segunda-feira, 14 de julho de 2014

ENERGIA - Putin visita a Argentina.

De olho na energia e no xisto, Putin visita Cristina Kirchner

 
Jornal GGN - Para defender sua aliança com Vladimir Putin, a presidente da Argentina Cristina Kirchner promoveu um encontro com o presidente russo ontem (13) na Casa Rosada, antes do jogo da final da Copa do Mundo.
 
O presidente de um dos países que compõem os Brics e que estará em Fortaleza nos próximos dias para discutir questões do bloco, declarou em sua passagem pelo continente que existe uma necessidade de reforma das instituições financeiras estrangeiras, com soluções justas, equitativas e sem duplos padrões - referindo-se aos problemas recentemente enfrentados pela Argentina com os fundos abutres e também à Grã-Bretanha, relacionando também a questão das Ilhas Malvinas.
 
Putin também aproveitou a visita para anunciar a partida de uma delegação russa para Vaca Muerta, em Neuquén, Patagônia, onde vários países estão estudando a viabilidade da exploração de gás de xisto. China também é uma das nações interessadas no negócio.
No comunicado à imprensa que os dois presidentes divulgaram - Putin esteve na noite anterior jantando com o presidente uruguaio, José Mujica - não se falou sobre abutres ou credores, mas sobre o interesse do país europeu na Argentina, a quem descreveu como "um parceiro muito importante". Em seu discurso, defendeu a nação como "soberana, algo bastante raro no mundo de hoje". Tímida, Cristina sorriu na plateia, ainda se recuperando de uma faringolaringite que a afastou de suas atividades na última semana.
 
O ministro da Energia russo, Alexander Novak, já declarou a um jornal argentino que a empresa estatal Rosatom já estava em posse de uma licitação para a construção de duas usinas de energia nuclear no país. Em agosto, uma delegação do Ministério do Planejamento deve viajar para Moscou para acertar detalhes nesta negociação.
 
Putin chegou antes à América Latina justamente para estudar o terreno, que hoje é praticamente dominado por investimentos chineses - o premiê chinês Xi Jimping só chegará ao Brasil no próximo sábado. Além disso, o líder russo sente-se praticamente em casa na Argentina, de quem recebeu total apoio em meio à crise da anexação da Crimeia. Cristina, aliás, já declarou que o vê como "um exemplo digno a ser imitado". Os presidentes aproveitaram o ensejo para assinar acordos de cooperação nuclear para fins pacíficos e de comunicação, onde um canal estatal russo poderá ser visto também na Argentina, além de entendimentos jurídicos e tratados de extradição.
 
Mas, como nenhuma parceria é gratuita e apenas pela simpatia, Putin já elaborou sua lista de interesses no país: a Rússia tem total interesse na licitação para a construção da barragem Chihuido em Neuquen, em parceria com a Corporation of America. Mais de 20% da energia hidrelétrica na Argentina será gerada utilizando equipamentos russos. Também destacou seu desejo de que as empresas de seu país participem da modernização de geração de energia e da construção de novas usinas no país sul-americano.

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