quinta-feira, 11 de setembro de 2014

POLÍTICA - "Isso é comunismo"

Uma reunião para exorcizar o medo do comunismo de Marina na elite paulista 

Aos que não viram ainda, a Folha de S.Paulo de hoje traz uma reportagem sob o título “Aliado de Marina prevê debandada tucana após eleição” que é altamente reveladora do que é a candidatura Marina Silva (PSB) e a própria candidata hoje. A reportagem é a cobertura de um encontro do principal coordenador nacional da campanha de Marina, deputado Walter Feldman, e de outro coordenador, Bazileu Margarido, com a nata da elite paulistana, um grupo de cerca de 70 empresários, socialites e vips.


No encontro, Feldmam fala sobre o PSDB no caso de vitória de Marina. Ele prevê aos seus convidados de elite que o PSDB “talvez não sobreviva” caso perca a eleição nacional do próximo dia 5 , fala da boa relação da candidata Marina Silva com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso – e a recíproca é verdadeira, o ex-presidente FHC a tem elogiado.
Feldman tenta, também, conter o medo dos empresários, vips e socialites com os conselhos de participação popular, criados pela presidenta Dilma Rousseff e que Marina promete manter, incluiu a manutenção deles com outro nome em seu programa de governo. Do lado da nata da sociedade paulistana o encontro foi capitaneado pela presidenta da Associação dos Lojistas dos Jardins, a empresária Rosângela Lyra, sogra do jogador Kaká – agora de volta ao São Paulo – e ex-representante da marca Dior no Brasil.


“Isso é comunismo”


“Isso é comunismo”, espantou-se Rosângela, ao protestar junto a Feldman, também, contra o fato de o PSB incluir em seu programa partidário a socialização dos meios de produção. O coordenador da campanha de marina explicou que essa “é uma questão histórica” do partido e que Marina apenas está abrigada na legenda socialista, mas no ano que vem muda para a Rede Sustentatibilidade, o partido que tenta fundar.
Até aí, posições da elite, a iminência de o PSDB aderir a um eventual governo Marina caso ela se eleja, a troca de confetes desde já entre a candidata e os tucanos, nenhuma novidade.


O que chama a atenção é os dois principais assessores da candidata (um, Bazileu Margarido, desde os tempos dela ministra, o outro, Feldman, trânsfuga que já foi malufista, comunista, tucano e agora está na Rede)  afirmarem para convencer o eleitorado elitista e reacionário reunido com eles que Marina é amiga de FHC e tem as mesma ideias que o ex-governador paulista, agora candidato tucano ao Senado, José Serra, para a economia.


Ou seja, em outras palavras, disseram que Marina não passa de uma tucana convertida, travestida de verde ou de sonhática.

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