terça-feira, 16 de setembro de 2014

POLÍTICA - Se fosse ligada a algum membro do PT, viraria capa da Veja.

Cooperativa ligada a membro do governo de SP é usada para contratar ‘militantes’ para Aécio, Alckmin e Serra


O PSDB tem recorrido a uma cooperativa ligada a um funcionário do governo de São Paulo – comandado pelo partido há 20 anos – para contratar militantes para campanha à reeleição do governador Geraldo Alckmin. Os tucanos Aécio Neves, que concorre à Presidência da República e José Serra, candidato ao Senado no Estado paulista, também utilizaram os serviços da empresa.
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A Mult Service Cooperativa de Trabalho da Infraestrutura Empresarial recebeu, até o início de setembro deste ano, R$ 441.106,40 das campanhas de Alckmin, Aécio e Serra – todos do PSDB. O candidato ao Senado por São Paulo Gilberto Kassab (PSD), que foi vice de Serra na Prefeitura de São Paulo e também prefeito paulistano, pagou R$ 291.051,51 mil. Os valores, que totalizam R$ 732.157,91, foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A cooperativa foi criada em 2009, tendo Fernando Hiromiti Maruyama como um de seus integrantes. Naquele ano, Maruyama era assessor técnico de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais do governo paulista, que era comandado então por Serra. Em 2010, o funcionário se demitiu do órgão do governo paulista.
Atualmente, Maruyama é assessor do gabinete da Secretaria de Logística e Transportes, sob o comando do secretário Clodoaldo Pelissioni.
A Mult Service prestou serviços nas três eleições que ocorreram desde que foi criada. Entre 2010 e 2012, a cooperativa recebeu R$ 14,5 milhões de campanhas eleitorais do PSDB e, em menor escala, do PV.
O PSDB é o seu principal cliente da Mult Service, tendo pago 96% dos valores recebidos pela empresa e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral. Mas não é o único.
Em 2010, a Mult Service recebeu R$ 4,3 milhões da campanha de Serra (PSDB), então candidato à Presidência da República. Outros R$ 561,7 mil foram pagos pela campanha de Marina Silva (então no PV, hoje no PSB), adversária do tucano na ocasião.
Falando como um desempregado em busca de uma oportunidade de emprego, a reportagem do IG procurou a Mult Service na semana passada. Ao ser abordado, um funcionário da cooperativa disse que consultaria uma representante do PSDB para saber se havia uma vaga, adiantando que o salário era de R$ 950 por mês, com seis horas por dia de trabalho, em seis dias por semana.
Perguntado se seria firmado um contrato, o funcionário respondeu: “Lógico, [é feita uma] ficha de matrícula, tira foto e tudo aqui. Você preenche todos os dados, vincula o cartãozinho [para fazer os pagamentos] ao seu CPF, a gente recolhe INSS e tudo”, afirmou. “O contrato é assim, acabou a campanha, se tem segundo turno e você quer continuar, você continua. Acabou a campanha acabou o contrato. É temporário mesmo, é um período curto”, completou o representante da Mult Service.

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