BC voltado também para política de emprego é vacina de neo-tucano do time de Marina
O pessoal economista da ex-senadora Marina Silva – boa parte dele, maioria pode se dizer, egresso do PSDB – percebeu a enrascada em que meteu a candidata do PSB ao Planalto nessa história de botá-la para defender e incluir no programa de governo a independência e autonomia do Banco Central (BC) e, no fim de semana, tratou de botar panos quentes, veio com vacina para baixar a febre do debate, dourar a questão.
A última deles, agora, conforme anunciaram, é colocar nos objetivos do BC independente. a preocupação, um item específico estabelecendo que o banco terá como preocupação no estabelecimento de sua política econômica, monetária e de juros, o nível de emprego. Como faz o Federal Reserve System – o FED (banco central norte-americano) que não toma uma única medida, não dá um só passo sem levar em consideração, também, a questão do emprego e da economia em geral no país.
Então, os economistas tucanos de Marina encaixam agora essa proposta de colocar nos objetivos do BC independente o nível de emprego no Brasil. Cuidado, pessoal, embutem a proposta apenas como uma vacina para o desastre que virou sua defesa da heresia de um BC com mandato fixo e independente que até os tucanos que ficaram no PSDB rejeitaram…
Tentativa de dourar a pílula, a história de BC autônomo
Podem tentar dourar essa pílula, mas com a política econômica que ela abraçou – mais no discurso, nas promessas, menos no programa de governo, onde a coisa não está ainda muito detalhada – não há como manter o nível de emprego e muito menos criar, como os governos Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2014) criaram milhões e milhões de empregos (cerca de 20 milhões) com carteira de trabalho assinada e com todos os direitos sociais assegurados…
Para vocês terem uma ideia e apenas para refrescar a memória – e deixar tucano furioso, porque eles não suportam comparações – só no 1º mandato da presidenta Dilma criamos mais empregos que nos dois, nos oito anos de FHC…
Mas, a proposta está colocada por eles. Vamos aguardar, ver se sustentam-na de pé. Porque vocês sabem e acompanham, a facilidade com que Marina está mudando programa de governo é negócio impressionante! Hoje até já mudou – vocês devem estar acompanhando – aquela história lançada também no fim de semana, de que num eventual governo dela, Marina vai mudar a meta de inflação. A candidata já afirmou hoje que não é nada disso e quem que fez a proposta não estava autorizado por ela.
“Banco Central independente de quem?”
Vamos ver, agora, em relação a esse outro torpedo, de incluir na parte do BC autônomo essa história de que ele passa a conduzir a política econômica também de olho nos índices de emprego. Como faz o FED dos EUA. As próximas horas para conferir…
Enquanto aguardamos, leiam o excelente artigo do doutor em economia pelo Instituto de Economia da UNICAMP, Antônio Corrêa de Lacerda, publicado hoje na Folha sob o título “Banco Central independente de quem?”. Ele é, também, coordenador de estudos de pós-graduação da PUC-SP e diz tudo…o necessário e na medida nesse artigo. Responde, inclusive a própria pergunta “Banco Central independente de quem?” Com outra pergunta: e as pressões do mercado?
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