sexta-feira, 19 de setembro de 2014

POLÍTICA - Marina tem queda em cidades pequenas.

Marina tem queda em cidades pequenas e entre classe média baixa


Jornal GGN - O diretor-geral e o diretor de pesquisas do Datafolha, Mauro Paulino e Alessandro Janoni enxergam a queda nas intenções de voto de Marina Silva (PSB) pelos ataques que a candidata vem sofrendo, e verificam que o recorde de rejeição está concentrado em pequenas cidades, com menos de 200 mil habitantes.
Além disso, a rejeição foi maior entre os que têm renda até cinco salários mínimos (77% da população) e em eleitores do Sul e Sudeste. O maior beneficiado, segundo os diretores, foi Aécio Neves (PSDB), que ganhou destaque de intenções entre os brasileiros mais ricos.

Da Folha de S. Paulo

Análise: Marina perde votos em fatias representativas do eleitorado

Mauro Paulino, DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
Alessandro Janoni, DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA


A pesquisa divulgada nesta sexta-feira (19) confirma tendência de queda da candidata do PSB, Marina Silva, e de leve reação do tucano Aécio Neves.
Os ataques que a ambientalista passou a sofrer desde que assumiu o protagonismo na disputa pela Presidência da República podem explicar o movimento de parte de eleitores que haviam abandonado a candidatura tucana.
Os resultados da semana passada já retratavam o início do desgaste da ambientalista, que conhecia então sua maior taxa de rejeição. Agora, além de variar de maneira mais expressiva nas intenções de voto, a ex-ministra vê a reprovação a seu nome bater novo recorde, dobrando sua rejeição inicial. Esse aumento se deu especialmente em cidades menores, abaixo de 200.000 habitantes.
Se na pesquisa anterior, a oscilação negativa do apoio a Marina, dentro da margem de erro, justificava-se pela concentração da queda em estratos de baixo peso quantitativo, como no dos mais ricos, a maior intensidade do movimento agora se deve ao alcance de vários segmentos, inclusive alguns de participação relevante na composição do eleitorado. Em dez dias, a candidata oscilou três pontos entre os que têm renda até 5 S.M, que correspondem a 77% da população, caiu quatro pontos entre os eleitores do Sudeste e três entre os que moram no Sul, que juntos somam 58% dos brasileiros.
E quem mais se beneficiou da guerra entre Dilma e Marina foi justamente aquele que ficou fora dela. A estratégia da campanha de Aécio de reuni-las sob o rótulo do continuísmo e de se posicionar como o candidato da "mudança de fato", parece ter surtido efeito em parte dos eleitores. Em 15 dias, o tucano oscilou positivamente três pontos percentuais, destacando-se entre os mais escolarizados e ricos. O candidato carece de melhor desempenho no Norte e no Nordeste, onde encontra-se bem abaixo de sua média.
Mesmo com as alterações, os dados ficaram dentro da zona de variabilidade calculada pelo Datafolha no levantamento anterior e não provocaram por enquanto mudanças significativas no cenário. Sobre o futuro, as projeções para a próxima semana também sofrem oscilações. Caso não ocorram fatos de grande repercussão, o potencial de Dilma ficará entre 33% e 40%, o de Marina entre 26% e 33% e o de Aécio entre 15% e 21%.
Para chegar ao segundo turno, Aécio deve torcer por um feito inédito em eleições presidenciais nesta etapa da disputa – sua candidatura crescer além de seu teto e Marina cair abaixo de seu piso.

Nenhum comentário: