seriam fixados pelo Poder Legislativo.
Poderíamos, por exemplo, ter limites nacionais para candidaturas
nacionais, ter limites estaduais, municipais nas eleições estaduais e
municipais compatíveis inclusive com o PIB do estado,
da região. Essa medida poderia ser adotada para diminuir o valor da
campanha. Então, veja, temos uma sequência de movimentos, de operações
na legislação que poderiam garantir o limite das campanhas. Nesse
sentido, poderíamos ter eleições mais baratas, eleições com absoluta
transparência, ou seja, todas as doações claramente identificadas na
internet.
Então, se dois candidatos estão
disputando as eleições e eles têm limites idênticos fixados pelo
tribunal, e se naturalmente um deles está tendo uma campanha abundante e
extremamente visível, certamente o outro candidato seria o primeiro a
denunciá-lo. Se tivéssemos os limites e essa transparência plena,
evidentemente a chance de a irregularidade acontecer, inclusive nas
doações de caixa dois, seria menor.
Outra questão relevante é melhor utilizar os recursos do fundo partidário
e do horário eleitoral gratuito, porque podemos ver ao longo do ano um
desfile antecipado de candidatos, inclusive nos horários nobres da
televisão. Há até situações irritantes de vermos uma mesma propaganda
ser repetida três ou quatro vezes sequencialmente. Esse é um gasto
desnecessário.
Outra situação complicada é a
comprovação de que o fundo partidário chegou a ser utilizado para pagar
os advogados de alguns dos réus do mensalão; isso não foi admitido pelo PT, mas chegou a ser admitido pelo PR.
Então é uma situação absolutamente irregular, porque são recursos
orçamentários financiando advogados para defender réus condenados.
Poderíamos imaginar uma situação de melhor uso desse fundo para que ele
se tornasse até mais educativo e menos publicitário. Além disso,
poderíamos ter também, se o brasileiro passasse a acreditar mais na
política — mediante a reforma que mais cedo ou mais tarde terá de
acontecer, porque não pode um país conviver com 32 partidos —, doações
individuais em montantes muito superiores ao que acontece atualmente.
Resumindo, poderíamos ter, efetivamente,
em primeiro lugar, um limite para a campanha, como a legislação prevê
desde 1965; precisaríamos ter a transparência plena para que houvesse
uma comparação entre as candidaturas; ter melhor uso do fundo
partidário; e um melhor uso do horário eleitoral gratuito, para que
então conseguíssemos realmente ampliar as doações individuais. Todos
esses fatores deveriam fazer parte de uma reforma eleitoral, como também
é absolutamente injusto, como hoje acontece, que parlamentares que
estão em exercício de mandato, como é o caso de deputados, senadores,
governadores e até da presidente da República, nesta
situação atual, poderem concorrer enquanto exercem o mandato. Deputados e
senadores, por exemplo, têm verbas indenizatórias, eles não vão a
Brasília atualmente, mas recebem as verbas indenizatórias, quer dizer,
estão podendo gastar com combustível, com aluguéis de escritórios em
seus estados, com a divulgação da atividade parlamentar, e evidentemente
isso se confunde com a campanha. Então, é absolutamente injusto que
alguém concorra no exercício do mandato contra os demais que não têm
esse privilégio. Portanto, isso também deveria ser objeto de uma
alteração, porque hoje esse fator torna absolutamente injustas as
eleições.
Se isso tudo acontecesse, poderia até
ser necessária alguma complementação pública para as eleições. No
entanto, certamente o melhor uso do fundo partidário e do horário
eleitoral gratuito poderia diminuir essa possibilidade de a União ter de
contribuir com algum recurso a mais. De qualquer forma, o ganho que
teríamos de afastar as empresas desses processos seria muito grande,
porque de fato as empresas estão elegendo os governantes e elas elegem
com a perspectiva de depois obter um retorno financeiro.
IHU On-Line – Nesse caso não haveria necessidade de ter financiamento público?
Gil Castello Branco –
Nós podemos racionalizar o uso do fundo partidário, porque este é um
recurso que já sai do fundo da União para os partidos. Então, este ano
serão gastos aproximadamente 300 milhões só de fundo partidário. Nós
temos também a isenção fiscal do horário eleitoral gratuito,
aquela propaganda que fica passando na televisão, que poderia ser
também melhor utilizado. Então, se nós melhor utilizarmos, anualmente,
esses recursos do fundo partidário e do horário eleitoral gratuito, isso
já seria uma perspectiva de não precisar gastar aquele valor absurdo
que hoje as empresas doam. Outra medida seria diminuir o valor das
campanhas.
Então, quando a decisão do Supremo
estiver plenamente vigente, não necessariamente teremos de fazer uma
conta simples de dizer quantas empresas hoje bancam a campanha e a
partir de agora o Estado vai ter de bancar esse valor. Não, isso tudo
deveria estar embutido numa ampla alteração da legislação para que
pudéssemos ter o fim das doações das empresas privadas, mas não com esse
valor inteiro sendo absorvido pelo cidadão, absorvido pelo
financiamento público.
IHU On-Line - No atual cenário,
Dilma lidera o ranking dos arrecadadores de campanha, seguida do
candidato ao governo do MS, Delcídio Amaral, de Aécio e dos candidatos
ao governo do Rio de Janeiro, Luiz Pezão, e de São Paulo, Alckmin. Como o
senhor avalia esse quadro? O que ele demonstra sobre os interesses
políticos no Brasil?
Gil Castello Branco –
Demonstra claramente os interesses políticos que as empresas têm, porque
as doações para as candidaturas à Presidência da República naturalmente
são maiores, mas nós vemos, por exemplo, que são as candidaturas fortes
que estão liderando as pesquisas. Por isso, sob essa ótica vai ser
extremamente interessante acompanharmos o que acontecerá na próxima
prestação de contas. Nós veremos se o fato de a candidata Marina
ter crescido nas pesquisas foi acompanhado por um número expressivo de
doações em favor dela. Se isso acontecer, é mais uma prova de que as
empresas se movem por interesses e não por amor à política. Se num
primeiro momento, até um mês atrás, elas não estavam preocupadas com
essa candidatura, por que agora estão colaborando de uma maneira
significativa? Vai ficar muito claro que às vezes essas doações têm uma
preocupação com o próprio ranking, as doações estão ligadas inclusive às
pesquisas, porque quando um candidato começa a despontar, naturalmente
começa a receber mais recursos; e quando um candidato começa a perder o
espaço ou fica claro que talvez a sua candidatura fique inviabilizada,
os recursos começam a minguar. Não é uma questão de se identificar
politicamente, mas as empresas financiam aquelas candidaturas que
imaginam que no futuro possam ser uma porta de entrada para a prestação
de serviços ao governo, seja governo federal ou estadual, ou mesmo para
manutenção da situação que elas já possuem.
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“As empresas se movem por interesses e não por amor à política” |
IHU
On-Line – Além do financiamento de empresas do setor alimentício,
alguma outra particularidade nessas eleições tem chamado a sua atenção?
Gil Castello Branco –
Nesta eleição estão concorrendo cerca de 25 mil candidatos, inclusive
candidatos que disputam em situação de desigualdade com os outros,
muitos inclusive têm a possibilidade, se são funcionários públicos, de
ter uma licença remunerada para concorrer, o que também me parece
absolutamente errado, porque torna desigual a participação desse
candidato em relação a outros que não têm licença.
É espantoso que sejam 25 mil candidatos
concorrendo. Isso mostra que a política parece ser um bom negócio, um
bom emprego, porque a quantidade de pessoas que tentam um mandato é
enorme. Desses 25.366 cidadãos que estão concorrendo, por exemplo, 2.321 são empresários, 1.481 são professores, 1.386 são advogados, 544 são polícias, 23 são motoboys, 21 são garis, 100 são sacerdotes, oito são artistas de circo e dois são coveiros.
Dessa multiplicidade, alguns candidatos
são extremamente ricos, outros são pobres. Nas declarações de bens dos
candidatos, nós encontramos 63 aeronaves e 236 embarcações, quer dizer,
tem desde um jato de 7 milhões e meio a um bote inflável de 462 reais.
Percebemos que alguns também fazem um esforço absolutamente de aparecer
de qualquer forma, a qualquer preço, a qualquer título, inclusive
colocando no nome de guerra da sua campanha, nomes como: Hora do rango, Cachorrão, Chiclete, Chupa cabra, Barack Obama, Mister M, Filho do Padre, Eu te amo, Bagunça. Isso demonstra uma tentativa de se eleger a qualquer preço.
Tudo isso a meu ver faz com que ainda
não tenhamos as eleições que desejamos, talvez até algum aprimoramento
venha acontecendo, mas um aprimoramento lento para que tenhamos eleições mais justas.
Inclusive a própria propaganda eleitoral é pouco educativa, porque em
função da quantidade de partidos, cada um tem espaço de segundos para se
apresentar e mal dá tempo para dizer o nome e uma frase. Isso
evidentemente não gera no eleitor absolutamente nenhuma informação útil
para uma análise consciente. E no caso das campanhas para governador e
presidente da República, o que nós vemos são produções
caríssimas, fazendo com que valha muito mais a embalagem do que o
conteúdo. Então, os marqueteiros certamente orientam as campanhas
embalando candidatos e tornando-os inclusive pessoas diferentes daquilo
que nós comprovamos no dia a dia. Nesse sentido, é muito difícil para o
eleitor consciente fazer a sua escolha, porque nós somos sempre
enganados pelos marqueteiros a ponto de os candidatos de uma maneira
geral guardarem muito pouca relação com o que de fato são. Quer dizer,
as campanhas não guardam uma relação com aquilo que nós vemos no dia a
dia do candidato, inclusive no humor, na maneira de se vestir, na
maneira de se relacionar com a sociedade. Essa maquiagem feita pelos
marqueteiros acaba criando um produto que muitas vezes não é real.
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