Líderes da oposição síria foram eliminados numa grande explosão

A explosão representa uma vantagem ao grupo militante Estaco Islâmico, que declarou um califado na fronteira Síria-Iraque.
Reportado por The Times, analisado por Breibart.com
Quase cinquenta militantes do alto comando do grupo rebelde Ahrar-al-Sham (AaS), uma grande coalizão de islâmicos "moderados" opostos ao ISIS na Síria, foram mortos por uma explosão em seu centro secreto de comando quando se reuniam para discutir sua estratégia contra o Estado Islâmico.
A explosão aconteceu nessa terça-feira em Idlib, noroeste da Síria matando o líder Hassan Abboud e outros importantes membros de grupos aliados ao AaS, reportou The Times. A região de Idlib é território do AaS, mas fica próximo à Aleppo, a linha de frente do ISIS.
As informações sobre a origem da explosão são contraditórias, podendo ser um grupo de oposição, ataque suicida ou explosão acidental em um dos depósitos de munições nas proximidades. Independentemente disso, o incidente deve desestabilizar e possivelmente eliminar o grupo AaS e a associação Frente de Coalizão Islâmica, que foi recentemente declarada como "o grupo armado mais poderoso da Síria".
O grupo islâmico Ahrar-al-Sham, cujo nome pode ser traduzido como "Os Homens Livre da Síria", é um dos muitos grupos competindo no conflito inter-rebelde na Síria. Vários grupos rebeldes estão, atualmente, lutando entre si, enquanto atacam o presidente sírio, Bashar al-Assad, cuja base do seu exército está no Oeste e Sudoeste, para controle total da região.
Como principal rival do ISIS no controle da Síria, a explosão contra o AaS, certamente será muito benéfica para o Estado Islamico, mesmo que não seja este o autor do atentado. Sua estratégia de "decapitação", tendo como alvo a liderança política, militar e espiritual do Ahrar-al-Sham é uma reminiscência dos ataques direcionados pelos Estados Unidos contra os dirigentes da Al-Qaeda.
As mortes de Abboud e seus seguidores em Idlib destacam a dificuldade do envolvimento ocidental no conflito, pois os inimigos do seu maior inimigo,ISIS, mostram ser aliados potencialmente fracos. Muitos membros da AaS vêm de grupos como a Al-Qaeda e seriam, em qualquer outro contexto, considerados da linha dura islamita.
A brigada Ahrar-al-Sham tem sido, também, extremamente crítica sobre o envolvimento ocidental no conflito. Em uma entrevista antes de sua morte, o líder Abboud rejeitou a conferência de paz em Genebra, dizendo: "Nós enxergamos Genebra como uma ferramenta de manipulação, para descarrilar a revolução síria para longe de suas metas e objetivos... Qualquer que seja o resultado da conferência tem que estar vinculado somente à Coligação Nacional da Síria. Por nós, continuaremos a lutar por nossa revolução até restaurar nossos direitos".
Ahrar-al-Sham nomeou seu novo líder, Hashim al-Sheikh, que tentará manter unida a frágil coalizão por ter perdido a maioria de seus principais guias e estrategistas. al-Sheik disse, na quarta-feira,que o ataque "só nos fará mais resilientes para continuar a luta até libertar nossa pátria".
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