Marina evita confronto com Lula; "Meu debate é com Aécio e Dilma", diz


Jornal GGN - Cumprindo agenda em São Paulo nesta segunda (15), Marina Silva (PSB) evitou confrontar diretamente o ex-presidente Lula, mesmo após o petista ter disparado críticas em relação ao programa de governo e equipe da candidata. Hoje, Lula esteve em um ato em defesa do pré-sal no Rio de Janeiro, ocasião em que afirmou que Marina terceiriza propõe um Brasil “colcha de retalhos”, já que suas propostas, "terceirizadas", foram "construídas a 500 mãos” e refletem um país fragmentado por “centenas de interesses” individuais (leia mais).
Mesmo sob críticas, Marina - que marcou a cobertura jornalística do final de semana por ter chorado ao falar dos ataques que vem sofrendo por parte do PT e de Lula - decidiu sair pela tangente dessa vez. “Na democracia, as pessoas podem se expressar livremente. Eu estou fazendo o debate com Dilma e Aécio. Não vou fazer embate nem com eles nem com seus auxiliares políticos. Vou continuar insistindo nas nossas ideias”, disse. Ela também reafirmou que está disposta a “dialogar com a figura simbólica do PSDB, que é Fernando Henrique Cardoso, e com a figura simbólica do PT, que é Lula, para acabarmos com a velha política.”
Tanto Lula quanto Dilma sustentam que Marina erra ao promover uma auto-vitimização desmedida nesta eleição. A presidente, na noite anterior, chegou a dizer que é preciso ter “coluna vertebral” para se manter na chefia do Palácio do Planalto, e que quem se sente coitadinho não pode pensar em chegar na Presidência. Marina, incitada a dizer se se acha uma “coitadinha”, apenas riu para dentro. Os jornalistas presentes também riram da situação. “Acho que a risada dos colegas jornalistas responde a presidente”, devolveu.
Minutos antes, Marina havia mandado um recado para a rival petista. “Pode ficar tranquila, presidente, que a senhora não terá de mim o que eu estou recebendo. Mesmo que todas as mentiras [propagadas pelo PT, diz Marina] me reduzam a pó, minha história não pode mudar pelo poder das mentiras”. Ela ainda sugeriu que Dilma age de maneira “agressiva” por estratégia eleitoral. “Eu tenho certeza que ela não se sente confortável com as coisas que diz sobre mim, que tem um marqueteiro dizendo a ela o que fazer. Mas podem vir mil marqueteiros que eu não vou falar mal de Dilma ou de Aécio.”
Durante a coletiva de imprensa, Marina disse que se vê como a possível primeira presidente socioambientalista no mundo. No que tange a política externa, reafirmou a intenção de se alinhar mais aos Estados Unidos e firmar mais acordos bilateriais com emergentes asiáticos e com a África do Sul.
Sobre reforma política, defendeu financiamento público de campanha, voto distrital misto, verdade eleitoral (quem tem maior votação é quem ganha a cadeira no Legislativo), candidaturas independentes, fim da reeleição para cargos no Executivo e mandatos de cinco anos.